Brasília Ainda Chora -os anos sombrios…

abr 1, 2018 by

Brasília Ainda Chora -os anos sombrios…

       Brasília Ainda Chora

                      * os anos sombrios

                   e a tragédia brasileira *

 

         Brasil . Juventude iluminada ,mas, afinal, perdedora -brilhante, bem intencionada , corajosa – e ingênua , inexperiente , incapaz de avaliar suas forças e as dos inimigos, as aparentes e as invisíveis. A ação de opositores, inclusive agentes estrangeiros, clandestinos , foras da Lei, sob proteção do Estado, sempre via violência e ardis, abortando , construindo, reescrevendo a História do Brasil.

      As tramas levam-nos a indagar se o terrorismo de então, inclusive crimes e violência aparentemente comum, teriam sido superados – ou se, após décadas, os brasileiros patinamos no passado, padecendo, sem perceber, daquelas heranças e armadilhas do passado – confusos e perdidos.

          Contos,  mas não só ficção  sobre  lutas contra a ditadura, pois abrangem período que  chega  a  nossos  dias .  Além disso,abordam, via personagens,táticas,estratégias,divergências políticas, “desaparecidos”,  amores,   questões  existenciais.

       Os personagens movem-se desde  décadas   atrás  –  heróis e falsos  heróis,vítimas e algozes,  estrangeiros,  CIA. E gente comum ,  à volta  dos atores principais, mergulhada na política,   mesmo sem consciência disso.

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         Brasília Ainda Chora  / Mauro M. Burlamaqui é um escritor maduro, talentoso e surpreendente, forjado da forma mais eficiente que é a da vida. Seus contos são tramas ficcionais, voos imaginários fruto das experiências vividas, lidas ou captadas pela observação e ambientadas em Brasília na época da Ditadura Militar no Brasil. Contos que nos prendem pela autenticidade e nos levam a fantasiar.

        Não falarei de todos, mas afianço que os 17 contos pungentes de Mauro M. Burlamaqui nos brindam com inaceitáveis verdades sobre a condição humana e possuem em suas narrativas curtas, mas empolgantes, cenas fortes, com uma carga emotiva que nos envolve e nos trás reflexões sobre nosso país, mostrando que quase nada mudou da Ditadura para cá em relação às mentiras políticas e sociais que moldam nossa sociedade, revelando o ser humano na sua essência, parecendo que não há esperanças para sairmos do abismo social em que nossa Nação mergulhou e, num espectro mais amplo e filosófico, nem para o melhoramento do sempre presente egoísmo humano.

  Brasília Ainda Chora      Alguns contos me chamam mais a atenção e são os meus preferidos, sendo eles: “Com os dentes trincados” que mostra a situação de um trabalhador brasileiro que vem para a cidade grande na busca da ascensão social e com os parcos recursos que possui compra um carro…, mas sofre …; “Antes da tragédia” caminha sobre estereótipos, preconceitos e inversões de valores quando uma idosa vai à delegacia prestar uma queixa; “O deputado católico revela a dubiedade de um bom político no olhar de uma mulher incapaz de ver o todo …e um Brasil absurdo de crimes ,sequestros …

     “Madrugada 13” nos traz um sombrio episódio onde um solitário faz suas vítimas nas noites brasilienses; Brasília ainda chora, conto que dá título ao livro,  revela um médico em ação, militante de uma das muitas organizações que faziam resistência à Ditadura Militar; “O assassino do lago”, embora possa ser lido independente dos demais contos, é o complemento de Madrugada 13”… onde será revelado o destino do criminoso; e por fim, em “Um herói brasileiro”,  um agente da Ditadura, preso, recebe a visita de seu ex-chefe e conta uma história  tão forte, tão densa que vai nos incomodando… e acelerando nossa respiração …

        Assim, nestes contos, quase roteiros cinematográficos, o leitor entenderá o painel sugerido …de décadas …(e muito mais se ler as entrelinhas)… e se encontrará e se encantará com o Brasil e uma Brasília que ainda chora. (*) 

                                                                                          Pedro Pazelli

                                                                                      (professor; escritor)

  • Getúlio Vargas : Um Tiro no Imperialismo

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ENTREVISTA COM MAURO M.BURLAMAQUI

                   AUTOR DE “BRASÍLIA AINDA CHORA “

 

 

Mauro M. Burlamaqui é carioca, tendo morado em Brasília e, mais tarde, durante muitos anos, na Baixada Fluminense. Cursou a UnB, Direito, foi  presidente do DCE(FEUB), Orador da Turma, funcionário público concursado , tendo sido preso e tido os direitos políticos suspensos por dez anos,  depois anistiado. Presidente de Associação de Moradores, membro fundador do PDT, ex-Secretário Geral em Nova Iguaçu,membro do Diretório Regional, advogado, jornalista, Mestre em Ciências Jurídicas, professor universitário, escritor. Atualmente, escritor e  participante  do site caminhandojornal.com.

CAMINHANDOQual o significado deste novo livro seu , “Brasília Ainda Chora “?

R .   Uma tentativa de, via ficção, traçar um painel sobre as últimas décadas da sociedade brasileira, desde o golpe militar mais recente, de 1964, para cá, para mim parte de uma contrarevolução. Isso a partir de acontecimentos históricos passados em Brasília, São Paulo e outras cidades, abrangendo os “anos de chumbo”, congressos estudantis, lutas políticas e até armadas, depois a “abertura”, chegando a nossos dias. Sempre tentando mostrar as consequências sombrias e atuais disso tudo, no dia a dia, indiretas ou até diretas, caso do desarmamento ou do banditismo simplório em alta. Um “painel” visto a partir do âmago da política e, de outro lado, de “fora” dela – através de suas vítimas ou de seus algozes, de ângulos diferentes (também o dos repressores, CIA, organismos secretos , etc.). Uma tentativa de retratar aquela “microfísica” do poder (Foucault) , impossível de ser apreeendida pela História ou teoria política em toda sua dimensão. Talvez nesse ponto e prestando um serviço à tecnologia política ou jurídica ou à História, a ficção seja importante , trazendo referências e permitindo inferências em certo contexto histórico.

 CAMINHANDO – Como se interessou por literatura ?

R.  Apoios familiares, elogios de professores, nas escolas, quanto a redações e, mais tarde, incentivo do escritor e professor de literatura Oswaldino Marques, quando publiquei “O Viajante de Marlua”. Este, uma espécie de ET, só que escrito e publicado muitos anos antes do filme ou do roteiro. Depois, na universidade, artigos, em pequenos jornais, Baixada Fluminense, Nova Iguaçu, e para um ou outro tablóide, desde que eu, quase sempre, vivendo num contexto social e político agreste, precisando sobreviver, e em posição contrária ao governo. Ainda assim, consegui divulgar a tese de mestrado (poucos exemplares, “Introdução Crítica à Teoria Jurídico-Política) e o livro “Rio 45º à Sombra”, além de artigos e livretos como “O que há por trás do desarmamento”.

CAMINHANDOComo vê a cultura e a literatura no Brasil, hoje ?

R.   Sérias as questões hoje colocadas para o povo brasileiro, inclusive a de sua sobrevivência como Nação. Ianni nos vê como província e Unger como protetorado americano. Para amenizar essas questões usa-se já clássicas distorções históricas, via livros, cursos de graduação e pós, tvs, revistas, jornais, desinformação, deliberada e bem planejada. Para levar a público tal situação, a ficção, conto e romance e poesia podem ser importantes. Podem captar ângulos, quanto aos  seres humanos, sofrimentos, consequências, não atingíveis pela teoria – Política ou História. Mas, se a catástrofe chega ao ponto em que está (e isto vem ocorrendo não só no Brasil), a História Oficial manipulada, inventados ardis, desinformações, mentiras mesmo, narrativas estrambóticas utilizadas para confundir e desinformar, é preciso estudar e cotejar fatos, decifrar logogrifos. Porque narrativas erradas geram análises e programas políticos também errados e distorcidos. Então, rediscutir essa História, a passada e a recente, pensar numa Contra-História – essa uma tarefa primeira, e básica, para todos os preocupados com os destinos da Nação.Por isso, os projetos de hoje envolvem estudos e escritos de História e Política – com letras maiúsculas.

CAMINHANDOComo vê o escritor brasileiro na atual conjunta nacional ?

R.  Sério problema do escritor brasileiro (seria só do brasileiro?!) é, além da questão da sobrevivência, seu dia a dia, a da divulgação/distribuição de suas obras – fatores que vão condicionar seu trabalho.

Só interessa aos meios de comunicação, grandes livrarias e editoras, divulgarem, valorizarem, na nossa sociedade, obras acordes com os valores e política  dominantes, que os financiam, direta ou indiretamente. Ou que, pelo menos, tragam dinheiro rápido com pouco ou zero risco.

Fora daqueles valores, ideologia – dificuldades, conflitos com orientadores, pressões e condicionamentos diversos – quando não perseguições e prisões. Tanto um Chomsky como uma Saunders ou Moniz Bandeira atestam isso.

Exceções apenas quando polpudos interesses financeiros levam a ser superada a “regra” implícita citada. Neste caso, permite-se um avanço das obras incômodas, rumo ao público – os valores contestados, denúncias ou verdades ou teorias inconvenientes serão, então,  tolerados, de um lado; enquanto, de outro, soterrados por toneladas de desinformação, contrainformação  e narrativas estrambóticas. De qualquer modo, algumas obras que importam para a coletividade sempre conseguem sobreviver, ainda que vítimas, por vezes, de sucessivas tentativas de assassinato social, via o silêncio da grande mídia – o mais tumular possível.

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      O citado livro do autor pode ser encontrado  na Civilisieped , Estante Virtual, Americanas, Amazon, etc. E via site caminhandojornal.com, que procura acompanhar as principais linhas da história e política nacionais, analisando além das aparências enganadoras, levantando críticas, hipóteses e previsões. Ali estão expostas mais informações e como pode ser encontrado o livro.(Autorizada a entrevista,  pelo Autor ; dados e respostas recolhidos, segundo indicações dele  ,  em informações  fornecidas a outros sites  ).

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BRASÍLIA AINDA CHORA /Mauro M.Burlamaqui

                     Um livro indispensável , em que se precisa ler as linhas e entrelinhas  . Nem “esquerda”, nem “direita” , nem indiferentes podem ignorá-lo, pena de , desconhecendo o passado e presente escondidos,  sucumbirem  a ardis, estresses ,  agressões , no Brasil doentio e agreste  .
               A primeira , para conhecer o ‘outro lado‘ , invisível , seus erros , os dos aliados, traições – por que  perdeu  e continua perdendo batalhas  .
                       A segunda , para entender como e por que tem vencido , apesar de erros e até absurdos  , qual a mão invisível que a sustenta e blinda , sempre mascarada . Os indiferentes,  para ao menos melhor aprenderem a sobreviver em meio ao caos .
Estórias que se  integram  à História e a esclarecem ,desmistificam, ensinam . Realidade e ficção misturando-se num visceral realismo  não fantástico .

                                                                                                  Será que…?

                   Política = Astúcia = Vida = Traição = Dia a Dia = Ardis = Morte

= Força = Poder = Amor  ?

Refletir .Neste livro você talvez encontrará algumas respostas.

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(*) Informações/Atenção :

   [ Este livro já está  exposto numa edição especial , tiragem dirigida , para prévia divulgação e promoção inicial , em lugares determinados( Cf. acima/abaixo ) . Será lançado – no RJ – em 15 de dezembro de 2018 ,sábado  ,  17 : 00 h , com análise/debate  da situação da cultura nacional  . ( Locais/convites  a serem  oportunamente divulgados) . Os leitores estão convidados , conforme convite abaixo ] . 

 

         [ Poderão haver outros lançamentos , já em 2019, no RJ ou outros lugares . Serão divulgados ].

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Conferir / clicar nos links

civilisieped.com.br/loja

estantevirtual.com.br

E na Amazon  , em e.book.

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