Brasileiros- Povo Traumatizado e Manipulado (ll)
Brasileiros- Povo Traumatizado e Manipulado (ll)
< CONFIRA ,NESTE BLOG , “BRASILEIROS , POVO TRAUMATIZADO E MANIPULADO” (I) (II)
Mauro M.Burlamaqui
O poder, no sistema capitalista , não visa apenas impor comportamentos , pela violência ou com o uso da força, mas também treinar o povo , ensiná-lo , discipliná-lo, aperfeiçoando suas capacidades (M.Foucault, “Microfísica do poder”). O Braz$l faz isso ?
Existe um “capital humano”(T.Schultz, “O capital humano”), sob o capitalismo, a ser preservado e desenvolvido ? O que a ditadura militar fez , no Brasil, com tal “capital humano” ? Mutilou-o, física e psicologicamente, torturou-o, traumatizou-o ?
Pretenderia ela um capitalismo sem o elemento HOMEM ? E o atual presidencialismo , ultra-autoritário, de “coalizão ” , estado de exceção , que permite penitenciárias como as existentes e favelas cercadas de militares ? É assim que pretende-se educar, formar , treinar , o homem brasileiro ? O estado brasileiro inviabiliza até seu pretendido desenvolvimento capitalista e deforma e mutila , física e psicologicamente , o povo brasileiro ?
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Vimos que uma série de fatores podem estar condicionando o comportamento do povo brasileiro .Terem sido usados , deliberadamente,de forma cienīfica, para produzirem certos resultados.
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Não nos referimos à mera propaganda e marketing. Mas, a condicionamentos que vão muito além disso , com respaldo científico , que visam determinar ações, condicioná-las. Existem técnicas para isso, como vimos.
Estarão sendo aplicadas, no Brasil ? Foram aplicadas em outros países ?
Observemos outros casos , de povos”traumatizados” , também em outros países, caso da Espanha e Alemanha. Anotemos soluções, caminhos e críticas .
VI- A RISADA DOS CULPADOS
O arquivo do jornal “El país”, em 21 de novembro de 2008, mostra importante ponto , numa questão que pode valer também para os brasileiros, em geral.(Artigo de Monika Zgustova).
“Los ciudadanos que padecieron dictaduras no suelen sentirse responsables por su passividad. Pero si cada alemán tuvo que analizar su posición frente a Hitler , los espanõles deben revisar su lugar en el franquismo.”
E os brasileiros, perante a última ditadura militar, que durou duas décadas, ao menos, e cujas conseqüências chegam a nossos dias ?
Fizeram tal balanço e reflexão , 50 anos após o golpe militar?
Como o fariam , com as limitações da Lei da Anistia , as interpretações do STF e a posição das administrações Lula e Dilma, no sentido que essa Lei alcançou torturadores e terroristas estatais, alêm disso entendendo estarem prescritos seus crimes?
Precisavam fazê-lo , desde que “traumatizados” não só por fatos de passado mais remoto(colonização, escravatura, outras ditaduras) como mais recentes(última ditadura terrorista) e atuais – regime autoritário, estado de exceção, tortura e morte pairando no ar, intimidações diversas , etc.?
Mais – os brasileiros, agora perante o “lulismo”, Lula eleito como oposição radical, para mudar e superar o referido, na política, sociedade, e especialmente na economia , que dura já doze anos, agora mais quatro anos , via Dilma, que teve o entendimento acima e manteve todos os balizamentos jurídicos e políticos do interesse da “ditadura”/aliados estrangeiros , além dos econômicos (FMI, Consenso de Washington) ?
Como poderiam apoiar tal, um autoritarismo sem terrorismo, é verdade, e um retrocesso econômico único no mundo, que chega ao povo, em geral, via bolso, e às classes mais instruídas , via informação?
Entenda-se a razão dessa última indagação.
Lula da Silva não exibe , nem jamais exibiu , qualidades pessoais visíveis, a começar pela cultura , ou fala , ou porte, ou mesmo um destacado sacrifício pelos trabalhadores , ou pelos sindicalizados, mesmo na sua fase inicial de participação social.
Ao contrário, era anti-comunista, não gostava da vida sindical (assumida pelo irmão ) , assumiu um cargo , casualmente, reservado para seu irmão (então, comunista) . Informações (“Lula, o início”, de Mário Morel) indicam que aceitou o cargo pelas vantagens que oferecia, como dispensa de trabalho e garantia de emprego.
Chega a presidente , agora do Brasil, após presidência do sindicato local, assina antes uma “Carta aos Brasileiros”, 2002 , em que nega as diretrizes partidárias e todo o programa que antes assumira,durante décadas , de seu próprio partido (PT) ; em seu governo ,aparece envolvido no “mensalão” , depois aparece , novamente, no “petrolão” (Dilma\Lula) , e , ainda assim , é eleito e elege e reelege a candidata Dilma, ilustre desconhecida, sem lastro eleitoral(chamada de “poste político” ) ,quando da primeira eleição. O historiador Villa vai mais longe:
“O presidente deu novo sentido histórico às velhas oligarquias estaduais, acobertou casos de corrupção, transformou o PT em simples correia de transmissão de sua vontade pessoal, infantilizou a política e privatizou o Estado em proveito do grande capital e de seus aliados “. Questão – “vontade pessoal” de Lula, ou de seus mentores, representantes do “grande capital e aliados” , bem mencionados?
E conclui, após mostrar o que classificou como mentiras de Lula, quanto ao mensalão :
“Mas o país estava distante do mundo da razão. Vivia, naquele momento, enfeitiçado pelo carisma de Lula”.(Villa, Marco A. , “Década Perdida”,Record , RJ, 2013,p.221). Por quê, como , face ao antes descrito? Sim, carisma, mais marketing , de qualidade, propaganda maciça , desinformação, mídia direcionada .Mas,não haveria algo mais , além disso?
LULA DA SILVA E O POVO TRAUMATIZADO (?)
Se na Espanha ou Alemanha houve reflexão maior sobre o comportamento de seus povos, durante o autoritarismo/fascismo, no Brasil , não. Até pela forma da “anistia” limitada, parcial, concedida pelos autoritários militares e por tudo que passou e passa o povo brasileiro.
Além de existirem fortes indícios, podemos dizer razões, de que foram usados, em relação a ele , fortes condicionamentos sociais ,planejados e programados – como o “medo” ,por exemplo, disseminado deliberadamente. Em comum, o “riso dos culpados” , traduzido em brincadeiras como – foi uma “dita mole”; isto é a “bolsa ditadura” (referindo-se às indenizações) ; hoje, “todo mundo “inventa que foi torturado ; etc.
E quanto a Dilma Rousseff , a questão é mais complexa ainda, no sentido de provocar estranheza quanto a suas posições e às não reações contrárias. Desde que , sem expressão política alguma, nem bases no PT, é eleita e reeleita pelo aparente compadre Lula. Cujas posições já foram resumidas antes.
Lula , acusado de – informante de polícia, perseguidor de adversários , via polícias federais, ter causado grandes prejuízos aos nacionais , pelos lucros propiciados aos bancos e multinacionais,além de ter consolidado a desindustrialização e reprimarização da economia brasileira, concentrada , hoje, na exportação de produtos primários .
Mais o envolvimento no “petrolão” e no “mensalão”e ter ainda assinado a famosa Carta aos Brasileiros/2002 – o oposto do que seu partido e ele defenderam durante anos , na economia e na política .Então, como explica-se que, ainda assim, tenha sido reeleito e elegido , duas vezes, um preposto, Dilma Rousseff ? Não seria natural, nem normal. Ou há problemas envolvendo os votantes,manipulações e as famosas “urnas eletrônicas”?
Se o drama de Lula e cia. ainda está em curso, não cabendo aqui aprofundar – pois, nosso centro é o povo brasileiro -sua ação quanto à ditadura, seus feitos e malfeitos, sobre ele tudo está ficando um pouco mais claro a cada dia .
E isso importa , mesmo que de passagem, na medida em que Lula foi figura central no imaginário de “esquerda” e da”esquerda” e do povo brasileiro, desde o final da década 70 . É parte central de sonhos,utopias, gritos de independência e liberdade , do Brasil pós-ditadura. Como, por quê, se sequer foi ou é de esquerda ?
E que papel cumpriu ele , nesse sentido? De coerência, exemplo, aprendizado para o povo brasileiro , político, ou o contrário ? Atingido o poder político federal, ou melhor, mesmo antes disso(2002), com essa perspectiva no horizonte, guinou à direita, publicamente(“Carta aos brasileiros”,2002,com apoio às diretrizes do FMI/Consenso de Washington ) , passando a apoiar o oposto do que defendera , durante décadas. Se há confusão quanto às “esquerdas” e nas “esquerdas” e traumas políticos no povo brasileiro, a partir daí, Lula da Silva é , sem dúvida, figura central nessa trama ou conjunto de casualidades(?!).
O que se discutiria, nesse particular, é apenas se ele sempre tivera essa posição de hoje , à direita, pró-bancos e multinacionais, (e a escondera sempre ,cuidadosamente) , educado que foi pelo sindicalismo americano, com estudos nos EUA e Japão (neste país , oficialmente confirmados, M.Morel, ” Lula, o início ” e D.Paraná, ” Lula, filho…”) ou teria mudado de posição , no curso do processo político. (Tudo indica a primeira hipótese).
Silva fez sua carreira e cresceu , politicamente, durante a ditadura, década 70 em diante, atingindo a presidência em 2002, antes levando seu partido a muitas prefeituras e governos estaduais. Hoje, é um dos principais responsáveis pelo atual caos brasileiro.
Quer dizer, o povo deu-lhe respaldo, apoiou-o, passou por cima de acusações e fatos comprovados, tanto que no “mensalão” foram condenados , inclusive, seu Chefe da Casa Civil, Dirceu(outra estranha figura , de duvidosas ações e comportamentos) , além de deputados e dirigentes do PT. Apesar disso, foi reeleito, teve grande respaldo eleitoral, assim como Hitler , na Alemanha nazista. Se lá as explicações são umas, aqui outras. Mas, ambas parecem envolver traumas, manipulações políticas , razões conscientes ,e inconscientes , dele próprio e do povo brasileiro .
Além de trama conspiratória exitosa altamente elaborada (o que significa que veio de fora do Brasil) ,com meios e capacidade de execução ,mais forte e disfarçado apoio da grande mídia , em especial no início de sua carreira .Isso e mais apoio de influentes empresários( Garnero e outros, em certa época , no seu início ) e também da própria ” ditadura”, por certo já visando o projeto de uma ” distensão lenta e gradual” , controlada, do qual Lula ,possivelmente, fez parte, via Geisel, Golbery e Romeu Tuma .
(Cf. Neste site, “O fator Lula” ;declarações de Brizola, Garnero, etc.E ” Lula – dedo-duro?!”. Cf.ainda as intenções americanas, de buscar um líder “viável” para o Brasil, não comunista.Ellbrick, embaixador dos EUA a CYRILLO, “in” Mir, L., “A revolução imposível” ) .(De outro lado , ao mencionarmos “consciente” e “inconsciente , enveredamos pela senda freudiana).
SOCIEDADE E RESPONSABILIDADE
K.Jaspers concluiu que a culpa do estado nazista também pesava sobre o povo alemão. E a culpa da ditadura brasileira ? Se assassinos , em outros lugares , durante longo tempo , permaneceram soltos (Bósnia, Karadzic; e Eichmann, Alemanha, que tiveram auxílio e apoio de muitos ), o que dizer dos torturadores e assassinos brasileiros ?
Sob as ordens comprovadas de generais, e presidentes, todos soltos , lépidos e fagueiros , falando grosso, e desrespeitando o povo, via dirigentes como Lula e Dilma, que aliás respaldam-nos, junto com a big mídia, “bloco neoliberal mundial” e aliados locais, até a presente data ?
Como os sérvios, no Brasil, risos e indiferença dos acusados – torturadores e assassinos. É famosa a percepção de Hannah Arendt , exilada, depois da chegada ao poder de Hitler. Dizia – “Os alemães vivem da mentira e da estupidez. “
E , mais tarde, assinalava que os alemães recorriam a qualquer truque … para fugir de sua culpa de destruição de metade da Europa e pela sistemática eliminação de judeus .” E que na hora de buscar os culpados , os alemães recorriam “a abstrações, não buscando culpados “ . E o que fazem Lula, Dilma e seus aliados, no Brasil? E como vem procedendo o povo brasileiro?
Na análise citada , o jornal menciona – “porque una sociedad que permite um poder dictatorial o totalitário durante décadas es uma sociedade enferma, como lo es también una sociedad como la serbia …” “Y los bacilos de esa enfermedad pueden andar aún em el cuerpo social y em cada uno de nosotros. Por ello es necesario conocer lo que pasó y reflexionar sobre ello. Ninguna enfermedad se cura com el olvido”.
Sem dúvida. O quanto “contaminado” foi o povo do Brasil por tudo que passou? Isso a somar-se aos “truques” , presentes, políticos,máscaras, simulações , de 2000 para cá, em especial, usados por Dilma, Lula, o marqueteiro competente Santana, psicólogos sociais e sabe-se lá quem mais . Basta lembrar que Lula da Silva /Dilma , com práticas comprovadas de direita , Silva assumidamente, apesar disso sustentam auréola de “esquerda” , auxiliados pela grande mídia, que , há décadas, finge acreditar nisso. E o “povão”, suas mentes , como ficam em meio a tais “truques”?
E adianta ,ainda, Monika Zgustova -“Para ocultar su culpa y su verguenza , los pueblos suelen ponerse distintas máscaras . …Una de las más eficaces es la máscara de la anécdota y la risa”. A que mais usa-se , no Brasil, também , de longa data esconder problemas não enfrentados, que exigiriam mudanças que não quer-se nem consegue-se fazer.I.e., a minoria dominante.
No Brasil, houve exatamente o mesmo – a certa altura , alguns adeptos da ditadura , que um humorista (Ziraldo) chamou de covardes e c…, diziam dos torturados e das indenizações recebidas o acima referido – “bolsa-ditadura” , “ditamole” ,etc. como se fossem piadas os prejuízos , as torturas violentas a que foram submetidas as vítimas , pelos covardes sorridentes , tendo sido muitas esquartejadas , nas dependências estatais ,ou privadas ,usadas pelos torturadores . (Taís Morais , “Sem vestígios”, entre outros). A prática da “piada” , para tratar situações como essas, parece universal, como se vê .
Conclui a autora citada – “Las sociedades y sus ciudadanos debemos asumir colectiva e individualmente la responsabilidad de lo que hagan o hicieron nustros Gobiernos. Es este uno de los actos mahyores de la dignidad humana”(Monika Zgustova, El país, archivo, 21-11-2008 , elpais.com).
É tudo que não foi feito , no Brasil, com a que alguns chamam de “limitada e pseudo-anistia”, com conseqüências sérias. Mas, a nossa questão é – por que o povo brasileiro permitiu tudo isso, inclusive a “graçola ” acima , publicada, em relação aos atingidos pela ditadura militar ? Por que , até agora, tem assistido , sem protestar , a uma anistia limitada , feita pelos próprios torturadores, e seus representantes, que protegem-nos ? (Cf. ,neste site, artigos sobre a “ditadura militar” ).
Os fatos mostram traumas vividos pelo povo brasileiro, não “tratados” , ignorados pela mídia e elites, além de inúmeras armadilhas a que foi induzido a cair – políticas, econômicas e sociais. Povo traído por seus próprios líderes , inúmeras vezes. Tanto pelos da direita armada , e descarada(ditadura) , quanto pelos de uma pseudo-esquerda, direita travestida de esquerda, usando essa máscara, de “esquerda” (após a ditadura) , para melhor enganar , e tentar fazer passarem despercebidos seus crimes e traições – hoje, Lula da Silva/Dilma à frente .
Vejamos os reflexos desses possíveis “traumas” , por certo maximizados pelo dia a dia perturbador ,sofrido pelo povo brasileiro , e pela péssima educação formal e informal por ele recebida , a última via mídia, exemplos, ídolos, comportamentos, símbolos.
VII – MEMÓRIA NACIONAL E COLETIVA
Há uma “memória nacional”, capaz de captar e reter tais fatos , em especial alguns como os citados, tipo torturas , escândalos, ditaduras ?
Vivien Souza: “A mais abrangente das memórias coletivas é , de certo , a memória nacional. A formação de uma identidade nacional que agregue símbolos , rituais,valores e credos à memória coletiva de indivíduos pertencentes a um país é processo fundamental para se estruturar uma memória nacional bem consolidada .”
Os acontecimentos, a memória dos fatos ocorridos, que atingiram a coletividade, pois, tem importância básica para um povo . As ditaduras brasileiras repercutiram e a última está bem viva na memória nacional, até hoje recheada de ressentimentos e lembranças não bem esclarecidas. Centenas de “desaparecidos “ não tiveram seus corpos sequer recuperados. Seus parentes não sabem onde pranteá-los .
A autora acima citada continua – “Benedict Anderson ( “Comunidades imaginadas”, 2008) investiga o processo de formação das identidades nacionais … cujos membros são unidos através de um imaginário comum. Só a partir da formação desse imaginário é que se poderia falar em nação no sentido moderno da palavra.
A construção de uma nação por sua vez , passaria “pela seleção dos lugares de memória , descritos por Pierre Nora”.( Quanto ao Brasil, cf. “A formação das almas”, de José Murilo de Carvalho, que analisa a questão dos símbolos, no caso brasileiro).
O ato de “testemunhar” , sobre o trauma, pode referir-se ao acontecimento traumático , dor, sofrimento , o que torna o quadro sobre a memória mais complexo –” o trauma seria caracterizado por ser uma memória de um passado que não passa e acompanha sempre a vítima”.
As memórias da tortura seriam a inserção do trauma na memória nacional. E não haveria condição de uma “imparcialidade ” ou “isenção” do estudioso do tema.
“…é fundamental não incutir no erro de tratar os anos mais duros da ditadura no Brasil com uma pretensa imparcialidade histórica. Sendo a batalha da memória também uma batalha política, é preciso compreender, conforme afirma Seligmann-Silva, que já “não pode haver mais espaço para uma antiga objetividade dentro desse registro da história como trauma”.(Vivien Souza , “A memória traumática da tortura : contribuições do debate acadêmico para as possibilidades de reabilitação e esquecimento; Ver Eletrônica discente História.com.Cachoeira,vol.l, n2,2013.(ufrb.edu.br).
Em outros termos, a tortura , o medo , a violência podem fazer parte da memória nacional e a anistia brasileira ,limitada , pouco ou nada trabalhou em sentido contrário, minimizando sofrimentos e todo um “trauma social”.
Se o “medo” é uma poderosa “ferramenta “ de condicionamento social, a mais poderosa delas, e se o medo da morte e, em especial da tortura (que causa mais temores que a morte , a muitos ) pode ser traumatizante , após o que passou a sociedade brasileira , até hoje, pudemos entender que ela está impregnada por esses medos diversos citados , e outros, que já fariam parte da memória nacional. E esse medo teria uma origem essencial – no Estado Brasileiro.
VIII – TORTURA,TRAUMA, POVO
O Brasil tem características específicas , quanto a essas questões . De fato , …” foi o único país da América Latina que “perdoou” os militares ” sem exigir da parte deles” nem reconhecimento dos crimes cometidos ”nem pedido de perdão. “(Maria Rita Kehl).
A citada autora , em conhecido trabalho , especifica :
“O “esquecimento” da tortura produz, a meu ver, a naturalização da violência como grave sintoma social no Brasil. Soube, pelo professor Paulo Arantes, que a polícia brasileira é a única na América Latina que comete mais assassinatos e crimes de tortura na atualidade do que durante o período da ditadura militar.
A impunidade não produz apenas a repetição da barbárie ; tende a provocar uma sinistra escalada de práticas abusivas por parte dos poderes públicos, que deveriam proteger os cidadãos e garantir a paz.” (Renato Lessa, “Ciência Hoje” – id.) Quer dizer, como assinalamos, a par de traumas passados outros vividos no presente, de forma brutal.
Esse autor, antes citado , dá dimensão maior à tortura e a seu papel social .Trás a questão para o centro deste estudo:
”No entanto, para que as liberdades sejam suprimidas deve operar uma exigência material precisa : é necessário que o regime autocrático tenha a capacidade efetiva de causar sofrimentos físicos aos que a ele se opõem .” E , naturalmente, que tal seja tornado público, ao menos para aqueles a que pretenda-se condicionar. “
Para esse autor , a tortura é o próprio fundamento do regime autocrático: …”lugar de uma crueldade e de um sofrimento que ultrapassam propósitos pragmáticos de extração de informação .” O objetivo vai além da coleta de informações , que talvez pudesse ser conseguida de outra forma.
Mas, como antes mencionado , a tortura, para o povo brasileiro, não foi um sofrimento apenas quando da colonização, escravatura ou mesmo nas várias ditaduras, inclusive a última , militar . Ela permanece como um dado atual e admitido pela sociedade -ela continua, no Brasil.
O estado de exceção brasileiro atual , travestido de ” democracia” , tolera-a , não coloca seu combate como prioridade , admite o que existe dentro e fora das penitenciárias – tortura e atentados diários contra a dignidade da pessoa humana.
Ela , a tortura , assim como penitenciárias desumanas, serve para intimidar , atuar a nível inconsciente, criar a aceitação social do inaceitável , o que permite a existência de ditaduras, líderes autoritários, déspotas. O que a ameaça de uma simples prisão talvez não permitisse .Ao menos , com tanta rapidez e eficácia.
Continua a autora :
“Por fim: hoje ninguém desconhece a existência da tortura no Brasil – nem do passado, nem do presente. Não podemos assimilar nossa indulgência para com os torturadores de ontem e de hoje como se fosse efeito de desconhecimento do fato.
Mas, se nós aceitamos com certa tranqüilidade a existência da tortura e a impunidade dos torturadores, o que é que teria ficado recalcado, silenciado, depois de nossa pseudo-anistia, e que ainda hoje produz sintomas sociais de violência policial com freqüência ainda maior no presente do que durante a ditadura ?”( Grifo da Redação).
A quem caberia atacar a tortura e buscar seu fim ? Se os parentes de muitos mortos e torturados ainda atuam ,no caso, a maior parte da sociedade brasileira permanece fria ou ausente do debate. Por quê ?
“O que ficou recalcado na sociedade brasileira, desde a tal pseudoanistia , é que somos nós os agentes sociais a quem cabe exterminar a tortura . Esquecemos que é possível viver sem ela. Só que esta mudança não se dará sem enfrentamento, sem conflito. A tortura resiste como sintoma social de nossa displicência histórica”.(Margens Clínicas, 9-9-2013).
Com razão , bem cita a autora – “…todo cidadão está potencialmente sujeito à tortura , sendo tal dessimetria aterrorizante entre dominantes e dominados a própria base dos regimes de exceção .” (Renato Lessa , in M.R.Kehl , .
Visto está que não só o medo generalizado, mas algo pior está incrustado na sociedade brasileira – um medo que vai das polícias aos órgãos estatais, a cada repartição pública, em que o cidadão é mal atendido , mas a ameaça de prisão está estampada nas paredes( “desacato-pena”…) , com a interpretação por conta do agente público.
O medo alcança cada um e ameaça a todos- prisões, não normais, onde a violência de gangues reduz o cidadão a zero – e também e sempre medo de tortura , o que pode ser pouco em relação ao que passa-se nas prisões.
O trânsito e a liberdade de ir e vir, no Brasil, não são normais. Existem, muito limitadamente, segundo horários e locais. Nem locais turísticos estão liberados todo o tempo. Se o de automóveis envolve milhares de câmeras e multas , a maioria através de måquinas automáticas, sem recurso normal e democrático(indeferidos , aos milhões, sem fundamentação, obrigando recurso a uma Justiça cara, ineficiente e demorada ) , o policiamento existe para punir e ameaçar e arrecadar , tudo variando um pouco ao sabor de advogados importantes e recursos.
Mas, paira sobre a sociedade , no ápice da escalada do medo, de todos os tipos, como soberana e rainha -a tortura. A sociedade não teve coragem nem mobilização suficiente para investir contra ela .
Ela intimida as próprias vítimas . Envergonha muitas delas . Deixa traumas tais que a própria iniciativa pessoal perde força.Livros e mais livros atestam que , neste particular, como já assinalamos, talvez quase que só nele, o estado brasileiro tem funcionado com certa eficiência – intimidação, tortura , violência.
Por certo, os esquartejamentos , feitos pela última ditadura, e a queima de corpos, assassinatos covardes de jovens[( jovens , destaque-se, e tal é importante) desarmados e já rendidos( cf. “Brasil nunca mais” e “Sem vestígios”, já citado ) , colocam o Brasil , em primeiro lugar, no mundo, em termos de barbarie . Com o complemento – barbárie absolutamente impune. Isto é, os assassinos e torturadores -e seus protetores- estão soltos, sem qualquer coação ou ameaça legal, aptos,pois, a vinganças e ameaças , até preventivas, para protegerem-se .
Como a maioria era militar ou policial , ainda com o direito legal de armarem-se, ao contrário de suas vítimas, em maioria civis. No caso, o Brasil também vence , em relação à violęncia , sem precisar apresentar como título sequer o que passa-se nas suas prisões e penitenciárias , caso de queima de pessoas vivas e jogos de futebol com cabeças cortadas ou mortes sucessivas por doenças mal tratadas.
Esses alguns traumas sofridos, antes e agora, pelo povo brasileiro . Estarão aí as razões para tanto “respeito pela autoridade”, por parte dos brasileiros ? Os dados , por aqui, devem superar ,em muito , os das pesquisas européias , antes citadas. Tudo isso , por certo, influencia o comportamento político e eleitoral do povo, somado a outros fatores condicionantes, antes citados .
DITADURA , PODER E CAPITALISMO NO BRASIL
Mas, há , ainda, um outro lado da questão . Em princípio, a desmedida violência usada pela última ditadura militar ( por enquanto, fixemo-nos apenas nela) e , após, a violência mais inteligente , do estado de exceção, pareceriam , afinal, terem sido exitosas , inclusive para empresários e militares brasileiros, aliados no golpe patrocinado , essencialmente, por estrangeiros. Em que pese traumas, mortes, torturas.
[ Hoje virou moda chamar a ditadura militar de civil-militar, embora sua essência fosse, do começo ao fim , militar. Até nas negociações da transição , a ditadura foi representada ,do lado do governo, por Figueiredo e outros militares .
(Aliás , se fôssemos complementar , melhor seria usar o termo “empresarial “, desde que foram os empresários os verdadeiros promotores do golpe/contra-revolução anti-nacional e anti-democrática/1964 – empresariado estrangeiro aliado ao nacional, patrocinado pelos interesses e serviços secretos dos EUA, em especial ) ] .
De fato ,a brutalidade da ditadura, apesar dos mortos, vítimas,etc., pareceria ter sido adequada a seus objetivos – destruição imediata dos “inimigos” comunistas e nacionalistas, resistentes, e da incipiente indústria nacional independente (cuja destruição era objetivo central dos interesses estrangeiros, junto com a revogação da “Lei de remessa de lucros”, que limitava remessas financeiras para o exterior).
Objetivos alcançados , a lei foi revogada , logo nos primeiros dias . Talvez por isso até os militares brasileiros achassem a violência benéfica . E , de certo modo, aparentemente, apenas teria havido êxito , então, com aquele autoritarismo explícito.
O mesmo valeria , atualmente , após a transição “democrática” , para o mais discreto, inteligente, autoritarismo implícito , via estado de exceção permanente(atenção – o que não significa que tal estado exerça suas medidas excepcionais o tempo todo, mas apenas quando necessário, via “lacunas”e interpretações jurídicas-cf. artigo “Estado de exceção” e o livro de G.Agamben , de mesmo nome) .
Essa perspectiva , todavia, é limitada. As consequências da violência vão longe- afetam o comportamento de toda a sociedade. O “êxito ” , no,caso, poderia ser visto apenas do ponto de vista dos estrangeiros, sejam nações ou empresários ou serviços envolvidos naquelas operações de sabotagem à então nação brasileira . Quanto aos nacionais , militares, empresários , aliados a interesses estrangeiros , mídia por eles financiada ou cooptada – não é bem assim.
Os militares envolvidos assumiram posição de traição explícita à antiga pátria brasileira – desde que provada , sobejamente, a direção dos EUA , no golpe e contra-revolução nacional , via IBAD ,IPES, financiamento de passeatas, Peace Corps, inclusive por declarações de seus embaixadores.(Cf. Dreifuss, R.A., ” 1964-a conquista do estado” , entre muitos outros) .
Além disso, abriram caminho para a destruição da indústria nacional , mataram e torturaram jovens brasileiros , em resumo, destruíram a nação que tinham como dever defender , armas nas mãos. Em nome de hipotético “comunismo” , incentivado e promovido como perigo urgente e real, pelos interesses estrangeiros, estivessem enganados ou conscientes disso (nas cúpulas, claro que conscientes) , destruíram a nação.
Idem os empresários nacionais , aliados à direção estrangeira, intelectuais, professores, jornalistas,grandes empresas de comunicação que tomaram tais posições. Vitoriosas as empresas multinacionais estrangeiras , o capital financeiro internacional e o bloco neoliberal liderado pelos EUA. A indústria nacional tornou-se não competitiva.
Mas, indagar-se-ia – como, se o país está aí…até “modernizado” ? A modernização consistiu apenas na abertura comercial quase descontrolada a produtos estrangeiros de alta tecnologia , ao preço da destruição da indústria nacional. O Brasil tornou-se grande mercado consumidor deles. E o objetivo do bloco neoliberal , nessa fase, não é tomar e ocupar as terras ,o território de um país. Administrar custa caro .
Quer os bônus, não os ônus. Nem sempre , sequer no passado , esse era o objetivo imperialista de Roma, por exemplo. (cf. “A cidade antiga”, F.de Coulanges ,e Montesquieu , ” Considerações sobre as causas da acensão e decadência…” , entre outros) .
A administração pode ser deixada, lucrativamente, com os nativos , desde que paguem os estabelecidos empréstimos,juros,taxas,investimentos,etc. Como o Brasil faz, pagando os mais altos juros do mundo, por capitais aqui investidos. Com o BNDES , de quebra, financiando multinacionais estrangeiras. Fora tal promoção e garantia, lucros exorbitantes para estrangeiros e, residualmente , para o desenvolvimento do país, a violência só traz mais e sérios problemas.
Trata-se da questão do “poder” . O povo brasileiro tem sido considerado sem capacidade para assumir serviços especializados e outros. O ” poder” não envolve apenas manter-se , pela violência , um estado e “elite”, em especial , numa sociedade que pretenda desenvolver-se , de forma capitalista. É muito mais que isso. Ao mutilar, traumatizar, humilhar, “destruir” o povo brasileiro , a violência empregada vem destruindo também parte do “capital “- humano – necessário a seu próprio desenvolvimento, num projeto capitalista.
Em resumo, não existiria um “capital humano” (T.Schultz, “O capital humano” ) a ser preservado, cuidado , disciplinado(Foucault, M., “Microfísica do poder” ) , treinado? As ditaduras militares e o presidencialismo ultra-autoritário , brasileiros, apoiados no estado de exceção permanente, travestido ou mascarado de “democracia” , têm sido capazes de propiciarem isso ?
A resposta é negativa, basta ver a situação econômica brasileira . E administrações desse tipo , antidemocráticas, autoritárias, sem equipes , nacionais , técnicas , independentes, de alto nível, em todos os setores, servindo a um projeto nacional, não têm condições de fazerem uma administração correta , e eficiente,necessária ao ” desenvolvimento , numa sociedade , nas condições descritas.
IX – PODER, POVO, DISCIPLINA
Não podemos mais, em nossos dias, ver a questão do poder apenas como uma capacidade de impor comportamentos determinados, caso do poder político, através do Estado.Isto é, manter-se apenas uma perspectiva macro , tradicional, da Teoria do Estado . Há que ter-se em vista a etapa histórica e, no caso, o capitalismo , que o Brasil pretenderia desenvolver.
Em que pese, atualmente, viver uma reprimarização de sua economia, (Petras ,J. “Brasil – o grande salto para trás ” ) imposta por uma divisão internacional de trabalho a nível mundial, que reservou-lhe o papel de simples produtor de matérias primas – “‘comoditties” .
(Reservou-lhe, no sentido que não deu-lhe outra alternativa -aceitação ou privações , numa longa luta de contornos imprevisíveis, possível derrota no horizonte.Tal luta não é a dos sonhos de burocratas , corruptos ou “esquerdistas” de chopes, whiskyes e noitadas boêmias. Então, tomam decisões nos limites apontados, há décadas , por Jaguaribe ou Plînio de A.SampaioCf.neste site).
As modernas perspectivas de poder vão além disso e podem explicar problemas brasileiros e melhorar o entendimento sobre as ações e comportamentos do povo do Brasil, na atualidade. Além, também, permitir reflexão sobre suas perspectivas futuras. Nesse sentido , Foucault distingue , no poder , uma situação “central e periférica ” e , de outra parte, um nível “micro” de exercício.
Para Foucault , o poder possui , também, uma positividade , que tem como alvo o corpo humano , mas não para supliciá-lo , ou mutilá-lo , “mas para aprimorá-lo e adestrá-lo”.Foucault entende haver uma tecnologia própria de controle do poder , que encontra-se em institruições como “o hospital, o exército, a escola, a fábrica “- esse tipo específico de poder , Foucault chamou de “poder disciplinar”.
Cria um mecanismo envolvendo métodos que permitem controle das operações do corpo , que “manipula seus elementos, produz seu comportamento, enfim, fabrica o tipo de homem necessário ao funcionamento e manutençao da sociedade industrial , capitalista “(Roberto Machado , prefácio, M.Foucault , “Microfísica do poder”, Graal, RJ, 2002, RJ,pág. XVII e outras).
Nesse sentido , o poder disciplinar referido , muito ao contrário de destruir o indivíduo – “ele o fabrica “.O indivíduo é um de seus “mais importantes efeitos”. Ora, a primeira questão colocada é – o exercício brutal de poder , caso das ditaduras brasileiras , permitiria tal adestramento , ou seja, treinamento , aquele lado de positividade do poder ? É evidente que, nesse sentido, caminham as fábricas japonesas ou chinesas ou americanas . Da mesma forma que suas escolas e oficinas e hospitais -e exércitos .
O caráter disfuncional do estado brasileiro, em que notamos quase apenas o funcionamento de seu poder centralizado, macro, de impor , pela violência, aceitação e comportamentos – não vai ao encontro da referida positividade , que implica numa necessidade do próprio sistema capitalista, para funcionar e produzir, adequadamente.
Essa uma indagação que fica – o aniquilamento dos indivíduos, a traumatização maciça deles, a médio e longo prazos, contribui para seu melhor rendimento no trabalho e para o desenvolvimento do capital , que requer uma produção industrial constante, organizada , disciplinada ? Se o poder é uma “relação”, tal relação é impossível ou , ao menos , é bastante prejudicada , se os corpos estão aniquilados ,seja por torturas , seja por um sono mínimo e inadequado , ou por horas passadas , em pé, diariamente, em trens superlotados .
Os diversos mecanismos estatais que traumatizaram e traumatizam o povo brasileiro vão de encontro com necessidades do sistema capitalista , o mesmo que , de outra parte,eles tanto querem garantir , por todos os meios – inclusive pela violência , direta e permanente .
A relação está prejudicada , assim como qualquer esperança de positividade constante , aquela capaz de promover o desenvolvimento e multiplicação do capital . Se a fábrica, para o perfeito funcionamento , exige tal, também a escola e as próprias polícias militares. O caos , nesse caminho, é inevtável. Seria, em parte , o que está ocorrendo , no Brasil?
Um sistema educacional em que milhares de professores são agredidos por alunos – e que funciona com presença intermitente da polícia – militar – não tem condição de adestrar ou treinar quem quer que seja , de forma regular , metódica, positiva. Tal vale para o dia a dia dos indivíduos traumatizados e ameaçados, a todo momento, já sequer tendo como referência os diretamente “punidos” ou torturados, legal ou ilegalmente, minoritários, em que pese a repercussão desses fatos.
A organização do estado brasileiro, seu comportamento disfuncional , em praticamente todas as suas competências básicas , faz com que a sociedade inteira seja “travada” , ainda mais se o objetivo pretendido for o desenvolvimento capitalista , que vai implicar em criação de oficinas , fábricas, metodização , técnicas, disciplina – indivíduos treinados. Não existe tal tipo de sistema sem homens habilitados ao funcionamento das máquinas – e da própria sociedade , em geral, caso dos professores e outros profissionais , liberais ou até prestadores de serviços.
O alto índice de criminalidade existente no Brasil , a falta de infra-estrutura e de investimentos e o baixo nível das universidades brasileiras, por exemplo, visto no ranking mundial (em que apenas uma universidade , a Fundação Getúlio Vargas, está entre as 120 que apresentam melhores resultados e condições para o futuro) – esses dados apenas já atestam a situação existente .
O povo brasileiro vive em meio a essa situação – em que o estado “mongolóide” , a par de já ter um componente traumatizado , seu próprio povo , historicamente (estudiosos mencionam a colonização, escravatura, ditaduras, a última ditadura militar, a problemática de hoje ) , ainda vive uma realidade , atualmente, também traumatizante – perda da soberania(a partir do endividamento, dependência externa , literal sucateamento , privatizações desordenadas e não revertidas ) e transculturação avançada.
Para completar o quadro que envolve o Brasil , e seu povo, há a questão da administração da sociedade , que , em nossos dias, não se resume a uma ou muitas famílias. Já foi-se o tempo de uma mais simples arte de governar , apoiada em estatísticas . A população tem uma regularidade própria – número de mortos, doentes, acidentes, etc. Hoje em dia , trata-se de grandes epidemias , deslocamento de atividades, efeitos econômicos determinados .
Trata-se de apreender redes de relações entre população, riquezas, território , normas jurídicas já existentes e criação de novas – a intervenção técnica e científica no campo da economia e da população. (Foucault, id., p.288). E de utilizar uma perspectiva científica e também técnicas adequadas de governança. E , então, estaremo-nos referindo à economia política.
E aqui fica novo questionamento – da forma como está organizada a estrutura jurídico-política brasileira-
[a escolha de representantes , inclusive dos responsáveis pelo chamado Poder Executivo , em todos os níveis , em que a divisão de poderes pouco ou nada funciona ; o estado e a sociedade apresentando , na atualidade situação de crise geral – escândalos da Petrobrás e outros ; crise na energia (dívidas de cerca de cem bilhões de reais ); crescente dívida pública ; infra-estrutura sucateada ; falta de recursos para investimentos ; pagamento dos mais altos juros do mundo ,aos capitais estrangeiros ,investidos no Brasil , etc. ]-
há alguma possibilidade de uma administração “científica” do Estado Brasileiro, ou ,ao menos ,medianamente eficiente, em qualquer um de seus níveis federativos ?
O que houve na última Copa do Mundo, realizada no Brasil, feita aos “tropeções” [manifestações, prisões(algumas ilegais, por ocasião dos últimos jogos ), prisões “preventivas”( para que mais manifestações não fossem organizadas ) , blindagem de notícias por parte da grande mídia , manipulações diversas , denúncias de superfaturamentos na construção dos estádios de futebol e outros gastos, absurdos , como a isenção de impostos dada à FIFA( oferecida por Lula da Silva, Paes, Cabral , sem ter sido solicitada , segundo Blatter , presidente da FIFA) ] – desde logo responde à pergunta acima.
Os sucessivos desvirtuamentos da organização político-jurídica brasileira, em especial a partir da “transição negociada” com a ditadura militar , desde 1980, implicaram em consequências sociais que foram-se revelando ,gradativamente, embora sempre mascaradas pela grande mídia( comprometida com as camadas sociais dominantes , na sociedade brasileira ) – medidas provisórias, sigilo de Justiça, foro privilegiado , ausência de controle popular das instituições (inclusive a Justiça e a Polícia), nos vários níveis , viciada divisão de poderes, urnas eletrônicas inconfiáveis(ainda hoje mantidas, até aparecer um escândalo maior ) , etc.
Daí, impunidade, mais autoritarismo, indisciplina, corrupção, exploração, desigualdade social…Até chegar-se ao que hoje vive-se, no Brasil.
Para resumir e qualificar o que vive hoje a sociedade brasileira, ninguém melhor que um atento cronista do cotidiano :
“Há uma grande neurose no ar. Cria-se uma vontade de fuga.Nunca vi tanta gente falando em deixar o país (…)As mudanças mentais são visíveis nos rostos tristes nos ônibus abarrotados, na rápida cachaça às 6 da manhã dos operários antes de enfrentar mais um dia de inferno(…)Estamos experimentando sentimentos inesperados , dores nunca antes sentidas.
Quais são os sintomas mais visíveis desse trauma histórico? (…)Já há uma grande violência do povo contra si mesmo .Garotos decapitam outros numa prisão, ônibus são queimados por nada, com os passageiros dentro, meninas em fogo, presos massacrados , crianças assassinadas( …)uma revolta sem rumo, um rancor geral contra tudo.Cria-se um desespero de autodestruição e o país começa a se atacar.(…)”
O cronista percebe a assinalada dificuldade de mudanças :
”Há uma retroalimentação da esculhambação generalizada que vai destruindo as formas de combatê-la . Tecnicamente não estamos equipados para resolver as deformações que se acumulam como enchentes , como um rio sem foz.” (Arnaldo Jabor, O Globo,9-12-14). Com sensibilidade social ,percebe , ele próprio , o trauma social – e identifica-o também na sociedade, em geral, em elementos diferentes de diversas classes sociais .
A resposta, pois, é mesmo – não, à pergunta antes formulada . Não há condição , hoje, no Brasil, quer de escolha direta de competentes técnicos , para a alta administração, quer de eleição , em quantidade, de políticos qualificados tanto para uma fiscalização correta e isenta, daqueles no poder, como para elaborar a legislação indispensável ou executar uma administração de alto nível .
Isto é , capaz ao menos de selecionar e dirigir , adequadamente , técnicos competentes. Seriam necessárias , antes, várias reformas da máquina estatal, e outras , constitucionais, que atingiriam poderosos interesses conservadores.O que , atualmente, inviabiliza-as.
Veja-se que, em todos os seus anos de administração, de fato desadministração ,Lula da Silva e petistas não só não mobilizaram o povo brasileiro , nesse sentido, como fizeram o oposto – desmobilizaram-no e cooptaram, fisiologicamente , os movimentos sociais. Chegando a perseguições e prisões (junho 13 e Copa/14 , no Brasil, por exemplo ) , sob silêncio da grande mídia. Seria preciso , em sentido oposto, para forçar tal , grande movimento /pressão de massas, a nível nacional.
Tudo indica que, na atualidade, não há condições para isso . Não há forças políticas capazes de implementá-las e levá-las a objetivos definidos. Sequer há projetos nacionais. Fora, naturalmente, os das nações estrangeiras, para o Brasil, não públicos, que , por certo, existem -e estão em excução . Muito menos lideranças , de fato, populares. Esse povo, pois, sofrido e traumatizado, terá que buscar e construir novas opções e assumir essas importantes tarefas, antes referidas, amadurecidas as condições políticas.
A par de todos os traumas descritos, o povo brasileiro sobrevive , em meio a um conjunto de aberrações e absurdos, em todos os níveis, sejam econômicos, sociais ou jurídicos , alguns dos quais enumerados , anteriormente.
Enfatize-se o autoritarismo do Executivo , envolvido em corrupção, de longa data(décadas) , bem analisado , com indicações e comprovações, por autores como Paulo Napoleão.(Cf. neste site “Brasil, Estado de Exceção, ” onde constam referências , páginas , etc.) .A crise , os fatos indicam, deverá aumentar para que , paradoxalmente, sejam talvez abertos caminhos e soluções – só possíveis com a citada ampla participação popular.
Ora, enumeramos mais de uma dezena de condicionamentos, situações traumatizantes, limitações, abusos, etc. cometidos/impostos pelas “elites” , em relação a esse povo – a maioria tendo à frente o Estado Brasileiro , manipulado por minorias sem responsabilidade e sem o crivo do controle popular . O que significa a ausência de um mínimo de condições para estabelecer governabilidade normal – razoavelmente democrática .
Que comportamento esperar , nessas condições , por parte desse povo, seja em eleições, ou no dia a dia, nas escolas, ruas , com seus carros , parentes, vizinhos , autoridades, amigos ? O que , como vimos, ele vem fazendo. E o aparentemente paradoxal – não há solução racional para a situação político-social brasileira sem participação política , ativa, dele, povo brasileiro . Ele próprio , por ação ou omissão , decidirá seu destino pessoal – e o de toda a sociedade brasileira.
X CONCLUSÃO
-povo , eleições , futuro-
Essa rápida resenha sobre influências e condicionamentos sociais , recebidos, sofridos , padecidos , pelo povo brasileiro, alguns produzidos deliberada e intencionalmente , resultado de planejamentos , com objetivos determinados ; outras , talvez não – de qualquer modo , a resenha permitindo-nos certas conclusões. Que , como vimos, podem apoiar-se em experiências de outros povos, que apresentam alguma correlação com as nossas.
Uma , que – é preciso aprofundar estudos a respeito , nessa linha aqui tomada – pesquisas políticas , Freud, testes – pesquisas já realizadas sobre relações de autoridade, pai , famílias , em sua correlação com o Estado, administração, uso do marketing político , “condicionamentos”, influência da violência , torturas, traumas , no comportamento popular.
Outra – que é possível, sim, buscar utilizar determinada metodologia, ou “ferramentas” ,condicionamentos, como vimos , para provocar determinado tipo de comportamento social . Algumas “ferramentas “ já existem , de forma “natural”, digamos assim, normal, na sociedades organizadas , sempre nas mãos de quem detém o poder estatal , sendo organizadas sob a égide do Estado – caso , por exemplo, daquelas envolvendo escolas, mídia , família .
Em que pode-se ver , nesses casos específicos , elas apresentarem características especiais, como a pressão ou direcionamento imposto por tal ou qual “aparelho ideológico” (Poulantzas) , de forma mais menos contundente e programada, deliberada, no sentido de determinada direção política, social ou outra , dentro das várias opções existentes . Caso do ensino religioso , católico, no Brasil, durante longo tempo.
Essas ações corresponderão aos interesses e ideologia das frações políticas preponderantes existentes no seio do bloco de poder , ou seja, as que detenham , na ocasião , aquela parte do aparelho ideológico. Nesse caso, tendo condições de impor-se , e a seus objetivos, tenderão a serem mais diretas quanto a determinadas questões em discussão , naquele momento, na sociedade, abandonando qualquer perspectiva de isenção ou igualdade ou “democracia “.
Exemplo, o caso acima da religião – numa sociedade pode impor-se o estado laico , enquanto, em outras , em sentido contrário , poderá assumir um Estado não laico – religioso, sob diversas formas .Caso dos muçulmanos e outros.
A correlação de forças sociais e políticas determinarão rumos – e isso acontece em todos os países e no Brasil atual. Lembremos o desarmamento, no Brasil, há alguns anos. Primeiro, o Congresso aprovou uma legislação limitativa , desde que havia maioria para tal. A grande mídia fez grande campanha e propaganda. Depois, propuseram um referendo , em que a sociedade respondeu não ,ao desarmamento, por grande maioria (mais de 60%).
Entretanto, a lei limitativa e restritiva já tinha sido aprovada,antes, pelo Congresso – por pouco não havia a total proibição de armas , inclusive aquelas em mãos do Estado , nas condições acima descritas . Algo ainda mais injusto para o povo brasileiro – sem segurança e já desarmado.
Essa campanha do desarmamento apareceu, casualmente, no Brasil, via alguns pacifistas dedicados, “idealistas” , sacrificando tempo e lazer, ou foi levada adiante por profissionais bem pagos ? Pagos por quem ? ONGS financiadas por capital estrangeiro? Aguarda-se respostas.
1- CONDICIONAMENTOS CIENTÍFICOS
Há outros fatores e métodos de condicionamento, mais específicos, capazes de alcançarem determinados resultados programados, como antes analisamos . Sobressai-se , nesse sentido, a “disseminação do medo”, entre as pessoas – do medo da morte ; de assaltos; de exclusão e isolamento , com humilhação e vergonha ; da tortura ; da prisão humilhante ; das prisões superlotadas, controladas por gangues; da perda de suas casas, emprego, benefícios .
Esses métodos são provadamente eficazes(comprovados por fatos, experiências , como as que vimos ) , sendo o” medo” considerado o mais importante , no sentido de conseguir e garantir certos objetivos pretendidos pelo poder. Vai ao encontro de milenares inseguranças das pessoas.
Em outro sentido, a distribuição de benesses , “caridade”, casas , como vimos, são considerados também meios ou “ferramentas” eficazes para promover condicionamentos. . O que dizer , nos dias de hoje, dessa distribuição de bolsas-família e outras ser feita através do Estado, com verbas públicas, mas sempre por determinada administração que capitaliza , diretamente, essa “caridade”, através de símbolos, identificações indiretas, inaugurações ?
Essas “bolsas” e outras concessões ao povo, em geral, foram idéias, ou projetos, de entidades internacionais, utilizadas no Brasil , e em outros países, aqui com pleno êxito desde a administração de FHC e, principalmente, Lula/Rousseff. Ao povo não importa quer origens , quer responsáveis – apenas o benefício obtido , que , numa perspectiva distorcida , deveria ser retribuído , ao promotor , no caso, o governante do momento.
2- O PAI AUTORITÁRIO
Até a exploração do “carisma”, ou figura paternal, ou maternal, mostra-se um meio eficaz de condicionamento social . De outro lado, não há dúvida quanto à influência , no meio do povo, da apresentação de políticos como “produtos”, via mídia, técnica plenamente exitosa , desde a década sessenta, nos EUA – teoria da motivação de Parsons e outros.
A mídia televisiva , por outro lado, permite o corte de um real debate político, por exemplo, e a montagem de cenários, “teatros ” políticos bem produzidos, em que as qualidades e defeitos reais do “produto” (candidato) aparecem mascarados, maquilados, alterados por edições e via digital.
Foi o caso da aparência de Dilma , na tv , durante a campanha eleitoral/2014 ,uma figura, e , em outros momentos, antes e depois da campanha eleitoral , outra bem diferente.
Como vimos, via Marcuse e Freud , a autoridade do pai, sobre a criança , agora crescida , vai projetar-se em relação ao Estado, à administração , numa sociedade determinada, em especial , se existe um povo “infantilizado”, por vezes com a família desfeita, em que a superação das atitudes infantis em relação aos pais não tenha sido corretamente alcançada (cf. antes, neste artigo).
Tudo indica que há uma projeção da imagem do pai,e de sua autoridade , em direção à figura do representante do Estado , administrador, chefe, presidente . Na administração estatal , poderosa, autoritária, caso brasileiro, pode-se imaginar que tal projeção acentue-se mais ainda , de um lado e outro, em qualidade e quantidade . (Recorde-se pesquisa de Millgram , antes citada ).
E aqui impõe-se uma indagação – seria por isso o uso de tom forte, quase belicoso, por parte de Dilma e Lula , nas últimas campanhas políticas ? Atitude teatral , que teria dado resultados positivos , mais uma vez , provavelmente , a conselho de experientes especialistas , psicólogos sociais ou outros (não usemos o termo marqueteiros – reconheçamos que são mais que isso) .
Hå dados e indícios que , sim , houve resultados positivos , por parte de LULA/Dilma , com o uso de técnicas de intimidação e disseminação de certo medo de mudanças , entre outras,e ainda por parte de outros candidatos governamentais, que usaram iguais recursos , que seriam a garantia do recebimento das bolsas família e outras benesses , através de suas eleições .
A firmeza de tom , autoritarista, recheado de mentiras , promessas de casas e bolsas, benefícios sociais, feitas, com êxito , em campanhas anteriores, foi repetida agora, em 2014, e por certo teve origem em cuidadoso planejamento , apoiado nos meios ou ferramentas de condicionamento social, antes referidos .Sem tais recursos, os resultados eleitorais teriam sido muito piores.Sem as “urnas eletrônicas”( provavelmente fraudadas), nem mencione-se).
Lembremos campanhas passadas , que também apresentaram resultados positivos, com a vitória do PT , Lula/Dilma , usando tais métodos , quando Lula, e depois Dilma , com firmeza , e até certa violência, autoridade e arrogância , fizeram frente aos fracos, quase delicados , educados argumentos políticos de Serra e Alckmin .
Além disso, aqueles discursos lulistas , feitos com a forma acima – recorde-se – no conteúdo , defendiam a alimentação dos eleitores (bolsas ), sua proteção da natureza , guarida ( em casas ) , entre outros benefícios – tudo reservado para eleitores cidadãos/filhos que votassem em Dilma/Lula/autoridade/Estado/pai protetor. Envolviam a menção à satisfação de alguns dos maiores anseios e medos do ser humano – medo da fome, de ficar sem emprego, casa,, etc.
Tal hipótese , apoiada na ação real de Lula e Dilma e PT , nas campanhas eleitorais de 2002/2006/2010/2014 , conscientes seus executores ou não , tem fundamentos em Freud/Marcuse , Parsons, entre outros .Pode-se ver isso no texto , anteriormente citado (na primeira parte ), de Marcuse, quando ele envereda (“Eros e a Civilização” e “O homem unidimensional”) na utilização da psicanálise para entendimento de problemas sociais, caminho já visualizado por Freud .
[Muito antes, cerca de 1920(“Mal-estar na civilização”) . Freud até justificou-se por não ter enveredado ,mais a fundo , nesse caminho filosófico, naquele momento , que , como viu-se , foi capaz de desdobrar-se até em técnicas de uso eleitoral ,de manipulação de massas. O que analisou, brilhantemente, Marcuse , entre outros, embora de forma genérica ] .
Cruzamos, acima, esta análise de Marcuse/Freud , envolvendo a identificação cidadão/pai/Estado/administração, com as antigas pesquisas de Millgram e outros, sobre o respeito à autoridade – a posição reverencial , e de tendência do cidadão comum , à autoridade, ao Estado , em relação a uma figura que ressalta autoridade(por certo, tal vai ao encontro dos estudos das escolas freudianas) .
Há uma influência palpável da posição de autoridade , que repercute nas urnas, a favor da autoridade/candidato. Daí espertos psicólogos sociais enfatizarem tal, via símbolos, imagens, fotos que representem poder estatal,com ou junto do candidato/autoridade.
Assim, mais respaldo ainda encontramos para a perspectiva de Freud , via Marcuse – existe , sim, em maior ou menor escala, tal ” respeito reverencial”, destacado, pela “autoridade ,”sem justificativa racional, mesmo em sociedades europeias, ainda que trate-se de mero professor ou pesquisador , de jaleco cinza. Como se explicaria tal ? É convincente a posição freudiana/marcusiana.
Ainda recorrendo à teoria psicanalítica, para melhor compreensão de certas atitudes do povo brasileiro, em especial em vista das últimas eleições, sua votação em Lula/Dilma e posições frente não só à última “ditadura”,como em relação à questão da anistia e não punição de torturadores identificados , sem razão aparente . Admitindo-se que a superação da figura do pai ocorreria com a maturidade , com vivência familiar e social que superasse o “infantilismo” , o que implicaria em decisões mais racionais , nem sempre isso ocorreria . Os testes de e outros parecem atestar isso.
Daí , a indagação – no caso de uma sociedade como a brasileira, com cidadãos maciçamente analfabetos ou analfabetos funcionais, com baixo nível de entendimento de situações complexas , sociedade com uma memória coletiva ou nacional apoiada no medo, tortura, ditaduras , autoritarismo , que decisão seria de esperar-se por parte da maioria ?
Uma decisão madura ou maciçamente influenciada pelo “infantilismo” ,não superado ? No caso, a figura paternal projetada na autoridade estatal(Estado) – que apresenta-se como candidato, as duas situações e a projeção da autoridade paternal fundindo-se .
O que esperar-se de um povo ,”nessas condições” e , em relação ao qual fossem utilizadas “ferramentas” outras de condicionamento , tipo bolsas-família, com cartões e promessas de aumento , “caridade pública”, somados com outras bolsas diversas e distribuição de casas e utensílios domésticos ?
3- DAS DENTADURAS AOS TRATORES E FOGÕES
Tudo através de uma autoridade/candidato, com a “caneta nas mãos” . Assinale-se que, no caso, de uma forma ou outra, todas essas concessões vão mostrarem-se identificadas com tal ou qual política e candidato , se houver, ligado ao Estado. A vantagem sobre o adversário, em diferente situação, é brutal. Quebrado o princípio constitucional da igualdade, que, aliás, deveria compensar , em sentido contrário , o candidato não ligado ao Estado, para melhor tentar equilibrar a disputa.
No último caso, teríamos um retrocesso político – mudando a época e as eleições e as benesses , “mutatis mutandis” , há décadas, recorde-se, uma distribuição de dentaduras, dinheiro para compra de votos , ou , mais recentemente, de camisas e chaveiros, feita de forma quase direta por candidatos , sem que, então, houvesse , ao menos , a presença do Estado.Hoje, bolsas e benesses, distribuídas , diretamente, através do Estado . UM PASSO ADIANTE , no patrimonialismo brasileiro. (Faoro, R. , “Os donos do poder”).
Um passo atrás nas eleições livres, voltando-se décadas atrás . Usa-se ,agora, o próprio Estado para interesses eleitorais privados , uma política identificada , de fato , com os temporários dirigentes dele – candidatos . E ainda faz-se propaganda disso. Dirigentes estatais que, legalmente, em público , mediante meios indiretos de identificação, beneficiam-se , diretamente ,desse processo .( Legalmente, tudo admitido via “estado de exceção informal” , i.e., interpretações “jurídicas” feitas por autoridades) . .
Essas questões apareceriam maximizadas , em termos de resultados, caso houvesse um povo “infantilizado”, pouco amadurecido , familiar e socialmente , ignorante – um povo de “trapalhões”, como , há décadas, identificou um autor , como Lima Barreto. Mas, que ainda em nossos dias dá , a todo momento, via mais de seus dirigentes do que dele próprio, demonstrações de tratarem-se mesmo ,ainda hoje, de “trapalhões” – corrupção pré-anunciada , e avisada, sem providências ; impunidade generalizada ; escândalos diários de desfalques imensos ; normas que não são aplicadas a determinadas autoridades; esdrúxulo regime político e sistema de governo , etc.
Não há competência nem na ação dos corruptos ou no sistema de corrupção. Trapalhões e trapalhadas surgem a todo tempo. Tudo admitido por esse mesmo amansado e doentio povo. Acalmado por jogos de palavras e mentiras tipo – “isso tudo (corrupção) aparece tanto na mídia porque só agora , no meu governo , as falcatruas estão sendo apuradas . Nunca apurou-se e puniu-se tanto”…etc. Jogos de palavras, em que confia-se na ausência de inteligência e falta de informações do povo .
Enquanto isso , o Ministro da Justiça e o Advogado Geral da União usam seus cargos para defenderem funcionários acusados de ilícitos .E o foro privilegiado , o sigilo de Justiça , processos ocultos (?!) , no STF,etc., tudo é utilizado , da máquina governamental , para defender os acusados. Ligados, obviamente, aos mais mais altos dirigentes do país -Dilma e Lula, meio escondido . A Petrobrás financiando ricos advogados – para defender seus diretores . O objetivo é proteger os chefes- os líderes políticos , em especial , Lula e Dilma .
Quanto à figura (autoritária) do pai , projetada no Estado, em seu representante/candidato , interessante observar o resultado eleitoral final de Aécio Neves, no segundo turno , da última campanha eleitoral, enfrentando a própria Presidente da República, beneficiada por todo o esquema acima apontado. Quando esse candidato muda de atitude, e passa a ser agressivo, independente , completamente diferente do primeiro turno, e da mesma posição anteriormente tomada por seus correligionários, Alckmin e Serra , em eleições anteriores (passiva) – a campanha eleitoral toma outro rumo .
Agora, com autoridade(paternal?), usando outro tom, firme, agressivo, altivo , o candidato defende-se , ataca, chama sua contendora , diversas vezes, de mentirosa, promete a todos a mesma “caridade estatal “, combate o medo espalhado na sociedade – e , como resultado , cresce nas pesquisas e nas urnas, sendo até consagrado nas ruas de algumas cidades .
4- DILMA , LULA – FREUD /MARCUSE
Aécio Neves teria , afinal, combatido Dilma/Lula , com as mesmas armas deles. A adversária , agora com menos “autoridade” , porque acuada, com muitas acusações pesando por seu envolvimento no escândalo do “petrolão”, recuou e baixou o tom .E o resultado – crescimento de Aécio nas pesquisas e ruas. Como interpretar isso?
As lições dos psicanalistas , acima , levam-nos a concluir, antes de tudo, sobre a importância da utilização da teoria de Freud no melhor entendimento da sociedade (aliás, Marcuse coloca-a como sociológica ) e no estudo da Filosofia . Pode-se , ainda , incluí-la no estudo das relações de poder – política .
Evidente, entretanto, e também tal é parte desta conclusão , que há um ocultamento social da filosofia de Freud, que começou a brilhar (pasmem!) já na década de 20 . Mas, parece haver explicações para isso – Freud tira máscaras , analisa criticamente as religiões, o cristianismo , o puritanismo sexual .
Antecipa , como teórico genial, teses que levariam décadas para começarem a afirmarem-se .Ora, tal posição fere poderosos interesses – políticos , também. No caso das religiões, elas aí estão – e em plena ascensão , no Brasil, por exemplo. Aliadas a interesses políticos sempre os mais conservadores . Freud agride , com suas análises, o mundo conservador, que considera isso inaceitável.
Além disso, Freud desmascara conflitos e crises familiares, sexo infantil, sexo , em geral. Não interessa a conservadores , que apoiam-se no inverso – no sobrenatural, religiões, máscaras. Freud era darwiniano – e só recentemente(2014) , o Papa, católico, aceitou tal teoria, majoritária há muito , por comprovações diversas , adaptando-a aos interesses de sua Igreja. Até poucas décadas , as teorias religiosas mais difundidas negavam , de forma radical, as descobertas de Darwin .
Freud não interessava e não interessa (ainda) à sociedade ocidental. Por óbvios motivos, em que pese , em “Mal-estar …” ter colocado , claramente, que mesmo numa sociedade sem propriedade privada , a agressividade dos indivíduos continuaria , embora possa ter sido atenuada. A ausência de propriedade privada não resolveria todos os problemas humanos . Nesse sentido, argumenta com a agressividade e lutas comprovadas , nas hordas primitivas.
Então , se de um lado havia razões para não ter-se tornado unanimidade, na sociedade ocidental , havia ,de outro lado, impasses e dúvidas, nas perspectivas marxianas , sobre ele. Quanto mais que vivia-se a afirmação do “comunismo”, na Rússia, logo seguido do “stalinismo”, radicalmente anti-freudiano, ao inverso de outras correntes marxistas.
Ressalvada a importância, para o entendimento da sociedade brasileira, das contribuições freudianas – assim como também para o da sociedade mundial – e as razões ter sido Freud colocado em discreto plano, aquém de sua genialidade , há que acrescentar-se, no caso brasileiro , as questões dos traumas coletivos sofridos . Que consideramos existentes – tipo a colonização , escravatura e ditaduras , não só a última .
Com ênfase , após o período mais ativo da ditadura ,na transição comandada por ela , e na anistia distorcida , que protegeu assassinos e torturadores , desdobrando-se na questão militar e na dos “desaparecidos” , que prorroga-se até nossos dias. Temos aí traumas evidentes , que espocam , quase diariamente, dia sim ou não , nos principais jornais do país , já há décadas , num vai e vem neurótico .
A traumatizada sociedade brasileira, inclusive suas elites, sempre acovardadas , comprometidas com a última ditadura, caso de empresários envolvidos em torturas, políticos famosos idem, não renovada nem dinâmica, não consegue dar vazão ou superar essas situações .
Sequer o passado o mais longínquo tem sido corretamente tratado. Por exemplo – se agora já comemora-se tanto o “Dia do Zumbi”, que seria o herói negro, por que não se comemora com igual ênfase o “Dia do Peri”, ou outro nome que se dê, que seria o do herói índio ?
Este foi o mais autêntico brasileiro, dizimado sucessivamente na colonização e, ao que consta , mais recentemente, pela última ditadura militar , com mortes aos milhares.
5- INDIOS, ESCRAVOS , TORTURAS, DITADURAS
Tratemos do tema envolvendo os índios, em passado relativamente distante , um dos traumas históricos da sociedade brasileira :
“Inicia-se então esta “caça” do homem pelo homem, que pelas suas proporções tem poucos paralelos na história, e que figura como apanágio de glória das “epopéias” bandeirantes. Escusado será repetir que foram estas expedições predadoras do gentio, que percorreram o território brasileiro de norte a sul e de leste a oeste, descendo do sertão milhares e milhares de cativos a serem iniciados nas “belezas” da civilização “(“Caio P. Jr., “Evolução Política do Brasil”, Brasiliense, SP,1983, pág.24).
Muitos outros terríveis episódios marcaram nossa sociedade e povo .Por exemplo, as dezenas de decapitações feitas pelos “pica-paus”, tropa governamental, no Rio Grande do Sul, quando dos Farrapos; ou o massacre de Canudos ou … Ou , em sentido contrário, demonstrando covardia incrível, as invasões de esquadras inglesas , em nossas baías, de norte a sul, para impor, este é o termo, a abolição da escravatura e o término do tráfico de escravos (1850) – bombardeios, queima de navios já capturados ,em plena costa brasileira, ataques a residências, com violência .
Tudo realizado pelos colonizadores ingleses , que , via Portugal, tinham o Brasil como colônia, aqui aplicando-se , inclusive, a Lei Inglesa quanto aos cidadãos ingleses, em conflito com os brasileiros, em que pese , por vezes, terem “servido” aos brasileiros locais, via suas elites , caso da afirmação da “independência”. (Caio P.Jr, entre outros, ob.cit.) . Recorde-se que, pseudamente, o Brasil teria tornado-se independente, em 1822, com intervenção de bucaneiros e piratas ingleses. Que, em alguns casos, foram bem além de suas atribuições contratadas.
Portanto, além da ação de psicólogos sociais , e estudiosos , na campanha dos petistas e na “construção “ de Lula da Silva e cia. , resistindo ao “mensalão” , ao “petrolão” , a acusações (em livro, e na TV, com fundamentos ) quanto a seu passado de informante do DOPS/SP/1970, e da perseguição feita a adversários, usando as polícias federais(Tuma Jr., “Assassinato de reputações”) – temos , em especial nessas campanhas petistas, o uso de diversos meios ou “ferramentas”, aptas ao condicionamento social . (“medo”, “caridade pública”, perspectiva do uso Estado como projeção paterna , etc.).
Além disso , há uma série de fatos , que vêm desde a colonização(caso dos índios, acima citados ) até à última ditadura e , em nossos dias, até à pseudo-anistia . Mais casos pendentes , como o dos “desaparecidos” políticos e dos torturadores , não punidos . E , mais recentemente , “o escândalo do mensalão” (cuja apuração foi interrompida pelo próprio Lula) e o do “petrolão” ( com a vitória de Lula\Dilma , a apuração vem sendo atrasada e escondida ) .
Quer dizer , um passado traumatizante somando-se a um passado recente tenebroso e a um presente presente que repete os erros anteriores – máscaras , para esconder-se pessoas e fatos, caso do atual estado de exceção (cf. em outro artigo) , democracia não democrática, apenas liberalizante , fantasiada de autêntica e real .Com o auxílio da grande mídia e da ignorância popular . A grande mídia auto-censurando-se, sempre, com a desculpa de “filtros” e “manuais de redação”, em nome da “governabilidade” – chamando sua auto-censura de ética, rigor na informação , filtro necessário – e assim por diante.
É esse povo , aqui enfocado , que mora em favelas, atulha-se em ônibus e trens, sem condições, queima-os , de vez em quando , acovarda-se frente ao Estado, é multado pela “indústria de multas” , aos milhões , torturado pela PM, enganado por falsos ídolos , construídos por estrangeiros .Obrigado a votar, ser revistado, pagar multas e impostos -sem reclamar . Este é o povo brasileiro , no dia a dia.
Enganado , por urnas eletrônicas infalíveis e por uma Justiça Eleitoral que considera-se perfeita , corta cabeças em presídios desumanos , silencia frente a ditaduras , finge respeito às autoridades, mente e mente em pesquisas – e é vítima constante de genocídios, como foi no passado, sempre explorado em benefício dos povos ocidentais mais desenvolvidos.
Só que aqui não joga-se bombas, como em Hiroshima, ou mata-se , como ocorreu no Iraque e na Líbia, com direito a espetáculos pela televisão. Apenas porque não foi necessário , ainda , desde que , por aqui, nunca foi esboçada real e ampla reação a inúmeras explorações sofridas . Tanto que o país está como está – sucateado .
Tal o resultado de 50 anos de golpe militar e contra-revolução antinacional e antidemocrática, liderada por estrangeiros (EUA, à frente )e seus aliados locais. O que pode-se pretender ,ou prever , em relação a esse povo, vítima das diversas mazelas descritas ?
6- ALIENAÇÃO, DEMAGOGIA, MENTIRALHADA
De um lado, povo “alienado” , maciçamente, via tv, celulares, redes sociais, música, tóxicos, demagogia , mentiralhada . De outro , ainda comete-se contra ele genocídios disfarçados , nas favelas , presídios, hospitais, “hospícios” e no dia a dia- contra a juventude, em especial , tendo como ativas participantes as polícias militares.
Tudo referendado e validado pelo Estado e pela sociedade .(Embora, apesar disso ,esteja crescendo certa consciência social , como provam as manifestações de junho/13.Logo reprimidas pelo autoritarismo do estado de exceção , com prisões ilegais e perseguições . A ativista “Sininho ” está foragida ).
O Estado agindo , via violência, brutalidade, ameaça, intimidação. Em momento algum , através de seu poder, educa, ensina, disciplina (Foucault) , treina. Não cumpre sequer o papel que é-lhe destinado pelo sistema capitalista. Destrói” seu “próprio capital – humano. O que teria de mais valioso.
Máquina alguma funciona sem homens adestrados/preparados. O Estado Brasileiro(?), talvez por servir a interesses estrangeiros, não adestra, não treina, não forma, não disciplina – causa revolta ou destrói , desde logo, “seu” povo. Vai construir que tipo de sociedade , dessa maneira ? Acrescente-se a isso a ausência de investimentos , uma infra-estrutura caótica , que tortura o povo , no que se refere a transportes, energia elétrica e até água. Os serviços públicos mal funcionam .
As multinacionais, que dirigem e mandam no Estado , desde que elegem seus dirigentes , não o respeitam . Nem a ele nem à sua “vigilância” . Elas fazem o que querem – se há dificuldades , a propina resolve . Ou o “jeitinho brasileiro ” – expressão amenizadora.
Os últimos escândalos da Petrobrás mostram o funcionamento desse Estado . A falta de controle popular implica em abusos de todo tipo – de dirigentes de estatais, altas autoridades do Executivo, Legislativo, Judiciário .Os poderes reduzidos a um único , de fato – o Executivo.
O Estado disfuncional , em que tudo mal funciona, apenas é capaz de reprimir um povo ,nessas condições. Mantê-lo silencioso, doente ,obediente, ignorante, sem iniciativa , educação ,treinamento. Mas, com isso, não tem a sociedade elementos para prosperar , sequer há mão de obra habilitada para as tarefas do desenvolvimento capitalista.
7- VERGONHA MUNDIAL
O resultado é a necessidade do permanente estado de exceção , travestido de democracia, sempre em condições de arquivar, engavetar , rasgar , interpretar , maliciosamente, inquéritos e processos. Sem contar sua aptidão para ocultá-los nas gavetas do Supremo Tribunal Federal .
Em geral , protegendo autoridades crivadas de acusações e ilegalidades. Mas, ele não pode , jamais, colocar em risco a “governabilidade” – e para isso conta com a elite dominante e as “armas ” do estado de exceção – inclusive os absurdos “processos ocultos “, de número indeterminado, literalmente escondidos pela mais alta corte de Justiça do país.
Uma vergonha mundial. A Petrobrás, a maior empresa “brasileira”(mas, atenção – o Brasil já não detinha “real” controle dela , mais de 50% das ações com direito a voto , e ela ainda desvaloriza-se dia a dia , face aos escândalos) , processada até no exterior .
Para onde irá essa sociedade, dos brasileiros, sob tal ” elite” dirigente , suicida , politicamente, e incompetente, violenta, com um projeto catastrófico de capitalismo , ou talvez sem nenhum projeto, após hipotética destruição/degringolada/divisão da nação brasileira ?
Tudo isso é suportado com o uso das válvulas de escape mencionadas, desde o estado de exceção , travestido em democracia, à grande mídia cooptada e financiada pelos interesses dominantes(estrangeiros ) , capaz de blindar os acovardados líderes do país .
Os atuais governantes já desconfiaram que podem escapar dessa Justiça vergonhosa, mas não da História. A História relatará, por certo , e em detalhes, a traição pactuada contra o povo brasileiro. Ponto a ponto, nos últimos 50 anos, graças à tecnologia , que facilita investigações e estudos.
8- DE BRASIL A BRAZ$L
Braz$l transculturado, a maior província do mundo, produtora de bananas , ferro , petróleo bruto, soja e outros produtos da terra . Além de gado , galinhas e ovelhas. Grande importador de produtos industrializados , mercado consumidor importante para as multinacionais(estrangeiras) . Paraíso para o capital financeiro internacional pelos altos juros que paga – os maiores do mundo.
Brasil.Desadministrado (não é exagero, é fato) pela trinca Lula da Silva, (o operário, padrão americano, educado por sindicatos estrangeiros – para dizer o mínimo ) e seus parceiros Rousseff(a que faliu, em definitivo, a Petrobrás, e ainda mantém , na direção dela , a “presidente Graça”, co-participante do caos, de sua confiança ) e José Dirceu .
Este , agindo sempre nos bastidores, o estranho guerrilheiro que abandonou , de repente, comunismo e guerrilha, de forma e por razões que não explicou . E que costuma fazer gestos (de “esquerda”? – ou é uma “banana” que está dando para o povo brasileiro, a quem enganou e traiu ?) , imitando velhos esquerdistas (?!), um deboche , de qualquer modo, desde que rico e assumido capitalista .
Do velho Brasil , restou apenas esse povo, nessas condições , e o Estado ,endividado , fraco, ocupado por aliados a estrangeiros, incompetentes ou trapalhões ou corruptos . Apenas capaz de controlar e massacrar , se preciso , o próprio povo . E dar-lhe migalhas , de vez em quando , ao invés dos bilhões dados aos estrangeiros dominantes e aos corruptos a seu serviço . E ainda capaz de , em caso de “necessidade” , política, com certeza, recorrer a seus protetores estrangeiros – muito bem armados.E investir contra o povo brasileiro, como feito em 1964.
Um país com Estado autoritário e patrimonialista , estado de exceção, com as instituições deformadas. Pelas circunstâncias antes descritas, sem condições de uma administração de alto nível . Um estado que, pela sua violência e má administração, além de desorganização estrutural, mostra-se sem condições de administração realmente técnica de nível, necessidade de nossa época.
Endividado , dependente de investimentos estrangeiros para avançar . Por isso , e por ter seus mais altos dirigentes financiados , eleitoralmente, por multinacionais e recursos financeiros vindos do estrangeiro, o que compromete-os .
[Como ocorreu, acintosamente, no caso de Lula, 2002, recursos vindos das ilhas Cayman, onde foi pago Duda Mendonça , caso não totalmente apurado, e , mais recentemente, acusações de recursos com objetivos semelhantes(eleições 2010/2014), via Petrobrás, envolvendo ilegalidades e doações simuladas].
Aliás, acusações bem conhecidas, ainda em apuração (?!) pela Polícia Federal, Justiça Federal e Ministério Público. Que Lula da Silva , Dilma/PT , uma vez reeleitos, tentam impedir por todos os meios.[Cf.ação de Janot, Procurador Geral , tentando proteger Dilma/Lula e fazer acordo com os acusadores.( “Isto é”, 10/12/14, p.34).
Um ex-diretor da Petrobrás afirma que não se trata só da Petrobrás, mas de todas as empresas estatais(corrupção generalizada ) .Paulo Roberto Costa, Rede Globo, dez.2014, cf.vídeo Youtube) ].
9- SOB DIREÇÃO ESTRANGEIRA
Enfocamos um Estado cujo líder , e responsável maior, como líder máximo partidário e eleitor da “presidenta”, pelas últimas administrações, é um sindicalista educado por sindicatos americanos, que assinou documento apoiando o projeto neoliberal mundial, estrangeiro , liderado pelos EUA(2002) , e que , ainda, inúmeras vezes, declarou-se apoiador e adepto político de bancos e capital financeiro internacional, jactando-se dos mais altos lucros do mundo a eles proporcionado , em seu governo.
Um país dirigido, em última análise, por tal líder, e cujo balanço dos últimos anos foi, além do antes assinalado, desindustrialização , desnacionalização e reprimarização da economia, hoje apoiada na exportação de produtos primários, no mesmo padrão qualitativo que o Brasil pretendia superar desde mais de 50 anos, origem da crise que levou Getúlio à morte . ao golpe de 1964 e à atual situação brasileira. Tal líder , ao invés de contestar, como seu partido pregou durante anos, desde logo apoiou exatamente o oposto – o programa estrangeiro .
O que caracteriza uma direção “nacional”(?) moldada em projeto estrangeiro, que levou o país à atual crise – o que temos, hoje , é o resultado explícito, nos lares e nas estatísticas e documentos e livros, de 50 anos do golpe militar e da política “pacifista”, e conformada , do estado brasileiro, que seguiu-se (1964/2014), apoiada pelas “elites nacionais”, sua grande mídia e mentores/aliados estrangeiros .
O que talvez explique o desrespeito desse Estado pelo povo brasileiro, desde que dirigido por prepostos ou aliados a interesses estrangeiros, de longa data. País sem infra-estrutura capaz de dar suporte a qualquer desenvolvimento . Por isso, pagando os mais altos juros do mundo a investimentos (estrangeiros). Incapaz sequer de estabelecer , após 50 anos, uma anistia “normal”, com punição de torturadores e assassinos, a nível de outros países.
O povo desse país, ainda assim, levado por propaganda , pela utilização eleitoral da própria máquina burocrática estatal , ferramentas de condicionamento social várias, como antes analisamos, por uma grande mídia oligopolizada , dependente do indireto financiamento estatal(propaganda) e das empresas multinacionais (estrangeiras , em maioria ) , que sustentam tal Estado , tendeu a votar em seus , a essa altura, desadministradores , que , ainda por cima, por distribuírem benesses e bolsas financiadas pelo poder público, e via genocídios (disfarçados) e controle de natalidade , auto-intitulam-se de “esquerda”.
[O historiador Villa chamou tal período de “década perdida “, com razão , cf.na primeira parte dessas notas. Da mesma forma, os responsáveis por tal situação mantém uma frente política de aliados que vão da extrema-direita pemedebista, tipo Sarney e Calheiros , ao PC do B, todos apoiados por bancos e multinacionais, enquanto intitulam-se de “esquerda”. Mais – intitulam-se partido dos “trabalhadores ” , partido financiado por multinacionais e capital financeiro nacional e internacional.(Cf.Petras, James.Artigos neste site. E , do mesmo autor, “Lula , Ano Zero”) ].
Pois bem – essa “esquerda “, é aquela que, quando , apesar das pressões em sentido contrário , o povo desorganizado tenta manifestar-se , até controladamente (junho/ 13), logo ataca-o, coloca-o como vítima de provocações (indivíduos mascarados que , fazendo depredações , buscam afastar a população das manifestações, talvez provocadores profissionais ) , prende-o , persegue-o , criando vítimas de ilegalidades diversas . (Alguns estão presos até hoje, havendo até foragidos ).
O mesmo fizeram, tal partido e aliados, nos estados, quando da vergonhosa Copa do Mundo, realizada após aquelas manifestações, ameaçando, prendendo ilegalmente, perseguindo. E ainda tendo o descaramento de , com tudo desordenado (estádios quase incompletos, dezenas de feriados para garantir ordem nas cidades , estádios superfaturados, etc.), chamar tal Copa de “Copa das Copas”, como o fez Rousseff, assimilando todos os defeitos e absurdos e cinismo de Lula da Silva. E ainda foi imitada pela” Globonews”.
Como querer racionalidade , organização , decisões e atuação lúcida , de um povo que vivencia tais situações , ainda que parte dele seja crédula e ingênua , sucessivamente enganada por mentiras, jogos políticos teatrais , marketing agressivo e pequenos auxílios para minorar sua situação ?
E que quando , rompendo pressões, e conseguindo manifestar-se, é vítima de repressão e perseguição ? Evidente que há os funcionários de partido, profissionais, milhares e milhares de empregados por essa máquina partidária, suas famílias, os beneficiados por bolsas alimentação e outras ,que imaginam que essa é uma genial invenção de Lula e petistas – e não da ONU , OMC e outras organizações internacionais.
Com o objetivo disso mesmo – dar respaldo a tal tipo de administração subordinada , incapaz de resolver , realmente, os problemas sociais, proporcionando desenvolvimento a seu povo , mas capaz de distribuir benesses , capitalizar prestígio a partir daí (distribuição de assistência social ) , e dar, sem questionamentos, apoio ao bloco neoliberal mundial , liderado pelos EUA , mentor desse tipo de política de mercado do século XXI. Que tem como preocupação também evitar explosões sociais desnecessárias.
Exagero? “Manifesto político ” , ao invés de análise ? (Atenção – aquelas teorias de “isenção ideológica”já foram desmoralizadas e ridicularizadas , há muito, assim como a pretensa “isenção” dos jornalistas.Cf.neste site).Seria até agradável e menos agressivo que fosse assim.
Mas, a tarefa de não dizer , omitir, confundir, tergiversar , contrainformar , desinformar, – não é nossa . Ela é a da grande mídia, bem paga para isso, desde que financiada pelo bloco mencionado. Ao contrário, cabe-nos indignação , sermos contundentes, levantarmos questionamentos.
E qualquer adjetivo, repetido mesmo , é pouco frente ao que hoje vive o povo brasileiro. Como antes citamos, o cronista Jabor , desta vez , mesmo tentando pintar cores violentas , não exagerou a realidade – caos geral, a ponto de muitos brasileiros já estarem no exterior, por não enxergarem soluções, a curto e médio prazos , para o Brasil . E muitos mais brasileiros estarem sonhando em ir embora .
Um clima quase insuportável. Que envolve todo um povo doente , traumatizado, vítima de experimentos políticos e sociais vários, enganado por máscaras e simulações , traído , diariamente, por seus dirigentes , legitimados por simulações e truques políticos diversos(alguns aqui levantados) , humilhado , dia a dia, e ,agora , internacionalmente (Copa do Mundo ridícula, vergonheira na Petrobrás , “mensalão” ,etc.)
10- VITÓRIA ELEITORAL E DEMOCRACIA
Vencer eleições nada tem a ver com o antes exposto. Pode-se vencer sendo minoria. E por meio de engodos, truques, fraudes. Vitória eleitoral não legitima roubalheiras . Quer dizer, não deveria legitimar. Legalmente, nada muda -e não o faz. Mas, no Brasil atual, parece que sim. O estado de exceção preserva , antes de tudo , a “governabilidade” . O próprio regime político . O exposto explica e comprova por que , com tudo favorável, a fração neoliberal aecista/PSDB perdeu as eleições .
As razões ? Todas as acima, reiteradas e repetidas nestas notas . Com o “esquema “acima , em funcionamento , impossível uma vitória contra Lula/Dilma/Estado Brasileiro/Bloco Neoliberal Mundial, suas frações majoritárias.
Dilma correu riscos, a certa altura, provavelmente , porque não teria concedido o suficiente à grande mídia , capital financeiro e outros setores, o que fez ao final da campanha – cedeu ao agronegócio , grande mídia, etc. que mudaram o apoio que , antes , estava dirigindo-se à fração neoliberal aecista.
Isso , sem contar com as “infalíveis” e mágicas urnas eletrônicas, que decidem a reta final das campanhas , presidenciais , e ainda em diferentes estados, segundo interesses hegemônicos.
Só decisão das frações majoritárias do bloco neoliberal mundial poderá derrotar o “esquema” acima . Ou se ele for desmontado , aos poucos, bem antes das próximas eleições (Por exemplo, a manipulação das bolsas-família, milhões de cheques do governo ,urnas eletrônicas, etc. ). Dificílima tarefa, pelos interesses envolvidos.Essa última vitória eleitoral, da forma como deu-se, com certeza, envolveu muito mais concessões a interesses estrangeiros – que sustentam o atual regime. O Brasil, ou seja, o povo brasileiro, ficou em maiores dificuldades ainda.
Mais interesses foram negociados , precipitadamente, sob pena de derrota de Dilma – e prisão dela e Lula , pelas ilegalidades e catástrofe nacional promovidas. Mas, venceram as eleições . Na reta final delas , parte da grande mídia, claramente, virou em direção a Dilma/Lula – em troca de quê ? Pode-se imaginar.
Os próximos anos mostrarão a veracidade ou não dessas afirmoações. Se assistimos a derrocada da Petrobrás, irreversível a médio prazo, talvez para sempre, estamos assistindo ao enterro da antiga nação brasileira – soberana e independente. Dos restos mortais dela . E a vitória de Lula/Dilma/PT significa que o bloco neoliberal considerou melhor ainda essa fração a outras, nesse momento , para defesa de seus interesses.
Toda uma série de manipulações que têm dado certo. Pelo que vemos em nossas volta- crise geral – só farão mudanças quando apenas restarem ossos quebrados e sugados do velho Brasil . E quanto ao Povo? Mantê-lo dócil. Isto é, sob todas as amarras e artifícios antes descritos. Tanto tempo quanto suportar.Com as consequências psicológicas imagináveis.
Brasileiros – um povo que tem tido sua dignidade como pessoa humana desrespeitada a todo momento . E que vêm sendo torturado ,cotidianamente , vítima de disfarçados genocídios , e exploração feroz e continuada , em benefício de interesses e povos estrangeiros , com riscos até de extinção ( isto é, dos brasileiros como “nação”) , em curso avançado processo de transculturação . Povo cuja situação tentamos analisar, nessas notas , ainda que superficial e genericamente . Faltam muitos pontos a serem apreciados -e, alguns, a serem aprofundados .
11- FREUD, MARCUSE, MARX , FOUCAULT
Quanto à pergunta inicial dessas notas, sobre a validade desses caminhos(Marx , Freud, Marcuse, Foucault e outros ) , em especial Freud , cujas lições utilizamos pela primeira vez , já antes respondemos. Para melhor entendimento do que se passa no Brasil , e com o povo brasileiro , acreditamos que haja necessidade de abordagens interdisciplinares (Direito, História, Sociologia,etc.) , único meio para a devida compreensão da realidade brasileira .
Um historiador que não domine a teoria jurídico-política não poderá compreender o curso das mudanças e dos recursos hoje , utilizados pelos setores dominantes, para tentar alterar o curso da História – inclusive a teoria a jurídico política .
Isso ocorre há mais de um século – se alguns , os dominados , utilizam as “ciências humanas” para mudar os rumos sociais (materialismo histórico, em especial ) , hoje, mais do que antes, os dominadores também , e com muito mais recursos (inclusive, o próprio materialismo histórico, marxista, um método ) sejam financeiros ou teóricos . Não só através de simples golpes de estado, guerras, corrupção , como de sofisticados planos anti-revolucionários e anti-nacionais, como parece ter ocorrido no Brasil , pós-ditadura, e outros países .
Usa-se a “democracia” , ideologia, “ferramentas sociais” , normas jurídicas, violência, bombas, corrupção , símbolos, máscaras, simulações altamente elaboradas . Os EUA, p.e., vêm alterando os rumos gerais da História, via drones e bombardeios – Iraque, Líbia, Afganistão – ou planos muito mais sofisticados(Polônia, “Muro de Berlim”,URSS , Brasil, Polônia , via Walesa, Gorbachov, Lula da Silva) . Agora, depois de décadas de invasões, tentativas de assassinatos, golpes, embargos comerciais , mal sucedidos, parecem mudar sua tática até quanto a Cuba.
Esses planos sofisticados são mais baratos que bombas -e muito mais simpáticos e enganadores , politicamente.Aparentemente, os brasileiros , como outros povos, vêm sendo “cobaias” de complexos planos, por certo de origem estrangeira(EUA, em especial – e temos consciência dos riscos de tal afirmação, mas há muitos argumentos , nesse sentido) , só capazes de serem entendidos via ampla e diversificada abordagem. Esses planos, projetos, têm visado, com êxito, o domínio do poder econômico/político, em diferentes partes do mundo – em todo o mundo .
Não se trata , no caso do Brasil, apenas de Dilma /Lula/PT /aliados, eventuais atores políticos principais. Mas, de “algo”muito maior, projeto executado que, de 1964 para cá , colocou , de joelhos, a nação brasileira. (A ponto de reverter a economia , sem grande reação, consolidando-a como apenas produtora de matérias primas, e dominada por multinacionais e capital financeiro internacional ).
Uma vitória completa, sofisticada, econômica e política. Que liquidou um possível concorrente . O povo brasileiro foi o alvo estratégico de tais planos ,via oligarquias dominantes, domínio ideológico, econômico, político.
O que foi conseguido via golpes , domínio econômico, político, ditadura, Executivo, generais, presidentes, Sarney , Collor, FHC , Lula/Dilma e cia. E, daí, Legislativo e Judiciário . Mantém-se essa situação, uma vez conquistada, pelo domínio ideológico sobre o povo em geral. Para isso, colaborou um povo realmente traumatizado, por diversos fatores, no passado e presente ; intimidado ,diariamente, por um regime autoritário , antidemocrático com liberalismo ; métodos científicos de influência psico-social, manipulação do medo em primeiro lugar ; a utilização da autoridade estatal via mídia ; o uso da máquina estatal , seus recursos , distribuição de bens ; controle da mídia , das urnas eletrônicas e de tribunais eleitorais, além dos superiores ; possível falsificação de pesquisas , recursos financeiros em profusão ,etc.- tudo num nível nunca antes visto no Brasil .
Mais a “construção”e sustento paralelos de um líder de direita com máscara de esquerda , populista, Lula da Silva . O resultado é uma lista de prejuízos nunca vista(Petras, desde 2004 , entre outros), para os interesses nacionais , desde 1964 , quando conquistado o poder estatal , beneficiando o Império e os interesses estrangeiros .
O que leva a hipótese que ,dificilmente , isto poderia ser casual – mas ,sim, fruto de cuidadoso projeto , recheado de táticas sutis, truques e ardis, cuja análise detalhada foge aos limites deste trabalho.
Cabe aprofundar mais , pois , esses estudos interdisciplinares referidos , inclusive os abertos através de Freud , via pesquisas , questionamentos , hipóteses , recursos e perspectivas diversas , mergulhando-se além da superfície e aparência dos fatos , meras descrições e informações de sruivos( que podem inclusive serem falsas) na tentativa de , ao menos , desvendar-se alguns aspectos da verdadeira História mais recente do Brasil .
Uma necessidade premente face à conhecida situação em que se encontra o país . (*)
[CONFERIR , SE DESEJAR, ,NESTE BLOG, A PARTE UM (I) DESTE ARTIGO ].
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(*) Referências podem ser vistas através das notas, no próprio texto . Estão citados os sites onde podem serem encontrados maiores detalhes. Esta parte não foi encerrada . Essas notas foram publicadas sem revisão, em caráter de urgência , o que vai sendo feito aos poucos. Não mantêm o estilo curto , ligeiro, da maioria dos sites , tão de agrado geral porque fazem parte de livro mais amplo – anotações preparatórias. De qualquer modo , uma vez publicadas, poderão serem corrigidas , diretamente, a partir deste texto, sem modificações básicas que atentem contra o conteúdo. Quanto ao plano referido , nas últimas linhas, se existente, como defendemos, engloba o uso de várias táticas (recursos públicos da corrupção, manipulação das urnas eletrônicas, estado de exceção atuante, travestido de democrático, blindagem da mídia, uso da máquina estatal, de “ferramentas de condicionamentos”, etc.). ,aqui , parcial e superficialmente abordadas .Um primeiro passo é identificá-las .
Outro, tentar alterar a situação. Não alteradas as características básicas que envolvem tal “plano”, no Brasil, , cuidadosamente aplicadas e executadas, passo a passo, algumas citadas, seus mentores elegerão, sempre, para a presidência , e outros cargos importantes , no Brasil, quem eles escolherem. A dominação chega a tal ponto que a própria História é falsiFicada -deliberadamente, pelos dominadores .
A ser lembrada , ainda, a vitória de Dilma em 2014, com tudo desfavorável – manifestações de junho/13, ridícula Copa(7×1, para Alemanha, com prejuízo de 25 bilhões de reais) , caso Petrobrás , etc. E Dilma /Lula ainda teriam “vencido”( ?!)as eleições . ( O autor) . Original não revisado, o que não impede o entendimento.(Redação ).> conferir ,neste blog, se desejar , a parte número I , deste artigo. <
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