7 De Setembro : Morte ou Independência?!

jan 1, 2019 by

7 De Setembro : Morte ou Independência?!

 7 de Setembro : Morte ou Independência?(*)

 (Mauro M.Burlamaqui)

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         (*) [ Base de Editorial Número 24, de Caminhando Jornal Tv.Para ser publicado no Caminhando Jornal TV 24,
de 7-9-2019.Cf. abaixo artigo de Bolivar Meirelles, sobre a independência, enviado após o anterior- “A Independência do Brasil a se fazer”].

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                  Em 7 de Setembro de 1822 ,  D. Pedro de Alcântara, príncipe português , Regente do Brasil , estava sob pressão de brasileiros, e influência especial  de José Bonifácio de Andrada e Silva, seu Ministro do Reino e dos Negócios estrangeiros ;  e,  de outro lado,  acossado por , inclusive, tropas portuguesas , General Avilez à frente , que já forçara a demissão daquele seu fiel  ministro. Voltando de visita a São Paulo , às margens do Riacho Ipiranga , ao receber correspondência das Cortes , o príncipe teria proclamado , à frente de sua tropa, o conhecido grito – “Independência ou Morte”.

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Esta data , 7 de Setembro de 1822, aquela aceita , oficialmente, como a da Independência do Brasil. Uma construção política e simbólica, como outras em nossa história, aparente feita mais tarde, e consolidada pelo famoso quadro de Pedro Américo , onde  o príncipe aparece cercado pela Guarda Imperial , mesmo antes de ser proclamado Imperador.

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197 anos passados, na data de hoje, tendo dali surgido, formalmente, a separação política do Reino do Brasil do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves– o Império do Brasil.

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O processo que levou àquela “independência” ,  motivo de debates até hoje, foi centrado mais , na época, entre os anos de 1820 e 1825, a partir de uma revolução liberal, eclodida no Porto  , tendo sido a família real, então ,  forçada a voltar a Portugal. De fato , já em 1821 estava iniciada uma guerra, em Pernambuco , com a expulsão de tropas portuguesas . A 12 de outubro , Pedro foi aclamado como D.Pedro I, Imperador Constitucional ,mas a luta pela independência não terminara. Houve resistência na Bahia, Maranhão, Piauí, Pará .

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Em 1825, após negociações com a Grã-Bretanha, líder do Império que , de fato, era o protetor de Portugal, a mais atrasada nação européia , foi celebrado o “Tratado de Amizade e Aliança”. Portugal fora,  anos antes,  invadido pela França, o que justificara a fuga da família imperial, esbaforida , para o Brasil, em 1808, sob proteção inglesa.

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 O processo de independência do Brasil não foi sem    sangue, mortes , lutas .Ao contrário do que sustentam alguns, envolveu guerra , muita violência e mortes. Mas, foi  preservada a situação das elites agro-exportadoras , que não só preservaram seus privilégios como os aumentaram, sendo mantida tanto a escravidão como os latifúndios , a produção de gêneros primários e um modelo monárquico voltado para a exportação e integrado aos interesses do Império Britânico. Teria havido uma traição , as forças mais populares abandonadas , assim como suas conquistas ?

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7 De Setembro : Morte ou Independência?

Afinal , o novo país,  Brasil,  aceitou pagar 2 milhões de libras esterlinas a Portugal , como indenização . Ao voltar para Portugal, D.João VI ainda levou , calcula-se, mais de 50 milhões de cruzados, o que levou à falência do Banco do  Brasil, em 1829. Dessa situação , nasceu o endividamento externo brasileiro .

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De outra parte, sem Exército ou Marinha para defender seus interesses , a administração do Brasil recrutou mercenários e oficiais estrangeiros para comandarem a luta pela independência , assim sendo sufocada a resistência dos portugueses,  seja na Bahia, como Maranhão, Piauí e Pará. A canhonaços e não sob ordens ou direção de brasileiros – navios ingleses , mercenários, ou envolvidos em acordos de cúpula com dirigentes brasileiros.

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Esses fatos marcaram, tudo indica, e muito ,  diferença entre a nossa independência e a de outros países. E talvez tenham repercutido  nos problemas brasileiros de hoje, caso,  entre outros , da dívida  absurda, com juros os maiores do mundo , que o país paga mês a mês com o sangue dos brasileiros, o que um moderadíssimo Tancredo Neves garantia não o faria . 

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A diferença entre a independência dos Estados Unidos, do México , de toda a América Espanhola, do Haiti francês e a do Brasil é que só o Brasil pagou aos seus antigos senhores. (…)Uma vergonha sem igual na história da América, praticada por D.Pedro e seus serviçais, ministros, aqueles que promoveram a contra-revolução, enquanto José Bonifácio sofria no exílio por ter sido sempre íntegro, independente, corajoso, culto, consciente e nacionalista. ” 

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Uma traição e contra-revolução segundo o

 consagrado historiador José Honório Rodrigues ?

                Embora , em 2019 , viva-se situação bem diferente de 1822 . Então , divulgou-se o famoso  “Independência ou Morte”, insinuando ou mesmo declarando  uma disposição de morrer pela independência da nova nação ,isto é ,  pela construção de uma Pátria Brasileira. Entretanto, ao final de lutas que custaram mortes e violências , em diversas províncias do Brasil, o que se viu foi a manutenção da situação anterior , inclusive a repressão, autoritarismo  e escravidão.

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Além disso, pagamento de altas quantias e endividamento assumido exato com o anterior dominador e explorador e, ainda, com o Império Inglês que lhe dava proteção. Uma daquelas conciliações feitas ao longo da nossa História  , mencionadas por Honório Rodrigues,  que teriam , em essência , culminado em  contra-revoluções  , cujos resultados e cobranças apareceriam mais tarde , ao longo do processo de tentativa de construção nacional . A situação atual do país provável atestado evidente do acerto dessa afirmativa . 

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 Estaríamos , dois séculos depois,  com a mesma questão posta em termos parecidos –   ter-se   coragem ou não de inverter a proclamação , mais famosa  do que correspondente à realidade, aquela de Pedro I – “Independência ou Morte”?  

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Sim, porque, afinal, qual a situação do país, dois séculos depois  ? A de suportar o povo brasileiro,  calado , desorganizado , numa república unitária travestida , espertamente,  de federativa, com presidencialismo autoritário, e impunidades legalmente garantidas , o que facilita dominações via interna e externa ,   mortes e mais mortes, doenças, genocídios , prejuízos monumentais a comerciantes, trabalhadores, industriais, profissionais liberais , com gigantescos impostos , dívidas, repressão, milícias ?

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E,  agora, nossos dias , os brasileiros sob a sina mais triste ainda do que os trópicos de outras épocas , de ter sua administração nas mãos de setores os mais radicais de uma  nação estrangeira , sob um planejamento da extrema-direita, alt-right americana, via Bannon , Breitbart , Trump e outros ?

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  Ora, o  que não deu certo em nenhum lugar do mundo, comprovado em parte na experiência de  um Hitler ou Mussolini, e nem nos próprios EUA, envolvendo projeto que chega à queima de seres humanos, cruzes nazis e fantasmagóricos macacões brancos – tal daria certo no pobre e destrambelhado Brasil ? É, em essência, de forma disfarçada, o que propõem alguns destrambelhados. 

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 Tal projeto em andamento  ainda aparente legitimado por urnas eletrônicas contestadas  por décadas, contestações ignoradas pelas elites no poder, evidente , e , inclusive,  pelo atual administrador federal americanófilo , quando candidato , antes das últimas eleições . Mas, garantidas por um STF, atuante e garantido pelas armas , mas  de  credibilidade frágil , como a de seu presidente, o que pode ser avaliado pelo que divulga-se  tanto nas redes sociais como também por sérios jornalistas .

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De fato, voltam velhas questões do passado , até a da Independência, duzentos anos depois . Ou o povo brasileiro mostra-se capaz de enfrentar os que o subordinam , e impedem progresso e desenvolvimento , situação cujas origens vêm de longe , como vimos ,  ou caminhará para seu aniquilamento individual e , afinal , coletivo. Além daquelas quase torturas, físicas e psicológicas, sofrimento e riscos individuais sucessivos  que atingem cada um de nós a todo  momento, e , fatalmente, a qualquer instante , seja na rua, dentro de casa, no trabalho, em um hospital ou restaurante. Ninguém mais tem  confiança no Estado, seus serviços, representantes,  nem segurança com  mais nada ou em alguém. Até famílias, como a  de uma  deputada federal religiosa, com pastores dirigentes, mostram o ponto a que chegamos, em que nem as religiões sobreviveram ao caos geral,muito ao contrário já sendo parte e origem dele.

 

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Os brasileiros precisam, talvez ,  refletir neste 7 de Setembro, seja sobre seu passado  de conformismo e subordinação, via  elites, seja sobre seu presente e  futuro, ou falta de futuro como Nação – Soberana e Independente . Apenas de fachada, na forma e não na essência, tal nada significa – ou apenas que, de fato, sequer existe uma Nação. 

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Uma dívida pública fraudada e falseada  de 6 trilhões de reais, dias atuais,  que nos condiciona e algema ;  a política de agentes estrangeiros,  escondidos sob “laranjas” ou máscaras , na direção do Banco Central e outros órgãos da economia ; eleições falseadas , corrompidas por recursos estrangeiros e corrupção e propinas . Ora ,  trata-se de estarmos frente a  uma opção por mais mortes, doenças, fim da Nação .Optar-se , hoje , pela dependência  a interesses estrangeiros, aliás, hoje unidos, os mesmos daquele passado  vergonhoso , lembrado por Honório Rodrigues.

 

   217 De Setembro : Morte ou Independência?

Se a opção do passado foi entre “Independência ou Morte ?”, parecendo , na verdade , ter sido outra – dependência com mais mortes  – qual a opção atual dos brasileiros ? 

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O  comércio subordinado a achaques de agentes  públicos, apenas as “pontas dos icebergs” tendo aparecido até agora  ;  as falsas “esquerdas” posando de honestas e honradas, enquanto se lambuzam , ainda hoje , e se lambuzaram décadas em propinas e privilégios,  sempre apoiando um projeto neoliberal de provada destruição nacional(Chomsky; só observar os países  satélites americanos, em todo o mundo) ; um Judiciário,  distorcido e corrompido , centenas de acusações contra a instituição e seus membros, quase todas não apuradas( cinismo e inércia ,  um estado de exceção informal e implícito travestido de estado democrático de direito).

 

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 O resultado de “independência” como a acima  relatada,  comprovada por historiadores sérios ,  conciliações sucessivas ao longo da história, é um conjunto de deturpações sociais e políticas que atinge todos os setores da sociedade brasileira . Caso de  uma educação falseada e deturpada , sem mínimas condições de aprendizado  adequado ; a morte diária de centenas e milhares de nacionais por assassinatos, genocídios, milícias, hospitais deteriorados , penitenciarias aviltantes, doenças de todo tipo , fome, falta de teto e condições sanitárias, até praias turísticas focos de doenças  .

   

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Sem esquecer  uma legislação feita sob medida para proteger corruptos e autoritários da cúpula da administração;  a descontinuidade do combate à corrupção e às propinas disseminadas , promovida justo por corruptos poderosos e unidos, de diferente vieses ; corrupção  entranhada e promovida, secularmente, como meio para melhor dominação ,  atualmente pelas corporações as mais bem sucedidas,  lição ignorada pelos brasileiros, embora documentada desde 400 AC,  na “Arte da Guerra”, de Sun-Tsé.

 

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Se um dia poderia ter sido a opção dos brasileiros decidir entre “Independência ou Morte”, alguns tendo levado  a sério tal proclamação,  e até  morrido acreditando nela , outros, em especial das “elites”, optaram por não ter independência, não morrer , apenas sobreviver , mesmo que da forma a mais vergonhosa.

 

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Parece esta uma característica na história brasileira – a opção pela não independência, mesmo que ainda à custa de mortes , sofrimento , vergonha. Por isso teria sido negado ao povo brasileiro  ,  um futuro melhor ? Ou seja, ele , via suas “elites”, não teria jamais se disposto a pagar o preço necessário a essa independência, em termos de sangue, mortes , sacrifícios ? 

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 Esse povo apenas teria sido traído por suas “elites”, algo ainda não contado numa Contra-História contraponto da História Oficial , aquela das “belas mentiras”, uma delas  a da “Independência ou Morte”?

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 Tal teria criado uma nova “maldição” – “Brasil, o país sem futuro”– o que , em si , já decifraria nosso futuro ? 

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7 De Setembro : Morte ou Independência?Duzentos anos depois,  continuamos frente a velhos problemas e à necessidade, mesmo que sempre escondida ,  de decidir e optar . Desta vez,  entre :”Morte ou Independência ?” Ou melhor – “Mais Mortes ou Independência” ? A ironia é que muitos brasileiros tenham aberto mão  da independência para sobreviverem e pouparem vidas, as suas e as de outros.

 

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Quando  em verdade,optaram por apenas um adiamento – e por perder-se mais vidas ainda, embora pouco a  pouco e de forma mascarada . Há que refletir sobre a questão da independência .Mesmo as “elites” que, há muito,  decidiram apenas pela sua sobrevivência – ainda que à custa de dependência, continência, servilismo , mortes . (*)

 (Editorial baseado no artigo , integral,  de Caminhando Jornal TV 24, “Sete de Setembro – Morte ou Independência?”).

 

(*) Original não revisado , o que não impede o entendimento .

 

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A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL A SE FAZER

( Bolivar Meirelles)

Brasileiros e brasileiras, acordem dessa letargia. Em 1822/1823, após o grito de “independência ou morte”, o Brasil transformou-se em nação independente de Portugal a preço altíssimo pago ao próprio Portugal diretamente e assumindo a dívida de Portugal com a Inglaterra. Começa aí, mais fortemente, a dívida externa brasileira.

Hoje o Brasil, mesmo após a Proclamação da República em 15 de novembro de 1889 e todas as mutações efetivadas nesta até 2019, o Brasil caiu na armadilha do discurso anti corrupção e anti comunista, discurso velho mas, infelizmente ainda não percebido pela ampla maioria do povo brasileiro, e entregou-se ao governo desse Capitão Bolsonaro, reacionário, entreguista e anti comunista, nesse caso numa percepção larvar do seu significado.

Trouxe a sua participação um economista não muito reconhecido nem pelo grupamento dos ditos liberais de sua geração um “Chicago Boy” desqualificado. Trouxe o governo bolsonarista a figura de um pseudo filósofo residente nos EUA e não reconhecido como Pensador por nenhum Ser pensante, um desqualificado farsante. O que mais colocou no coquetel desse desgoverno o capitão Presidente da República brasileira?

                Imaginemos? Cerca de 20 oficiais Generais reformados do Exército brasileiro. Alguns outros oficiais superiores. Coronéis do Exército,  principalmente. Da Marinha e da Aeronáutica? Imperceptíveis em suas presenças e influências. Vendilhões de suas estrelas, esses militares, participantes desse governo submisso ao Império Norte Americano, vendem, juntamente com o Capitão Presidente e o desqualificado ministro da Economia, sua Pátria e massacram o direito do Povo Brasileiro.

Uma educação militar ideologizada no Brasil durante o período da Guerra Fria onde o conflito entre as duas potências criaram a polarização entre os EUA e a URSS. Esses militares participantes do governo bolsonarista são os educados pelo modelo de entregar as riquezas do Brasil ao Império do Norte como “salvaguarda” da defesa do Brasil do comunismo.

          Pararam na cartilha do General Golbery do Couto e Silva, “Geopolítica do Brasil”, base teórica para o Golpe de Estado que derrubou o governo constitucional do Presidente João Goulart. Golpistas sistemáticos, entreguistas, quer no Governo Castello Branco, quer no Governo Bolsonaro. O Golpe em sua finalidade é o mesmo, varia a forma de fazê-lo. Indignos civis e militares que compõem o atual Governo do Brasil. Apátridas, anti povo brasileiro.

      Fica claro, muito claro que, com o Golpe permanente do capitalismo, só existe uma maneira do Povo brasileiro assumir a sua verdadeira independência, é lutar pela destruição do Capitalismo e assumir a luta pelo Socialismo.

 

 

 

 

 

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