Poder financeiro destrói o futuro do Brasil
Poder financeiro destrói o futuro do Brasil (CJTV 99)
Editorial de Caminhando Jornal Tv 99
Hiran Roedel
O BRASIL DA FOME
Nos últimos 6 anos a população brasileira viu seu poder aquisitivo diminuir drasticamente. Mais da metade de seus habitantes não têm o que comer. Isso mesmo, 58,7% passam fome no país, ou seja, aproximadamente 127 milhões de pessoas.
Desamparados pelo Estado, os mais pobres são jogados à própria sorte, enquanto políticos corruptos enchem seus bolsos com orçamentos secretos, compra de votos no congresso, cartões corporativos, propinas e negociatas com recursos públicos. Tudo isso ocorre na garantia de sigilos de cem anos para a divulgação de documentos que comprovariam o deboche com a miséria da população, numa reedição piorada do Baile da Ilha Fiscal que selou o fim do império brasileiro.
A corrupção é a marca do presidencialismo de coalisão, cujo Centrão sempre é o fiel da balança. O resultado é dilapidação do patrimônio do povo, inflação elevada e a garantia de que os milinários fiquem cada vez mais ricos. É o governo do sistema financeiro, onde produzir se tornou desnecessário. A palavra de ordem são ganhos gigantescos na especulação sem gerar um só emprego.
O outro lado dessa moeda não poderia ser outro senão o da miséria da maioria da população.
Sabemos que o capitalismo é o sistema que gera a desigualdade e a fome pelo mundo afora. Porém, a elite brasileira, com seu passado escravocrata, é a mais perversa de todas. A miséria de sua população não a afeta nem ética e nem moralmente.
O Brasil da fome é o país das favelas, das palafitas, dos mocambos. É, também, o país do narcotráfico, dos milicianos, dos matadores de aluguel, das quadrilhas que se encastelaram na máquina estatal. Tudo isso entrelaçado pelo latifúndio, pelo agronegócio, pelo sistema financeiro, pelas associações industriais e comerciais, além do imperialismo.
Entramos em uma encruzilhada histórica em que a velha conciliação de classes ou as receitas desenvolvimentistas só podem adiar a solução do problema, não resolvê-lo. Por esse caminho, os únicos a pagar a conta serão os de sempre: os pobres e trabalhadores.
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