Milicianos e militares – envolvidos num “golpe”?

maio 17, 2019 by

Milicianos e militares – envolvidos num “golpe”?

Milicianos e militares – envolvidos num “golpe”?

(base do editorial  de Caminhando Jornal TV 46)

     (Mauro M.Burlamaqui)

 

Na  situação por que passa o Brasil , país “quebrado” + Bolsonaro + covid-19, com riscos do país explodir, com crise social e econômica incontrolável,  ainda assim, produtores e amigos resolveram prosseguir com a publicação de Caminhando Jornal TV e, até, promover melhorias nele.

Porque , mais do que nunca, necessário opor-se ao caos notado no horizonte, ou melhor ,  quase à porta ou à porta de nossas casas . E  combater o mar de mentiras em curso, que só interessa a conservadores, que não querem mudanças estruturais .

Como cidadãos responsáveis, por sentirmos o perigo que corre a  Nação, com mortes evitáveis em curso e maciça desinformação e  distorções de fatos promovidas  pela  mídia ,  frente à catástrofe que se avizinha , pretendemos ir adiante , divulgando esta revista digital,  enquanto possível .

Neste Caminhando Jornal TV , a partir de agora, novos temas, forma , colaboradores. Por exemplo – os “bolsomilicianos” estão ensaiando um golpe contra a sociedade desarmada ? Bolsonaro imita Hitler , há paralelo entre vidas e épocas , ambos  sustentados pelo capital  financeiro?  

E a música ? Não podemos viver só em clima de  tensão , há que variar , reorganizar , dar algumas  “paradas”. Tal ocorre até em meio a guerras , os vietcongues faziam festas , cursos, estudos, dormiam , amavam – sob as bombas , dia e noite, além de napalm , do invasor americano. Ridículo nós, aqui, querermos tratar , dia e noite, com nossos amigos e conhecidos, de problemas, dificuldades, notícias negativas, sacrificando todo o resto.

Ainda mais quando não há que se esperar mudanças rápidas na desgraça brasileira . Assim, assuntos variados , mais importantes, para manter nossa saúde mental e física , o que levamos a nossos amigos. Neste número , Rogério Blum , desde o Sul , celebra o viver e lutar  , em “Viva o Amor, Viva a Vida” . Novo colaborador , Luiz Cesar ,  “Uma Voz do Rio”, lembra o que passamos e as lições de Aldir Blanc, cantando “O Bêbado e a Equilibrista.”(Obs. Foi exibido , no programa 46, “Pra não dizer que não falei de flores…”, de G.Vandré, por erro, que não dava tempo para corrigir. No próximo número, 47, a canção de Aldir Blanc ).

 A  historiadora Anita Prestes, por sua vez ,   ataca o tema central deste número, tendo em vista  o livro a ser lançado ,“O Cabo, o Capitão e o Capital”, de autoria de Lincoln Penna , tema adequado ao que vivemos. Gustavo Motta, professor e Mestre em Ciência Ambiental,  inicia análise geopolítica do mundo atual, com mudanças no poder antes apenas polar ou bipolar.

Luiz Mário,   líder sindical de fibra  , analisa os  problemas dos petroleiros e suas propostas, em meio à pandemia do covid-19,  que os atinge. Montanha, jornalista e comunicador, uma voz do “povão”,  colabora  com “A Voz das Ruas”. Nossos analistas  Mauro Burlamaqui e o General Meirelles e Hiran Roedel , entre outros, revezando-se ,  analisam a política e a  epidemia,  nos EUA e no Brasil , e , por exemplo, a indignação de generais em relação às palavras “condução a vara”,  utilizadas, em relação a eles,  pelo Ministro do STF , Celso Mello. Francisco Assunção , a família vítima do vírus,  destaca a importância da poesia- e dá um exemplo.

Muito mais, neste Caminhando Jornal TV 47 , na TVC/RJ , e.  ainda, em seguida ,  no Youtube,  nossa equipe contando que se inscrevam em nosso Canal , dando-nos   força, para que possamos enfrentar o que  vivemos  – não  uma , mas várias ameaças , do vírus ao golpe e humilhações , prisões, torturas e mortes .

O que prometem milicianos audaciosos , projeto de  terroristas, até hoje nada ou pouco punidos,  ameaçando até ministros do STF e o Presidente da Câmara dos Deputados. Até o projeto semelhante ao de Hitler, na Alemanha, década de 1930 . Hitler enchia a boca com Deus e religião, sem nada ter de cristão e religioso, muito ao contrário, como se viu , exaltava família,  Pátria, nacionalismo  (o que não é bem o caso aqui ) , insinuava” golpe”, declarava que salvaria o povo alemão da crise , atuava dentro do regime e suas milícias e outros por fora do mesmo. Ele o Líder, o Mito.

Cabe, na situação brasileira , conjuntura de alto risco para o que resta de democracia, pois nosso presidencialismo sempre foi autoritário (Cf. “Autoritarismo e Impunidade”, de Paulo Napoleão),  juntarem-se as forças de todos os não comprometidos com corrupção , crimes, golpes, torturas, mortes , na defesa  dos direitos humanos,  democracia, liberdade, um mais legítimo Estado Democrático de Direito .

Dar um basta a milícias desordeiras , criminosas , em expansão , que ameaçam o país e seu povo , e  que ensaiam  um golpe de estado , confiando na omissão  das forças militares . O que tem ocorrido até agora. Elas , forças militares, omissas ; as instituições lenientes. Pior, elas , forças militares,  por alguns de seus membros mais ilustres, participando do governo e assistindo , junto com Bolsonaro , em frente ao Palácio do Planalto , manifestações contra as instituições.

Pior – omitindo-se , sendo coniventes com o “Mito”, chamado de “Minto”por seus opositores, desde que sua palavra pouco vale, todo dia mudando de discursos e desdizendo-se .

 Milícias ilegais , fazendo demonstrações, ameaçando, insinuando violências, nas redes sociais anunciando e marcando dias sucessivos para a execução da violência (caminhões de milicianos estariam chegando ao DF ; dia tal o Congresso ou o STF seriam invadidos ; milicianos convidando os internautas a aderirem, etc.). Sim, exato, elas agindo contra as fracas instituições existentes, deterioradas , é verdade, o país num estado de exceção informal há longo tempo (não se trata de ditadura nem de ditadura constitucional – consultar Agamben, G., em “Estado de Exceção”) .

Embora essas instituições , com todos os seus defeitos, muito  mais convenientes aos interesses da Nação , povo seu elemento central , do que um regime terrorista e  sanguinário tipo o Indonésio de 1965 ou o brasileiro, em 1964.  Que é o que aquelas milícias  pretendem implantar ,  declarada e abertamente, já tendo havido exemplo no golpe estrangeiro de 1964 (dos EUA e aliados, de outros países e,  inclusive , locais) .

E que começou dizendo querer “democracia” e continuou com atentados a direitos humanos,  com torturas, estupros e assassinatos, dentro dos quartéis e repartições. (Centenas, milhares de provas, livros como “A Casa da Vovó”, cheio de relatos.Uma vergonha para as forças militares, não importa fake news que se produza nem negativas mentirosas e cínicas ).

E anote-se que agora tal movimento , “golpe de estado” ,  tenderia a ser muito pior – primeiro, pelas milícias , ilegais, em pleno funcionamento, o que não havia então, ao menos como agora ; depois, porque anunciam ditadura, tortura, apoio a torturadores do passado, como Ustra , e ao menos  “30 mil mortos”,como anunciou seu reverenciado e  grande líder e mito – Bolsonaro, no curso de seus discursos . 

Há exemplos históricos , já ,  desse tipo de atuação via inicial de milícias ilegais . Por exemplo, o que fizeram as milícias, com a omissão , conivência e auxílio das Forças Militares, por trás os Estados Unidos/Império do Capital  , na Indonésia, 1965  ?

Mataram mais de 1 milhão de pessoas , taxando a todos os opositores, indiscriminadamente, de “comunistas “. A matança foi tão grande, a propaganda tal, que,  décadas depois , antigos milicianos concordavam em participar de filmes que atestavam seus crimes e mostravam seus métodos de matança coletiva – genocídios de vários tipos(Confira  o filme “O Ato de Matar”, na internet. Procure no nosso canal do Youtube o programa “A responsabilidade dos generais”, entre outros, onde tal é narrado, com referências ).

Pois bem , elas, milícias atuantes [as que mostram a “cara”, pois  os bastidores devem ser muito piores , desde que anuncia-se , por historiadores sérios, que Bolsonaro, desde sua primeira eleição , para vereador, teve apoio de milicianos criminosos , do Rio de Janeiro (vide vídeo na faixa esquerda deste site; verifique escândalos de milicianos ligados aos filhos do Presidente e a seus gabinetes parlamentares )]. Mais ainda – tais milícias insinuam violências  , ensaiam-nas  , promovem-nas , com agressões diversas (vide mídia) ,  prometem autoritarismo, violência mortes. 

E tal sob  a direção, nada mais nada menos, do Presidente da República , eleito em suspeitas circunstâncias E que, aliás, já declarou sua própria incapacidade de resolver as questões nacionais via paz, eleições, democracia, anunciando até guerra civil , da qual  se declarou adepto, contra democratas e divergentes,  que chama de “comunistas corruptos”.

Quer dizer, no Brasil, 2020,  através de omissões, fake news, atos diversos, manifestações explícitas mesmo de apoio, temos  um Presidente, ou “presidente”, eleição de legitimidade e legalidade duvidosas (facada, movimentos de rua financiados por interesses estrangeiros , um duvidoso impeachment feito sob pressões militares e, provável , recursos financeiros , pregação política feita dentro de quartéis, de norte a sul do país, com concordância de ex-ministros militares,  urnas eletrônicas suspeitas, até mesmo pelo eleito, antes e depois das eleições, entre outros obscuros episódios ).

E  que promove, abertamente, um “golpe de estado”, ao fundo sob sua evidente direção e de equipe palaciana – e já envolvido em crimes, fake news por meio de robôs,  intervenções na Polícia Federal para proteger filhos e parentes  e amigos ,escândalos envolvendo seus filhos. 

 Impedir o golpe em curso, resistir, denunciar, manifestar-se , organizar a defesa da sociedade.  Não deixar que se repita, aqui, a desgraça nazista alemã da década de 1930 , nem o golpe , no fundo e origens estrangeiro,  de 1964. Nem desgraças populares tipo as   promovidas pelo Império do Capital , EUA à frente , como ocorreu na  Indonésia ,  Filipinas, recente Bolívia e outros países.(*)

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(*)(Original não revisado, o que não impede entendimento ).

 

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