Liberdade
LIBERDADE
(Carvalho Branco)
‘’Liberdade!’’
Grita a cidade;
pede o povo
por um governo novo,
guardando em si a esperança
de que após a tempestade
venha de vez a bonança,
de que a honestidade
caracterize algum homem,
para que não morra de fome
o pai, a mãe, a criança…
Para que a apregoada igualdade
Seja um fato, uma verdade:
O rico oferecendo a mão
Para o pobre – seu irmão;
cada um em seu direito,
pelo outro tendo respeito;
e, assim, reinando a fraternidade,
teremos, no mundo, realmente
– LIBERDADE!
Manifesto Poético
(Carvalho Branco)
– Em resposta ao poema de Lin Quintino “Manifesto Poético por um País de Respeito –
“Minha terra tem palmeiras”,
assim o disse o poeta.
Hoje “come pelas beiras”
quem dela se diz profeta.
O povo, água, não bebe;
Dia a dia, passa fome.
Só na “branquinha” percebe
a vida em que se consome.
Se falta água na terra,
põe-se a culpa logo no homem;
o boi baba e já não berra,
Pra onde foi o respeito
Ao bom chefe de família?
Políticos fazem “leito”
lá no Planalto, em Brasília.
Se o povo rouba por fome,
apanha, sofre em cadeia;
o político rouba e ‘come’,
comanda invasões, incendeia,
dá “esmola” pro pobre agir
e, na sombra, ele se esconde,
vendo o pobre se ferir,
porque “embarcou em seu bonde”!
Pergunta a gente: – Justiça?!
E nesse “cabo-de-guerra”,
da “governia” postiça,
do “tráfico” que nos “ferra”,
o povo míngua no meio,
escravo da própria sorte:
o bebê já não tem seio
pra mamar, só morte…
Vítima de tiroteio,
a mãe tombou sobre a terra
e o pai traz nas veias, veio
de ódio, vingança, de guerra…
Poetas do meu Brasil,
artistas de toda sorte,
nossa gente varonil,
É possível reverter
a atual situação:
o povo detém poder
capaz vencer corrupção.
Levem ao ar pensamento,
unam-se nessa versão:
sejam a voz do fomento
do Amor, da Paz, da União!
Sejam fiscais das verdades,
ponham, a ferros, desonestos:
no país, suas cidades
sejam disso manifestos.
E novamente teremos
uma terra verdejante;
pescadores com seus remos
em mar de peixe abundante…
A base do bem viver
é ter, por si e por todos,
consciência do saber
respeitar sem mais engodos.
Verdadeiramente iguais,
todos nós perante a Lei,
sendo irmãos e não rivais,
governo e povo, uma grei!…
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