“Pantanal”/2022 – Sucesso de Público
“Pantanal”/2022 – Sucesso de Público
(Redação)
Mauro M Burlamaqui
A novela da Globo, remake, consegue fazer maior sucesso ainda que a primeira versão, na telinha. Original de Benedito Ruy Barbosa , 1990 ; com Juliana Paes , muito bem, e com crítica favorável, no papel de Juma, a novela conseguindo ser o maior sucesso , desde “Avenida Brasil” – esta considerada , por muitos, um nível de conteúdo acima da atual versão do pantanal brasileiro.
Mas , “Pantanal”/22 estaria apontando índices populares de 30 pontos, em SP, e 33 , no Rio, maiores do que a da época anterior. Justificam-se ou tem-se , hoje, um povo mais carente de mudança de foco, mais infantilizado , precisando de maior “alienação “, numa sociedade em crise muito maior ?
Sim, porque Juliana e outros atores de então estariam em nível de atuação bem acima da atual Juma e Jove, por exemplo, que não convencem . Sequer a pele de Juma , clara , não se coadunando com aquela da atual atriz , pela lógica devendo ser mais queimada pelo sol da região. O mesmo vale para os dentes de todos , que parecem recém saídos dos odontologistas da Globo.
Ainda, Juma é contraditória em atitudes, tiques e atuação superficial , que mal colam na personagem, além de chatíssima nas ações, sem inteligência alguma nem charme nem selvageria sexual que justificasse tanta paciência do parceiro.
Sem sentido , alguém de educação citadina ter tanto amor naquelas circunstâncias e adaptação ao local , tão elogiado mas apresentado como “sem graça”, em especial nos primeiros capítulos, algo depois corrigido . Isto , para não falarmos em “peões” bem aprumados, roupas não condizentes nem com a região , nem com o Brasil . E o gado , em quantidade muito menor que seria de esperar de um ricaço daquela região “pantaneira”.
E o que se poderia falar da “vovó”, chatinha , repetitiva , com diálogos sempre parecidos, além do papel do patriarca , muito mal colocado em Marcos Palmeira , pouco à vontade ? E daquelas facas dos peões , cruzadas na cintura, dentro de casa, e até ao sentarem , exagerando-se a tentativa de retratar um possível hábito daquela região ?
Enfim, a audiência e sucesso proclamados desmentiriam o acima, em que pese a Rede Globo, seus jornais e emissoras , ser altamente prevalecente no Rio e sudeste brasileiros , seus fiéis cronistas e propagandistas leais a suas cortes, direções e colegas …
De qualquer modo , “Pantanal”, distrair , distrai … e numa época de caos social generalizado, desemprego , epidemia , choques psicológicos diários sobre a sociedade , tal não é pouco. Uma hora de fuga mental , com anúncios bem aceitos, pelo hábito , algum alívio dos problemas, do dia a dia , antes de dormir – isto a novela propicia. O que , a essa altura dos problemas nacionais , insista-se , não é pouco – algum alívio também nacional , e com tema bem brasileiro , imagens confortadoras de que ainda existe nossa mata famosa , mundialmente, brincadeiras e piadinhas e provocações fora do normal , mas agradáveis …
A novela, afinal, cumpre, então , seu papel de distração , no caos da vida social de nossos dias ? Sim, sem dúvida . Temos para onde fugir da bagunça, incompetência, insegurança, ameaças , por algumas horas, todas as semanas. Sendo que até faz falta a muitos , nos domingos… (*)
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(*)Veja a íntegra dos comentários, se desejar , em caminhandojornal.com
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