A Sobrevivência Nacional
(Artigo base de editorial resumido de Caminhando Jornal TV 28) .
A Sobrevivência Nacional
Amigos . Cidadãos comuns , preocupados com nossos filhos, netos, parentes , sociedade em geral, embora não especialistas em mídias , muito menos a de televisão, continuamos, neste momento conturbado , programa 28, a levar a nosso povo opiniões e perspectivas.
Não nos agradam notícias negativas – mas, a verdade, ainda que relativa, longe do deboche quanto a sofrimentos e ignorância de muitos irmãos, e de notícias falsas, as fake news , é sempre o menos ruim dos caminhos. Difícil sermos divertidos, quando a nosso lado convivem doenças físicas e mentais , ignorância, miséria, torturas , mortes , crimes hediondos – e desemprego continuado .
Ainda assim, tentamos mostrar a importância da compreensão política além das mentiras e notícias falsas, dissecar mazelas do sindicalismo , analisar a situação mundial, com coragem para apontar as origens do drama de dezenas de nações sob a égide do Império do Mal norte-americano , lembrar nossa verdadeira História, além daquela oficial manipulada .
Mas, insistimos no sentido que só nos resta viver , lutar contra a exaltação do “mal” e sermos capazes de apreciar a chegada da Primavera , o esporte sadio , a importante educação formal e informal, os livros , amigos silenciosos e sábios, o amor pela mulher , filhos, família, amigos – sempre estender nossa mão aos sofridos , dispostos a travar combate pelos interesses de todos . A luta não invalida o esporte, importante, exercícios , diversão , música, arte, cultura – muito ao contrário.
UM
Estamos cercados pela corrupção evidente , deslavada , corruptos unidos, de aparentes diferentes posições, para protegerem-se , via colegas e aliados do Legislativo e Judiciário, em especial o STF ; milícias que se desdobraram desde forças policiais e militares legais , praticando crimes, extorsões, “desaparecimentos” forçados, roubos e furtos de toda espécie.
Além de traficantes e bandidos de diversos níveis que , sem formação mínima, moral ou política, desencadeiam violências contra tudo e todos , em todas as direções, seja a dos ricos, do Estado , das “elites”, que sabem proteger-se , mas , pior, em direção aos mais carentes, atingindo crianças inocentes . Erros cometidos pelo Ministério Público , inclusive pela “lava-jato”, que alguns chamam, hoje, de “vaza-jato”, não invalidam investigação preferencial dos agentes públicos acusados e suspeitos e punição também mais grave para eles. Da mesma forma, puna-se todos que cometeram excessos.
Poupamo-nos , a respeito do acima , de fornecer centenas de dados que possuímos, batendo em temas e fatos comprobatórios que muitos conhecemos. A maioria das pessoas, interessadas, a essa altura da consciência dos problemas nacionais , quer mais conhecer origens e propostas de soluções sobre o caos brasileiro do que repetir-se dados sobre o mesmo . Isto porque a crise nacional já se prorroga por anos , atingindo os mais pobres e as chamadas “classes médias”, e já havendo muitos dados sobre ela, mesmo na grande mídia, que, sem poder mais esconder a realidade vem divulgando dados sobre o antes ocorrido e em curso agora, embora escondendo as reais causas e soluções.
DOIS
Mas, reconheça-se , são respostas difíceis, pois os problemas escondidos, por décadas, pela big mídia, com raízes estrangeiras , e desnudados, só recente, por cidadãos comuns . Estes, aliás, perseguidos pela Polícia e pelo Estado , até hoje, pela participação em passeatas há cerca de cinco anos , quando elites traidoras irresponsáveis promoviam uma Copa do Mundo, depois Olimpíadas , construção e reforma de estádios, com gastos bilionários, tudo celebrado em festas e manchetes, e regado por corrupção a mais descarada e cínica, sob cobertura positiva da big mídia.
TRÊS
O país sob intromissão do Império Americano , mais recente, de forma ostensiva, desde 1954, quando Getúlio foi derrubado e suicida-se ; 1964, quando um golpe militar, de origem e financiamento estrangeiros, derruba o Presidente eleito João Goulart ; 1966, 1968 , com golpes militares, menos divugados, sucedendo-se, uma fração política contra a outra , e implantando-se, ao final , um regime militar terrorista, que funcionou apoiado em provocações diversas , infiltrações policiais e tortura como método de investigação .
Depois , uma “distensão lenta e gradual” , sob comando do mesmo regime, via Golbery, artífice básico de 1964, implantando, ao final do regime terrorista propriamente dito , via constitucional e legal, década 1980, em especial em 1986 e de 1988 , em diante , uma anistia e democracia essencialmente distorcidas, incorporando-se à C.Federal/1988 valores e interesses não só do antigo regime como do poder financeiro dominante , no país ( Cf.Dreifuss, R.A., “O jogo da direita” e “1964- A Conquista do Estado”).
Daí, seguindo-se administrações sob égide constitucional, mas submetidas aos ditames do famoso “Consenso de Washington”, de 1989. Este logo nos imporia o chamado “neoliberalismo”, até formalmente , com uma “Carta aos Brasileiros”, de 2002, assinada por Lula, que fora eleito, junto com seu partido , por exibir exato um programa absoluto oposto,que, aliás, cumpriu , fielmente. Caso semelhante ao de Meném , Argentina , com resultados semelhantes lá, similaridade que nos faz pensar.
QUATRO
O Brasil chega, afinal , após o regime terrorista , cuidadosa “distensão lenta e gradual”, anistia distorcida e , entre outros fatos, as estranhas mortes, via doenças e/ou acidentes , de Costa e Silva, JK, João Goulart e Tancredo Neves , a um Sarney e não Tancredo, a um Collor , FHC, depois Lula/Dilma, ao fundo , economicamente, todos num alinhamento neoliberal, desde descarado e amalucado , ao discreto e, depois, ao mascarado, chegando ao destrambelho e catástrofes atuais, à nossa volta .
[Aliás, aqueles crimes e mortes referidos , praxes consagradas no e pelo Império do Capital americano dominante ( lá , com as do Presidente Kennedy , de seu irmão candidato Robert Kennedy ,dos líderes negros Pastor King e Malcolm X, entre outros). Nesse sentido maléfico , o Império colaborou e tem colaborado com o Brasil e a América Latina, como, ostensivamente, demonstrou, na “Operação Condor”, década 70 , responsável por assassinatos e mortes e torturas de líderes sul-americanos de então , que discordavam das diretrizes do Império do Mal. João Vicente Goulart (“Jango e eu”), bem como sua família, atribuem a morte de seu pai ,que considera foi assassinado , a essa operação secreta extremista da direita terrorista americana – “Operação Condor”].
CINCO
O resultado disso tudo , repete-se , à nossa volta . No plano mundial, o Império do Capital tem matado milhões de pessoas , nas últimas décadas, provadamente, a começar por Nagazaki e Hiroshima, Japão/1945 , mas, agora em crise, multiplicando ataques , como o mostram os realizados no Iraque, Líbia, Afeganistão, Síria, etc. Isto , além de dezenas de golpes , invasões, sequestros , assassinatos , agora com um Trump ameaçador e terrífico à frente, com clara influência por aqui , nas palavras do próprio presidente brasileiro, eleito com suspeitas urnas e facada, manipulação de redes sociais desde estrategistas americanos , financiamentos estrangeiros de diversos movimentos / jovens líderes, desde os que precederam a queda de Dilma e as eleições de 2018( Cf.” A Nova Direita” , de Flávio Casimiro; e o filme esclarecedor de A.Borges , ” Não vai haver golpe” , em que tal é confirmado, ao vivo ).
[Quer dizer, mais legitimado pela ignorância popular sobre os fatos, assegurada pela big mídia , do que pela votação efetivamente obtida. Isto, sem lembrar uma campanha política feita , basicamente , dentro de instalações militares, de norte a sul do país , com óbvios apoios em passeatas anteriores ( via serviços de informação ) e, de forma transparente, dentro dos quartéis.Tudo contra a C.F./1988 e demais legislação em vigor Cf., p.e., art.17, CF , entre outros ] .
SEIS
No Brasil, patente, hoje, os resultados dessa política imperial americana , aplicada por décadas, de forma descarada por algumas administrações, de forma mascarada e disfarçada por outras, como dito , há pouco um Meirelles , banqueiro com compromissos internacionais à frente do Banco Central , e da economia nacional,por dois mandatos presidenciais(Lula da Silva ) .
Hoje, desindustrialização, penitenciárias terríficas , infraestrutura deteriorada , verdadeira guerra civil nas ruas , os cidadãos , além de, em grande número desempregados , sem direito de ir e vir por seus municípios, estados , país, e, pior , sequer com garantias mínimas de direito à vida, não só ao saírem às ruas como até dentro de casa , com as tais “balas perdidas”, sendo que algumas, por certo, não tão perdidas assim.
A sociedade brasileira vive um estado fracassado de exceção, informal, implícito , autoritário, em termos de exercício do poder , embora com resíduos liberais, em que prevalece a impunidade e a corrupção .
Agentes estatais , de um lado, e o próprio povão , de outro , já incorporam , no país, aquele espírito da banalidade do mal(H.Arendt) , que tem vigido , há muito, em outras partes do mundo, caso da Alemanha , década de 1930 , em que muitos fingiram que não viam o que se passava . Enquanto outros , friamente insensíveis, agiam , eles próprios, diretamente, com omissão dolosa, fingindo que não viam o que ocorria , e até, por vezes, dando apoio direto, logo em seguida, a violências e torturas , empregando as mais bárbaras , no dia a dia. Situação aceita como normal pela maioria da população. (Hannah Harendt celebrizou a expressão “banalidade do mal”, analisando tal,em “Eichman em Jerusalém”).
Uma situação que não alcança apenas agentes estatais , de hoje ou de ontem, caso de milicianos, mas cidadãos comuns, educados num meio que não lhes dá quaisquer noções de moralidade ou ética , mas apenas uma amoralidade profunda , em que os fins justificariam os meios , numa sociedade em que o dinheiro e o lucro assumem lugar central, tudo reduzido a eles , tornados valor social básico.
No poder, uma “elite”política eleita ,em 2018 , em circunstâncias especiais e estranhas , como referido, seja com urnas eletrônicas suspeitas , atentado idem contra Bolsonaro , financiamento anterior de manifestações de rua por instituições estrangeiras, formação de bom número de quadros políticos por empresas nacionais aliadas e financiadas por corporações multinacionais, manipulação das redes sociais .( Cf.”A Nova Direita” , F.Casimiro, entre outros).
E, ao fundo , tudo indica , teríamos, no Brasil, o estrategista americano que dirigiu a eleição(também suspeita)de Donald Trump. Este o quadro político nacional , singular, nunca dantes vivido.Um passo à frente das antigas formas mais mascaradas de dominação , por aqui. O presidente eleito , nessas condições , declaradamente reconhecendo o país como fracassado e prestando continência ao dominador estrangeiro assumido e admitido . O oportunista Bolsonaro passa de falso( hoje se vê) nacionalista de direita( bem antes de 2018) a extremista de direita nada nacional , pregando ( indireto, quase direto) integração subordinada ao Império Americano.(cf.esta mudança pouco antes das eleições, em vídeo, aba esquerda da pág.inicial deste site).
Um presidente brasileiro que exalta o extremista americano Trump, contestado, mas líder da extrema-direita imperialista , eleito por meios de novas técnicas eleitorais, manipuladoras de mídias sociais, sob um estrategista top da alt-right americana , o citado Bannon, antes editor do site extremista Breitbart . Que, hoje, dedica-se a espalhar pelo mundo suas técnicas e manipulações eleitorais, a partir de uma sede central italiana.
SETE
As pregações do presidente brasileiro são no sentido da ideologia de Trump/Steve Bannon/Breitbart , o último falecido , mas havendo herdeiros de sua pregação extremista de direita , levada adiante pelos demais e, por aqui, pelos bolsonaros e adeptos.
Ora, essa pregação é no sentido de negar o debate , desqualificar o adversário, colocar em pedaços a sociedade anterior,“corrupta, comunista, distorcida,criminosa, etc.” , para poder, depois, reconstruí-la, em novas bases , isto através de qualquer meio, para poder-se , assim, vencer e conquistar o poder , inclusive pela violência.(A posição dos bolsonaristas não se limita às atuais conquistas, colocando-se eles, em essência, como revolucionários de extrema direita , desprezando a ” democracia social” , todas as suas formas ).
Tal posição defende o armamento dos cidadãos, a partir dos que a apóiam. Tudo indica que não visando uma situação geral , genérica, individual ou coletiva , de defesa da sociedade, esta sempre necessitando dela ,numa crise de segurança pública como a atual, mas no interesse de certos grupos policiais,parapoliciais , ou a eles ligados, defensores da atual administração bolsonarista , no atual momento . Grupos a que ela poderia recorrer , em caso de necessidade , e de falha no apoio à administração bolsonarista , por parte das forças militares, integradas ao atual poder executivo federal.
Há uma negativa da discussão de idéias , por parte da fração política radical bolsonarista , aquela considerada algo inútil e contraproducente, inclusive por ela saber não ter argumentos de defesa e justificativa satisfatórios, desde que torturas, servilismo aos EUA, apoio ao Império do Capital , programa bolsonarista (que se apóia no da extrema-direita radical e neonazista americana ), etc. – não tem qualquer defesa racional ou razoável.
Não havendo defesa, em termos de argumentos, muito menos em debates públicos( embora estes , de fato, retirados da big mídia, há muito), a instrução é partir, naquela perspectiva Bolsos/Bannon , para a desqualificação , violência, derrubada da eventual mesa de discussão. Isto é, jamais admitir um real debate democrático .Quer dizer, há uma incompatibilidade visceral , ou contradição antagônica, da direita alt-right com a ” democracia” , o tradicional ” estado democrático de direito” , mesmo que este já travestido em “estado de exceção informal e implícito , como já ocorre . O que significa que ou há radicalização à direita vitoriosa , com mudanças qualitativas , ou bolsonaros e trumpistas provável serão derrotados , eleitoralmente , nessas ” democracias ” , tanto na daqui e como na dos EUA. O que significa que o tempo da atual relativa indefinição, cá como lá, é curto.E que mudanças lá nos EUA , em especial, repercutirão direto aqui, de forma decisiva , num sentido ou outro.De outro lado, aquela direita precisa usar o “estado de direito” , rápido, para alcançar o poder , seja via golpe ou estado de exceção informal , tipo o que foi a antesala do nazismo- Alemanha, década de 1930.( G.Agamben, ” Estado de Exceção”).
Por isso, há que haver uma defesa e apoio incondicional, daquela direita , sem discussão, aos líderes de plantão ou de momento. O assinalado não é “teoria” ou especulação, do mesmo modo como tudo o dito até aqui – está em fatos , mais livros, documentos, sites, sendo temas até bem estudados. Embora pouco divulgados , envoltos em muita desinformação , regra geral da big mídia de nossos dias .Nada existe de conspirativo nisso . São, inclusive, fatos e informações assumidas pelos autores citados, encontrados em livros e sites, de credibilidade.
OITO
Bolsonaro, e aliados são fruto , de um lado, de época militarista e terrorista,pós-1964 /1968 , com torturas e violências que defendem e assumem, em nome de um “anticomunismo”, de lá para cá, sempre presente e perigoso – para eles.
[Embora, em verdade, não só não exista comunismo algum, hoje, no mundo, mas apenas projetos que se pretendem de transição para o socialismo ; muito menos, no Brasil, em que os militares , há alguns poucos anos, tiveram como Ministro da Defesa um então “comunista”, Aldo Rabelo , o que mostra a real situação política nacional e o modelo político de parte de seus “comunistas”, não só na legalidade como bem integrados aos militares dos quais resultou um Bolsonaro ” eleito” .Tal vale ainda para nossos dias ].
De outro lado, perscrutando as faces ocultas, o atual presidente e aliados são frutos das velhas mazelas da política brasileira, do Congresso atual e dos antigos , com privilégios, auxílios-moradia, muitos funcionários à disposição, verbas , etc. O que mostra haver muito mais oportunismo do que realidade no cerne daquela “direita” extrema bolsonarista.
O que a deixa, totalmente, nas mãos dos interesses do Império. Foi Bolsonaro deputado federal, por décadas, assim como seus filhos exerceram e exercem mandatos políticos tradicionais , participando de todos aqueles vícios antigos . Tão tradicionais , que um deles já beneficiado por decisões do STF, que o “ajudou”, juridicamente, e que agora caminha para arquivar acusações que o envolvem , assim como as contra um assessor dele, Queiroz, nacionalmente famoso.
Se tal , temos o engajamento e integração da atual liderança política nacional , no poder estatal , com as proposições do Império Americano e também com as mazelas da velha política brasileira, o país esfrangalhado, econômica, financeira , estrutural , e politicamente, sem poderio nuclear e com forças militares de baixo poder de dissuasão e combate . O que pesa em qualquer mesa de negociações .O país ,assumida e declaradamente, nas mãos de estrangeiros , desde o poder financeiro ( B. Central, etc.) , ao Estado( bolsonaristas) e às forças militares .Ainda havendo milícias , em crescimento, que tendem a crescer mais ainda , por suas ligações , e que em caso de acirramento da crise só se alinharão , prestimosas , à citada extrema direita subordinada ao Império.
NOVE
Ora, para onde poderá caminhar a situação descrita , sob liderança justo ligada e dependente dos interesses do Império do Capital ?
Já mostramos, em outras análises, apoiados em estudos substanciais de Eduardo Prado, Moniz Bandeira, Chomsky e outros, que o Império Americano jamais apoiou qualquer independência nacional ou soberania, em todos os tempos e em todas as suas colônias ou “satélites” ou “aliados”, como se queira denominá-los .
Ao contrário, reprimiu, impediu todo tipo de desenvolvimento industrial ou outro, seja via direita ou esquerda. Nunca admitiu qualquer tipo de nacionalismo, em seus “satélites” ou “aliados.”
(E essa não admissão de independência ou nacionalismo ou industrialização competitiva está exposta, claramente, nas normas divulgadas de seu Conselho de Segurança Nacional , aspecto, aliás, bem analisado por Chomsky , na coletânea “Para entender o Poder”).
Então, por essa via, pela qual segue , seja a administrativa , ou política, atual, não haverá saída , nem hoje nem amanhã, para os cidadãos brasileiros, que não seja a da subordinação, integração , ao Império, mais cedo ou tarde , associando-se , subalternamente a ele .
Na práxis, a saída política proposta , de fato e de forma indireta , pela atual liderança nacional . Se ela propõe isso por simples ignorância da História e dos livros citados ,entre muitos outros , ou com absoluta má-fé, pois o sabem, mas não tem coragem de serem claros com o povo brasileiro, e seus eleitores – deve-se deduzir que consideram que nunca convencerão, ao menos a maioria .
Tudo indica que trata-se de simples acomodação, servilismo, incapacidade de real luta , “pragmatismo” . Parece preferir , a atual liderança estatal , não só a atual direção administrativa do país , como a maioria das “elites”, ou “classes dominantes“, ligadas já a interesses estrangeiros , a integração do país ao Império Americano.
Isto , ao invés de todo um sofrimento político, social, econômico , etc., no sentido de tentar-se manter a independência mínima de hoje e lutar para a conquista de real independência. Esses , que , sob mando estrangeiro, dirigem o país , já parecem terem optado nesse sentido, seus interesses preservados, há muito.
Com muitos bens, propriedades no Brasil e no exterior , integrados e já servis a interesses estrangeiros , o objetivo das “elites” parece ser mentir e enganar o quanto possível quanto a essa situação e, adiante,consumados os fatos, mostrarem sua real face servil e de “entrega nacional”, de forma explícita e descarada .
Por isso, fingem não conhecer os meandros e essência da política externa americana e seus objetivos geopolíticos. Que antecipam a política futura quanto ao Brasil, e explicam o passado e o presente à nossa volta .
Lamentável será se as forças militares já tiverem perdido também qualquer sentido de Nação e nacionalidade, ao curso desses anos, estando na mesma citada posição subalterna. Pelas suas funções profissionais, elas e seus líderes e comandantes serão os principais responsabilizados pela derrocada nacional – e colocadas ao nível de traição popular/nacional. Será o fim delas , provável após convocadas para o massacre de prováveis resistentes nacionais que, pode-se prever , existirão. O processo se agravará à medida que aumentar a organização e resistência popular , aguçando-se tal contradição.
DEZ
Então , qualquer saída brasileira dessa situação descrita estará situada no âmbito das oposições ou “oposições”. Na verdade, já tem estado , desde longa data, nas mãos delas. Que tem-se perdido e ” enfiado os pés pelas mãos ” , sendo Bolsonaro e o destrambelho nacional prova disso. E este é um problema, infelizmente, não reconhecido pelo próprio povo e, muito menos , por aquelas “esquerdas” .
De fato , como se explicaria a atual situação de omissão, falta de programa, dispersão , divisão, falta de organização das “oposições” brasileiras ?
[E, atenção – as origens e desenvolvimento do atual “destrambelho nacional” não estão apenas em bolsonaristas ou “direitas” . Mas , também na falsa esquerda, que desmoralizou, corrompeu, ” fisiologizou” , por anos , as esquerdas. Pois tratava-se , na verdade , de uma “direita talibã” ( Petras) ,neoliberal , no poder estatal ( ou , no máximo, ” centro direita” ( R.Antunes). Erros outros de juízes , das “direitas” , “lava ou vaza-jato” não mudam isso ].
Ainda , nas origens do caos nacional – o citado , além dos erros estratégicos das cúpulas das forças militares, desde 1964, mais de uma vez enganadas pelos ardis , armadilhas mesmo e cantos de sereia entonados pelo disfarçado , mas efetivo estado terrorista americano(EUA), seu poderio, dólares usados sem escrúpulos – e seus serviços secretos. A velha máscara democrática dos EUA já , hoje, puída , inapta para enganar povos e estados , como o fazia há décadas atrás. Basta ver o que fizeram no Iraque, barbárie sob falsos pretextos . O Brasil reduzido a estado frscassado ridículo, humilhado mindialmente .
O destrambelho nacional de hoje, o labirinto em que se encontra o povo brssileiro, espada do Império na garganta , só não foi antecipado , final da década de 1980, pela ação de Geisel , que interrompeu rota destrutiva e rompeu o famoso Acordo Militar com os EUA.
(Sem sentido, fora pressões aliviadas , basta ver o que impuseram ao Brasil quanto à energia nuclear(época FHC)e a traição(ostensivo descumprimento) perpetrado contra a Argentina , no caso das Ilhas Malvinas).
Se a saída nacional brasileira , hoje, passa, em especial, pelas oposições, tal significa que também pelos partidos componentes delas , suas lideranças , além de movimentos e frentes populares . Desde a anistia , em 1979 ; do surgimento do PT , em 1980 ; da legalização dos partidos autointitulados comunistas, inclusive o aparente poderoso PC do B , eterno aliado petista ( subordinado ao PT ?) , a liderança dos oposicionistas concentrou-se no plano legal, sob a batuta política , em essência , de Lula/ PT , os com maior número de votos e, em seguida, logo, com maior estrutura partidária e burocrática parlamentar . Quantidade que não significa qualidade , nem a substitui. Lula da Silva chegou , por duas vezes , à presidência , elegendo , e reelegendo , ainda, Dilma Rousseff , sua candidata , que acabou caindo, politicamente, face a um impeachment , em 2016 .
Sucessivas crises políticas e econômicas , inclusive no que se refere à corrupção e o ataque a ela, todos os lados eivados de irregularidades e ilegalidades , o que não invalida corruptos incrustados em todos os governos e principais empresas – e chegamos a nossos dias, situacão já antes exposta e resumida . Aparente, ocorreu , no Brasil, progressivamente, a previsão seja de um internacional autor – James Petras(“Brasil – Lula Ano Zero”)ou a de um nacional , Ricardo Antunes(“A desertificação do neoliberalismo”, entre outros estudos ) , ambos abarcando aspectos importantes sobre a administração Lula . O primeiro , em especial, prevendo e prevenindo os brasileiros sobre a real política lulopetista , já por volta de 2003 – trilha neoliberal, traição ao programa eleitoral petista antes defendido , fisiologismo e, ao final da história, imensa crise das esquerdas e das oposições em geral.(Petras , id).(Isto sem discutir a específica questão do lulopetismo, já referida em outras partes, em especial em arts. deste site (caminhandojornal.com).
Mas , o que parece interessar a muitos , maioria dos brasileiros interessados, é –
O que fazer ?
– “Tudo bem, isso tudo são fatos, mas consumados. E agora, o que fazermos “?
A resposta mais acertada, provável, aquela dada por estudiosos dessas situações , a nível mundial. Tudo indica que , em crise internacional, o Império do Capital passou a impor, a seus “satélites” , uma “flexibilização de direitos”, o que já ocorre no Brasil. Aqui , tratar-se-ia , de um lado, em não incentivar ou mesmo impedir qualquer industrialização nacional ou independente , que seja competitiva , algo bem conhecido.
De outro, numa retirada de direitos , econômicos e sociais em especial .Isto , pois o grande capital sem condições , nos termos atuais, de acumulação e ampliação dos lucros, ao nível por ele desejado, ou para ele necessário.Ou seja, se mantidos os atuais direitos concedidos aos trabalhadores , sejam quanto à Previdência ou Saúde,por exemplo.
Isso vai significar, para parte do povo em geral, e dos trabalhadores de todo tipo , terem seus empregos em risco , impondo-se, sentido contrário, uma luta pela manutenção de direitos , desde que há propostas várias para retirá-los.
E aproveitar todos os espaços democráticos existentes para atuar nesse exato sentido .
O que vai implicar em não se distrair com o desvio de objetivos , rumo a questões de “identidade”, p.e., importantes, mas também recurso diversionista usado pelo grande capital , em especial americano, para sair da linha de tiro político popular a mais perigosa , e de real interesse direto dele.No caso , sempre escondido , como pode , sob Bolsonaro , sua administração, e sob o ” mercado”. De fato, as “elites” brasileiras / aliados estrangeiros , envolvidas e ativas em todos os mais importantes acontecimentos políticos e econômicos ocorridos no Brasil, nas últimas décadas.
Cabe concentrarem-se esforços em lutas básicas e na organização para bem desenvolve-las – o que não exclui organização de partidos , movimentos, etc. , indispensáveis para quaisquer enfrentamentos, inclusive o democrático.
Todos os espaços democráticos podem e devem serem aproveitados de forma objetiva e centrada , no sentido de defesa de direitos sociais e políticos. A crise do grande capital sugere que ele não é mais capaz de garantir lucros adequados num clima democrático e humano – isto é, “democracia” , com garantia a direitos humanos, do meio ambiente, etc .
Tal , por sinal, já teria até sido visto e previsto por correntes, frações políticas da “alt-right” americana, e outras da “direita liberal civilizada”, que chegam aqui ,Brasil, via lideranças locais como Bolsonaro e internacionais como Trump; e , de outro lado, via outras lideranças capitalistas reformistas , democratas sociais em essência .
Houve e continuam havendo mudanças na forma de ação do grande capital , sistema capitalista. Este muda táticas e estratégias, apenas não mudando sua Grande Eustratégia – viver para sempre, consolidar seu supremo desejo : o daquele( falso) “fim da história”, tão celebrizado há algum tempo, como depois desmoralizado.
A crise tem aumentado ,
vide até o encolhimento anunciado, pelo segundo mês, da indústria americana . Trump e os EUA já mostram sentir os resultados do embate direto e brutal com o projeto econômico mundial chinês , com resultados capazes de colocarem em risco sua reeleição .
Essa situação , de outro ângulo, atinge os métodos de atuação do grande capital, dependente mais e mais de intervenções estatais, o que é tão paradoxal quanto real , face ao propalado liberalismo. O Estado , tão combatido por ele , aparente, politicamente, na verdade passa a ser seu único e último salvador financeiro e econômico . Estado no sentido amplo de “estados-nações”, ponto bem percebido por Ellen Wood(tanto em “Império do Capital” como em “Capitalismo Contra Democracia”) .
A defesa dos interesses populares precisa da conquista de espaços democráticos , o que não interessa ser permitido pelos que , ao inverso, necessitam restringir direitos. A defesa desses direitos, exato em sentido contrário, torna-se , então, crucial para a preservação das condições de vida dos trabalhadores.
Tal explica os programas defendidos por Bannon e outros , que vão assemelharem-se aos dos nazistas da década de 1930 . O aumento dos lucros, no caso , implica, necessariamente , em restrições a antigos direitos trabalhistas conquistados por décadas e na intervenção firme do Estado. E não só na economia, como na sociedade em geral ,pois as “elites” dominantes precisarão dele para aumentar a coerção legal , e até ilegal, sobre o povo , via estados de exceção formais ou não .Porque há que se prever resistência popular , ao menos , em parte .
Assim, necessária ao Capital a conquista do aparato estatal por ao menos algumas frações políticas suas , com programa político favorável à acumulação . E tal irá valer para cada Estado-Nação, em sentido oposto àquela cantilena mundial contra estatizações e a favor do “livre mercado “, que ,de fato, hoje não parece funcionar . Só o faz quando há ,escondido ou descarado, um apoio ou sustentação firme do Estado. Este , só aparente execrado pelo grande capital, e, como visto, apenas para efeito de defesa do “liberalismo”.
Por tudo isso , nunca a luta democrática foi tão importante para os trabalhadores , seja quanto à manutenção e aumento de espaços democráticos ou quanto à defesa e ampliação de seus direitos,mesmo os já antes conquistados,hoje em sério risco .
********************************(Original não revisado , o que não impede entendimento. Base de resumo divulgado em Caminhando Jornal TV 28, como editorial).
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