Milicianos e militares – envolvidos num “golpe”?
Milicianos e militares – envolvidos num “golpe”?
(base do editorial de Caminhando Jornal TV 46)
(Mauro M.Burlamaqui)
Na situação por que passa o Brasil , país “quebrado” + Bolsonaro + covid-19, com riscos do país explodir, com crise social e econômica incontrolável, ainda assim, produtores e amigos resolveram prosseguir com a publicação de Caminhando Jornal TV e, até, promover melhorias nele.
Porque , mais do que nunca, necessário opor-se ao caos notado no horizonte, ou melhor , quase à porta ou à porta de nossas casas . E combater o mar de mentiras em curso, que só interessa a conservadores, que não querem mudanças estruturais .
Como cidadãos responsáveis, por sentirmos o perigo que corre a Nação, com mortes evitáveis em curso e maciça desinformação e distorções de fatos promovidas pela mídia , frente à catástrofe que se avizinha , pretendemos ir adiante , divulgando esta revista digital, enquanto possível .
Neste Caminhando Jornal TV , a partir de agora, novos temas, forma , colaboradores. Por exemplo – os “bolsomilicianos” estão ensaiando um golpe contra a sociedade desarmada ? Bolsonaro imita Hitler , há paralelo entre vidas e épocas , ambos sustentados pelo capital financeiro?
E a música ? Não podemos viver só em clima de tensão , há que variar , reorganizar , dar algumas “paradas”. Tal ocorre até em meio a guerras , os vietcongues faziam festas , cursos, estudos, dormiam , amavam – sob as bombas , dia e noite, além de napalm , do invasor americano. Ridículo nós, aqui, querermos tratar , dia e noite, com nossos amigos e conhecidos, de problemas, dificuldades, notícias negativas, sacrificando todo o resto.
Ainda mais quando não há que se esperar mudanças rápidas na desgraça brasileira . Assim, assuntos variados , mais importantes, para manter nossa saúde mental e física , o que levamos a nossos amigos. Neste número , Rogério Blum , desde o Sul , celebra o viver e lutar , em “Viva o Amor, Viva a Vida” . Novo colaborador , Luiz Cesar , “Uma Voz do Rio”, lembra o que passamos e as lições de Aldir Blanc, cantando “O Bêbado e a Equilibrista.”(Obs. Foi exibido , no programa 46, “Pra não dizer que não falei de flores…”, de G.Vandré, por erro, que não dava tempo para corrigir. No próximo número, 47, a canção de Aldir Blanc ).
A historiadora Anita Prestes, por sua vez , ataca o tema central deste número, tendo em vista o livro a ser lançado ,“O Cabo, o Capitão e o Capital”, de autoria de Lincoln Penna , tema adequado ao que vivemos. Gustavo Motta, professor e Mestre em Ciência Ambiental, inicia análise geopolítica do mundo atual, com mudanças no poder antes apenas polar ou bipolar.
Luiz Mário, líder sindical de fibra , analisa os problemas dos petroleiros e suas propostas, em meio à pandemia do covid-19, que os atinge. Montanha, jornalista e comunicador, uma voz do “povão”, colabora com “A Voz das Ruas”. Nossos analistas Mauro Burlamaqui e o General Meirelles e Hiran Roedel , entre outros, revezando-se , analisam a política e a epidemia, nos EUA e no Brasil , e , por exemplo, a indignação de generais em relação às palavras “condução a vara”, utilizadas, em relação a eles, pelo Ministro do STF , Celso Mello. Francisco Assunção , a família vítima do vírus, destaca a importância da poesia- e dá um exemplo.
Muito mais, neste Caminhando Jornal TV 47 , na TVC/RJ , e. ainda, em seguida , no Youtube, nossa equipe contando que se inscrevam em nosso Canal , dando-nos força, para que possamos enfrentar o que vivemos – não uma , mas várias ameaças , do vírus ao golpe e humilhações , prisões, torturas e mortes .
O que prometem milicianos audaciosos , projeto de terroristas, até hoje nada ou pouco punidos, ameaçando até ministros do STF e o Presidente da Câmara dos Deputados. Até o projeto semelhante ao de Hitler, na Alemanha, década de 1930 . Hitler enchia a boca com Deus e religião, sem nada ter de cristão e religioso, muito ao contrário, como se viu , exaltava família, Pátria, nacionalismo (o que não é bem o caso aqui ) , insinuava” golpe”, declarava que salvaria o povo alemão da crise , atuava dentro do regime e suas milícias e outros por fora do mesmo. Ele o Líder, o Mito.
Cabe, na situação brasileira , conjuntura de alto risco para o que resta de democracia, pois nosso presidencialismo sempre foi autoritário (Cf. “Autoritarismo e Impunidade”, de Paulo Napoleão), juntarem-se as forças de todos os não comprometidos com corrupção , crimes, golpes, torturas, mortes , na defesa dos direitos humanos, democracia, liberdade, um mais legítimo Estado Democrático de Direito .
Dar um basta a milícias desordeiras , criminosas , em expansão , que ameaçam o país e seu povo , e que ensaiam um golpe de estado , confiando na omissão das forças militares . O que tem ocorrido até agora. Elas , forças militares, omissas ; as instituições lenientes. Pior, elas , forças militares, por alguns de seus membros mais ilustres, participando do governo e assistindo , junto com Bolsonaro , em frente ao Palácio do Planalto , manifestações contra as instituições.
Pior – omitindo-se , sendo coniventes com o “Mito”, chamado de “Minto”por seus opositores, desde que sua palavra pouco vale, todo dia mudando de discursos e desdizendo-se .
Milícias ilegais , fazendo demonstrações, ameaçando, insinuando violências, nas redes sociais anunciando e marcando dias sucessivos para a execução da violência (caminhões de milicianos estariam chegando ao DF ; dia tal o Congresso ou o STF seriam invadidos ; milicianos convidando os internautas a aderirem, etc.). Sim, exato, elas agindo contra as fracas instituições existentes, deterioradas , é verdade, o país num estado de exceção informal há longo tempo (não se trata de ditadura nem de ditadura constitucional – consultar Agamben, G., em “Estado de Exceção”) .
Embora essas instituições , com todos os seus defeitos, muito mais convenientes aos interesses da Nação , povo seu elemento central , do que um regime terrorista e sanguinário tipo o Indonésio de 1965 ou o brasileiro, em 1964. Que é o que aquelas milícias pretendem implantar , declarada e abertamente, já tendo havido exemplo no golpe estrangeiro de 1964 (dos EUA e aliados, de outros países e, inclusive , locais) .
E que começou dizendo querer “democracia” e continuou com atentados a direitos humanos, com torturas, estupros e assassinatos, dentro dos quartéis e repartições. (Centenas, milhares de provas, livros como “A Casa da Vovó”, cheio de relatos.Uma vergonha para as forças militares, não importa fake news que se produza nem negativas mentirosas e cínicas ).
E anote-se que agora tal movimento , “golpe de estado” , tenderia a ser muito pior – primeiro, pelas milícias , ilegais, em pleno funcionamento, o que não havia então, ao menos como agora ; depois, porque anunciam ditadura, tortura, apoio a torturadores do passado, como Ustra , e ao menos “30 mil mortos”,como anunciou seu reverenciado e grande líder e mito – Bolsonaro, no curso de seus discursos .
Há exemplos históricos , já , desse tipo de atuação via inicial de milícias ilegais . Por exemplo, o que fizeram as milícias, com a omissão , conivência e auxílio das Forças Militares, por trás os Estados Unidos/Império do Capital , na Indonésia, 1965 ?
Mataram mais de 1 milhão de pessoas , taxando a todos os opositores, indiscriminadamente, de “comunistas “. A matança foi tão grande, a propaganda tal, que, décadas depois , antigos milicianos concordavam em participar de filmes que atestavam seus crimes e mostravam seus métodos de matança coletiva – genocídios de vários tipos(Confira o filme “O Ato de Matar”, na internet. Procure no nosso canal do Youtube o programa “A responsabilidade dos generais”, entre outros, onde tal é narrado, com referências ).
Pois bem , elas, milícias atuantes [as que mostram a “cara”, pois os bastidores devem ser muito piores , desde que anuncia-se , por historiadores sérios, que Bolsonaro, desde sua primeira eleição , para vereador, teve apoio de milicianos criminosos , do Rio de Janeiro (vide vídeo na faixa esquerda deste site; verifique escândalos de milicianos ligados aos filhos do Presidente e a seus gabinetes parlamentares )]. Mais ainda – tais milícias insinuam violências , ensaiam-nas , promovem-nas , com agressões diversas (vide mídia) , prometem autoritarismo, violência mortes.
E tal sob a direção, nada mais nada menos, do Presidente da República , eleito em suspeitas circunstâncias E que, aliás, já declarou sua própria incapacidade de resolver as questões nacionais via paz, eleições, democracia, anunciando até guerra civil , da qual se declarou adepto, contra democratas e divergentes, que chama de “comunistas corruptos”.
Quer dizer, no Brasil, 2020, através de omissões, fake news, atos diversos, manifestações explícitas mesmo de apoio, temos um Presidente, ou “presidente”, eleição de legitimidade e legalidade duvidosas (facada, movimentos de rua financiados por interesses estrangeiros , um duvidoso impeachment feito sob pressões militares e, provável , recursos financeiros , pregação política feita dentro de quartéis, de norte a sul do país, com concordância de ex-ministros militares, urnas eletrônicas suspeitas, até mesmo pelo eleito, antes e depois das eleições, entre outros obscuros episódios ).
E que promove, abertamente, um “golpe de estado”, ao fundo sob sua evidente direção e de equipe palaciana – e já envolvido em crimes, fake news por meio de robôs, intervenções na Polícia Federal para proteger filhos e parentes e amigos ,escândalos envolvendo seus filhos.
Impedir o golpe em curso, resistir, denunciar, manifestar-se , organizar a defesa da sociedade. Não deixar que se repita, aqui, a desgraça nazista alemã da década de 1930 , nem o golpe , no fundo e origens estrangeiro, de 1964. Nem desgraças populares tipo as promovidas pelo Império do Capital , EUA à frente , como ocorreu na Indonésia , Filipinas, recente Bolívia e outros países.(*)
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(*)(Original não revisado, o que não impede entendimento ).
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