Mercado, Império do Capital e Soberania Nacional
Mercado, Império do Capital e Soberania Nacional Ou – MERCADO , IMPERIALISMO E “PÁTRIA LIVRE”
*o “mercado” dirigindo o Braz$l; o imperialismo escondido atrás do
“mercado”; o filho de Goulart, ex-Presidente , derrubado em 1964 pelo
Império , João Vicente, e antigos lutadores
sonhando com a “Pátria Livre”(partido) – afinal , uma boa notícia ?! *
(Redação)
“Nós temos uma história cheia de máculas e essas máculas precisam ser conhecidas, vir à tona; para que nós nos libertemos delas. O papel da história é esse : permitir que nos libertemos das máculas de nossa história . As tradições são míticas, elas sobrevivem sem nenhum exercício crítico. Então nós temos que “matar” toda tradição que seja uma tradição maculada por meio da sua libertação, quer dizer, do conhecimento dos males provocados por tais tradições . E temos que construir e reconstruir a nossa história. A história é diferente da tradição, porque a história é um pensamento crítico, que reconstrói criticamente, que permite nos libertarmos desses males todos”.
José Honório Rodrigues (“História e Contra-História”,in Carlos Guilherme Mota, Globo, SP, 2010, p.355)
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Parteiros e aborteiros da História
A Província Braz$l, nome já bem justificado neste blog, que não vemos razões para modificar(cf. , se desejar , artigos anteriores e autores em que nos baseamos, como Ianni e Darcy) , embora compreendendo a estranheza que tal possa despertar , mas que é lógica e razoável , continua em seu labirinto político, a ser decifrado – ou jamais os brasileiros,entre outros povos, sairão dele .
O que também é possível, pela ação eficiente do carcereiro de plantão, o mesmo e velho Tio Sam , acionista principal e dirigente do Império do Capital , aquele que possui, entre outros, a mais poderosa força militar de todos os tempos, com bombas nucleares em profusão e mais de 850 bases militares espalhadas pelo mundo, várias nas cercanias da província decadente.
E não só isso – tem também um notável time de estrategistas , estudiosos, muito bem preparados, formados nos maiores centros de estudo do mundo(universidades ) , dia e noite atuando no sentido de manter incólume o Império , as províncias sob controle, para isso supervisionando-as sempre , continuamente(Ellen Wood, “O Império do Capital”), mantendo as grades psicológicas e econômicas sempre em bom funcionamento .
Sutileza das sutilezas – na maioria das vezes sem sequer o uso de seu poderio armado, mais poderoso que todos os outros países juntos , assim construindo a História desejada – convencendo , mentindo , omitindo, desinformando , editando – e para isso utilizando o denominado “Príncipe Eletrônico”(Ianni, cf. neste site , arts. ), que divulga suas idéias (ideologia), preponderantes no mundo , dia e noite , isto é, via big mídia (televisão, internet, celulares, rádios , cinema ,etc.) .
O que não quer dizer , insista-se , que , quando preciso , ou seja, se tal insuficiente para convencer o mundo , havendo estados-nações recalcitrantes , ou até “bandidos” ou “fracassados” (cf. termos genéricos de Chomsky e outros), mesmo com o uso suas narrativas as mais convincentes e conhecidas ( tipo “democracia, direitos humanos, felicidade, dinheiro, conforto, piscinas, qualidade de vida, carros, iates, etc.) – não use aquela velha e tradicional violência construtora ou desconstrutora da História , antes citada , abortando , então , a de um ou outro povo – com bombas nucleares(Hiroshima e Nagazaki) , exércitos, aviões, mísseis , superbombas , drones, torturas, invasões, assassinatos .
Possui , ainda, o citado Império , como força secreta e invisível de infantaria político-militar , uma espécie de “Polícia Militar Mundial” , legal, e a distribuída por todos os países , invisível, invisível , ilegal, sigilosa , com poderes de vida e morte e sequestros e torturas . Com talvez milhões de “funcionários” ou colaboradores, bilhões de dólares de orçamento , alguns deslocados , conforme necessidades, de cá para lá , sendo chamada de “serviços secretos“ – que tomam diferentes nomes como CIA , Segurança Nacional, etc.
Além disso, essas forças militares secretas treinam outras , em vários países, que tornam-se suas forças auxiliares. (Cf. , por exemplo, Moniz Bandeira, “Formação do Império Americano” e “Presença dos EUA no Brasil) . Tanto as forças aparentes do Império, como as invisíveis, não respeitam normas de nenhum país, nem as internacionais(ONU, Cortes Internacionais, etc.), embora procurem fazer alianças entre os vários estados-nações dirigentes do Império , sempre que decidem intervir num ou outro canto do mundo , para defender seus interesses.
Quer dizer, quando preciso o Império usa fórceps , bisturis, instrumentos cortantes , destruidores , ou seja, armas, canhões, aviões , bombas, mísseis , etc. , claro , desde que , como Marx, é adepto da violência como parteira da História . No caso particular , melhor dizendo , como aborteiro da História, em geral – mas, moderadamente, se e sempre que puder , pois só quando necessário , e insuficientes outros meios . Chega a tentar dosar o uso de seu poder (“soft power”, “hard power”,etc. J.Nie Jr., “O futuro do poder”) .
Tenta também , vagamente, legitimar-se , criando conceitos como “guerra justa” e outros, quando tal possível(Ellen Wood, “O Império do Capital”, Boitempo, SP, 2014, p.112), doutrina afinal desrespeitada por ele mesmo . Temos , então , vários tipos de partos da História – e de abortos. Os partos e, por vezes, abortos naturais, os feitos com violência pelos povos e, os hoje mais comuns, aqueles realizados pelo Império do Capital , a força mais poderosa conhecida, ora optando num sentido, ora noutro – na maioria das vezes abortando o nascimento do novo, em especial quando se tratam de gestações feitas pelos povos de todo o mundo, em discordância com interesses dele – Império .
Senão isso , ele apenas desvirtua , modifica a História , como faz com a natureza , e constrói narrativas de seu interesse , absurdas que sejam – que serão aceitas, a maioria das vezes, face a seu poder , via propaganda majoritária , bolsas de estudo , cursos de graduação, pós-graduação , big mídia por ele controlada, etc. – meios irrigados por muitos milhões de dólares.
E nós continuamos, mesmo conscientes de tudo isso , graças a estudiosos como os citados, e com a ajuda de um Darcy, Jaguaribe, Plínio, Sodré , Marx , Moniz, Marcuse , Freund, Freud , entre outros mestres de escol, na tentativa de, ao menos, entender todo o comportamento dele, Império, que interessa aos brasileiros – e discutir isso com alguns outros porventura interessados em mudanças da triste situação nacional , a razão deste blog/site.
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O analfabetismo funcional, no Braz$l
O que, aliás, é problemático . Primeiro, porque da população brasileira, segundo estudos, apenas 8 % (oito por cento) estão entre os “proficientes”, entre os alfabetizados e analfabetos funcionais. Isto é , aqueles capazes de entenderem e interpretarem textos como os deste blog, longos, complexos , por vezes sutis e detalhados. Pior, no caso , por vezes repetitivos , não revisados, prolixos mesmo – pelas circunstâncias que envolvem sua construção e estarem as reflexões em busca do novo, análises que vão além das centenas que proliferam na big mídia e muitos blogs, repetindo o sabido , em suma, alguma síntese elucidadora , cabível à situação brasileira – o que não é nada simples. . Em outras palavras, poucos são capazes de ler e interpretar textos como esse , por exemplo , publicado sem revisão e com muito joio junto com o trigo, além de com pouquíssima visibilidade . O que não invalida caminhos porventura abertos .
Muitas vezes recebemos sugestões – “cortem tudo, sejam populares , simplifiquem , assim ninguém lê” . É verdade . Esses sugerem , bem intencionados, uma forma de “ganharmos leitores “- mas perdermos as análises e a conquista de minorias mais interessadas e capazes de interpretá-los. Frente a nossos objetivos, agradecemos aqueles – e que a big mídia fique por lá, nós por cá. E , se a alguém interessar, aqui estão algumas reflexões, numa loja cultural aberta e gratuita, sem nenhum ônus. Adiante, atingido certo nível de análise, quem sabe a preocupação se ampliará – ou será outra?
De qualquer modo, trata-se de questão complexa – se não se conhece a origem do “mal’, ou da doença, naquela metáfora tão comum, como chegar à cura ? Então, num primeiro momento, não há nenhum do povo , sem especialização, leitura , estudos, que será capaz de decifrar “logogrifos” históricos, como bem lembra Moniz Bandeira , ainda mais numa fase da História dos Povos em que há equipes de alto nível empenhadas, especialmente, em confundir, 0mitir , enganar , editar, mascarar , construir narrativas falsas – tudo em busca de manter o domínio mundial do Império do Capital. E ainda dividir as esquerdas e democratas , o que vem de longa data . Sodré chega a enumerar as ações nesse sentido : …”assegurar o controle das instituições … ; …ampliar suas bases políticas ; …”controlar os meios de comunicação”…”; …”alternar o uso da violência e da corrupção “…fomentar a divisão das forças democráticas “…etc.(No caso, Brasil , pós-“ditadura”.Sodré, N.W.,”Vida e Morte da Ditadura”, Vozes , RJ, 1984, p.128).
O IMPÉRIO DO CAPITAL EM NOSSO TEMPO
As formas de ação, as táticas, tudo muda , com o tempo. Não se trata das práticas do início do século XX – invasões diversas, ocupação de território, guerras localizadas em profusão – a velha colonização .
Então , para os que consideram que o sistema implantado por ele , Império , não representa nenhum fim da História , nem solução para todos os problemas dos povos, cabe antes de tudo promover e discutir a necessidade de muitos que assim pensam dedicarem-se mais a tal tipo de estudos históricos, políticos, independentes das análises oficiais viciadas, de vários tipos – e isso às dezenas, centenas, milhares, milhões de cidadãos , pois, se for o caso, estudando , refletindo, escrevendo, discutindo , porque esta a única superioridade que possuem sobre tal sistema imperial – número, quantidade, em principio – e não qualidade . E você não pode colocar melhor alternativa ou confrontar , sequer ideologicamente, com possibilidade de êxito, aquilo que não conhece. Pior ainda se não for capaz de conhecer também suas próprias condições, limites possibilidades. Precisa-se justificar mais a razão de tais estudos ?
Ora, as próprias derrotas dos democratas e povos , sucessivas, frente ao Império, exigem tal. Uma máquina ideológica, política e militar de tal dimensão não pode jamais ser contestada sem grandes estratégias, estratégias, táticas, conhecendo-se e reconhecendo-se o poder do adversário e as próprias limitações. Se essa política do Capital é “tudo isso” – embora tenha seus pontos frágeis, como a necessidade de expansão permanente e a guerra infinita- é preciso conhecer suas ações em detalhe, inclusive no Brasil. As derrotas sucessivas aqui ocorridas implicam nisso . A política do Império usa ardis diversos, como um Walesa , na Polônia , ou um “Lula da Silva” aqui , entre outros – e calcule-se o prejuízo já causado ao povo brasileiro, ainda em curso, e o que ainda apenas este caso específico poderá causar.
Porque há alta probabilidade(pelo conjunto de dados e análises sobre Lula, já feitas, e outras que por certo surgirão, em especial sobre seus cursos no exterior, permanência numa universidade, etc. ) de que ele foi , desde sempre, nada mais que um elemento a serviço do grande Capital. O que significaria essa hipótese(e com elas trabalhamos, hipóteses, nunca com a certeza absoluta)?
Nem Pensar – uma atuação de décadas e o Brasil , hoje Braz$l, sob direção de quem, durante tantos anos ? E na “oposição”, que heranças terá deixado após décadas ? James Petras, apenas referindo-se à política econômica de Lula, menciona que tratou-se de um prejuízo que poderá alcançar gerações de brasileiros .(“Brasil e Lula – Ano Zero”, Edifurb, Blumenau, 2005).
Assim, do outro lado do interesse dos povos de toda parte , estão e sempre estarão minorias , sim, muito bem pagas , a serviço do Império , mas altamente especializadas e intelectualizadas e dedicadas a uma só tarefa – impedir mudanças estruturais, sócio-econômicas , em todo o mundo , ou seja , quaisquer rupturas que poderiam levar a mudanças históricas qualitativas . Tudo que não deseja o Império. Trata-se de uma condição subjetiva, a apontada, crucial, surgida nas últimas décadas, com o avanço das chamadas ciências sociais , estatísticas, uso de computadores, internet, levantamento de hipóteses, pesquisas, etc.
Se ela não superada ,teoria, estratégia, táticas corretas , utopias, ideologia , capaz de conquistar mentes e corações , poderíamos falar no fim induzido da possibilidade de mudanças estruturais , programado por minorias ,nesse sentido, sim, no sentido de uma espécie do “fim da História”? Até agora, tem havido retardamentos, com bloqueio econômicos, sabotagens , superbombas, bombas nucleares(já usadas) – mas a permanência do Império , por muito mais anos do que pretendia Hitler, continua dependendo da “guerra sem fim”(Wood, ib.) – e da manutenção de um “poder incontestável”, ao menos maior do que o da maioria dos possíveis adversários – aliás, de todos juntos.(Ib.) Além disso, embora ainda esteja moderando seu uso da força, a certa altura , mesmo desafiado, o Império terá que provar (de tempos em tempos) aquele seu “poder incontestável”- o que pode significar guerra – e nuclear .
A NECESSÁRIA GUERRA IMPERIAL SEM FIM
Agora, por exemplo, foi colocado no coração de sua direção um estranho e destemperado Trump(e tudo indica que de forma forçada, fraudada, por vários motivos que estão na mídia). Por quê isso, casualidade , ou terá vindo para fazer e justificar a guerra ?Já bombardeou a Síria(base militar ) e jogou uma superbomba em outra parte do Oriente.
Desfila o Império seus navios e mísseis nucleares junto à Coréia do Norte , que o provoca, sem dúvida – em que pese o absurdo (em que só países de quinto plano entram, caso do Braz$l)do Império querer determinar as ações internas de outro país, impedindo-o de possuir o que ele mesmo (e uma minoria ) possuem, de longa data – bombas nucleares (Argumento dos militares brasileiros , com razão. O que significa, nos dias de hoje, deixar todos os países sem bombas nucleares completamente indefesos e dependentes dos outros – no caso do próprio Império) .
Irá Trump à guerra nuclear ? A Coréia do Norte reagirá ? No sistema econômico da “guerra sem fim” tal é um risco constante, corrido por todos , em especial os povos das nações envolvidas . Poderá ir, sim, pois a guerra é de interesse sempre do Grande Capital Internacional, inclusive a permanente reconstrução após a destruição. (Cf. na barra esquerda deste blog análise fria a respeito desse ponto, última janela, de cima para baixo).
OS SERVIÇOS SECRETOS ILEGAIS E INVISÍVEIS
Só se conhecem deles algumas pontas , talvez propositadamente visíveis . Mais um e pior obstáculo a quaisquer mudanças , desde que passe-se adiante da fase antes referida de simples compreensão da atual etapa histórica – a atuação das forças policiais-militares legais e secretas do Império, de informação , num primeiro momento, mas de execução no segundo,capazes de fazerem , por exemplo, o que fizeram desde o início da década sessenta , no Brasil – corrupção de parlamentares, distribuição de armas , agitação política, provocações, utilização de milhões de dólares e da big mídia controlada .
(Cf. Moniz Bandeira, p.e., “A presença dos EUA …”, entre outros, com dados e provas, inclusive de uma Comissão de Inquérito do Congresso, na época ainda capaz de produzir informações verazes ). Com verbas secretas, fora da lei de seus países e de todos os outros , recursos de bilhões de dólares, inúmeros agentes cooptados (por dinheiro), em vários países .
Para completar , não esquecer-se – o Império do Capital, na atualidade, não busca ocupar territórios nem destruir estados nacionais, o que faz só em último caso . Com isso, torna-se “invisível” para o povo em geral, não há um alvo visível e nítido, nem um local específico ocupado por ele – está em nenhuma e em toda parte. Este é um ponto que dificulta ainda mais lidar com o poder e dominação desse tipo de Império e suas táticas. Até porque atua através dos anteriores estados-nacionais , que não busca suprimir – precisa deles e usa-os para a acumulação do capital.(Wood, ib.)
Estará justificada a importância dos estudos de História e política , nessa fase de dominação imperial , razão de tantas linhas preliminares explicativas sobre os temas acima ? Sem entendimento correto do que se passa – só acumula-se derrotas . Até por desenvolver-se ações sem programa e táticas corretas .
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O estado fracassado destrambelhado
Braz$l Província, dias em curso – Temer, vice que assumiu após a queda de Dilma, ambos eleitos em eleição fraudada e corrompida (mas com absolvição absurda pelo TSE/STF e, por certo,conivência parcial do próprio MP e Congresso Nacional) – pego em flagrante , quase escondido no Palácio, em conluio com criminosos da JBS , corruptores assumidos em delações premiadas perante o MP .
Alguns políticos claramente criminosos soltos, uns poucos presos, certos empresários presos – confusão geral. A Justiça do estado de exceção informal, implícito, funciona de cá para lá, segundo interesses , possibilidades/força de frações políticas neoliberais ligadas a um ou outro grupo político. De um lado , Facchin, de outro Gilmar Mendes , com eles Tofolli,Lewandowsky, etc. Lula e Dilma indicaram 8 (oito)ministros para o STF .Na crise atual, faltam forças políticas em condições de pesarem em mudanças efetivas e alterarem o quadro político atual (frente ao extermínio e artimanhas desde o velho regime terrorista , o peso do Império do Capital e sua big mídia, e a atuação de Lula e outros, traindo e desorganizando e liquidando as esquerdas e forças democráticas coligadas ).
O historiador Villa resume os próximos passos, na província :
“ Basta recordar que estamos a cerca de um ano das eleições presidenciais e nada indica que haverá uma profunda alteração do que vivemos no processo eleitoral de 2014. Ou seja, teremos o habitual jogo sujo , com os mesmos partidos políticos, com os marqueteiros de sempre , os eternos candidatos e os ridículos debates “.
E continua :
”E no segundo turno , se houver, teremos dois candidatos representando frações eventualmente distintas do grande capital . E a cidadania ? Ah, esta pouco importa – ou melhor, importa só como eleitor, naqueles segundos em frente à urna eletrônica”.(…) E adiante – “ E de quer forma construir o novo em meio a uma estrutura arcaica que impede mudanças? “(O Globo, 11-7-17).
Repete Jaguaribe, 2005, citado por nós neste blog . Análise coincidente com as dos artigos deste site e a razão de propormos CONSTITUINTE JÁ como uma forma de mexer no quadro citado, tendo antes nos referido ,por isso mesmo, ao fato de propostas como “diretas já” e “fora Temer” não levarem a lugar algum (cf.artigos anteriores).
O autor , todavia, só faltou mencionar ainda as tais “urnas eletrônicas”, sob controle do TSE /STF, nas últimas eleições sob controle de um Tofolli … aquele ministro indicado por Lula e que era ligado a Dirceu – todos ministros sempre modelos morais e políticos. Como confiar nessas urnas e seus controladores ? Ainda haverá essa questão (fraude eletrônica – pesquise, consulte especialistas, veja na barra lateral deste site declaração do ex-delegado federal Protógenes ). Bastante evidente(a) a probabilidade de estarem tais urnas previamente viciadas, manipuladas, eletronicamente , antes em várias eleições, inclusive estaduais, de longa data – e , inclusive , (b) de parte dessa crise originar-se , entre outras razões , na manipulação das eleições de 2014, de fato vencidas por Aécio Neves .
Todavia, com boa probabilidade, algum acordo entre as várias frações neoliberais no poder impediu e impede denúncias evidentes , como essas , que um dia aparecerão . E cairemos mais uma vez na situação das denúncias contra Dilma (Pasadena e outras ) , Lula (obstrução de Justiça e outras ) , Dirceu (já solto) e Temer (ainda na administração ). Isto é , sem decisão ou condição de apurar, condenar e ir até o fim, face à corrupçào sistêmica que tem braços na Justiça . A corrupção sistêmica está num ponto que só mudando as estruturas político-jurídicas seria possível mudar instituições totalmente corrompidas.
Enquanto isso …a fome grassa entre desempregados já em subúrbios do Rio, como Paciência (crianças, famílias )( O Globo, 9-7-17) ; universidades paralisadas (UERJ) ; balas perdidas matando a cada dia ; redes de ensino desmontadas ; novas denúncias de corrupção a cada dia , agora no BNDES , que, se investigarem, será mais uma calamidade nacional . Mas, talvez por aqui já nem se tenha mais ( o regime político) coragem para isso – lá, no BNDES , deve haver um saco enorme cheio de desperdícios de dinheiro público , fraudes , corrupção, propinas ; além de acusados, com completo cinismo , negando, se escondendo, sempre .
E Temer oferecendo cargos(como Lula e Dilma faziam) para tentar manter o poder, e mais verbas para quem o sustente no Congresso – nem pego em flagrante, envolvido em ilícitos, foi capaz de renunciar – cinismo e acusações ao mesmo nível de Lula e Dilma ; mortes muitas a mais no Braz$l que num país em guerra . Os brasileiros têm sido enganados por corruptos e falsos esquerdistas , neoliberais mascarados .
Cristovam Buarque participante disso tudo, no centro do palco político nacional, reconhece – “Caímos em falsas narrativas e acreditamos nas próprias mentiras . Sem rumo caímos no populismo e na corrupção .”(art.O Globo , 8-7-17). Cristóvão simplifica, esquece o Império, a dominação, suaviza – mas assinala verdades ,ainda que relativas ,bastante incompletas .
Além disso, Temer tenta justificar-se, legitimar-se, com pequenas reformas que não vão a lugar algum , ainda por cima reduzindo tarifas de importação e facilitando o fluxo comercial . Em outras palavras, vira à direita e entrega o país mais ainda nas mãos do capital internacional, que já o dirige, por sinal.
Para completar o quadro , o povo brasileiro manifesta sinais de exaustão . Fome , balas perdidas, escolas e universidades paralisadas , choro permanente até na mídia – de um lado. Na classe média, ou entre os mais favorecidos, enchem-se os consultórios de psiquiatras e psicólogos :
”O caos se instalou, o desamparo e a orfandade compõem o quadro das depressões e do pânico” – diz um psicanalista. Outro –
“ …um luto continuado, que já se estende por três anos e afeta nossa estabilidade emocional”. Um terceiro –
“Com a piora da crise financeira…vemos mais casos de estresse e predisposição para transtornos obsessivo-compulsivo , bipolar e de ansiedade … “ …nunca tanto desemprego e quebra de empresas. Isso provoca um trauma muito profundo. “”(id. 9-7-17)
Gabeira( no jornal citado) , sempre atento, mostra desconfiança no “estado de direito democrático” existente , assinala absurdos do foro privilegiado , “percebe, com acuidade , que
…”o sistema político partidário brasileiro envolve com seus tentáculos os próprios ministros do Supremo”.
Destaque importante . De fato .
Outro estudioso acerta no alvo –
“O foro especial integra uma guarda-chuva maior que é a cultura dos privilégios. Precisa ser extirpado por ser incompatível com os princípios republicanos e com a essência democrática da igualdade de todos perante a lei .(Livianu, R., Folha de S.Paulo,11-7-17).
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Mercado e Imperialismo no Brasil
Se no Braz$l não se fala quase em imperialismo , o termo “mercado” é pronunciado minuto a minuto pela big mídia, seus locutores e apresentadores . Por quê ? O que aconteceu ?
O jornalista Noblat, por exemplo, assinala que –
“O mercado que põe é o mesmo mercado que tira. E nada mais fácil que tirar um presidente quando se tem outro para por comprometido com os mesmos ideais. Maia é a garantia de que algo mudará para que tudo permaneça como está. Ao assumir a presidência temporariamente, ele manterá a atual equipe econômica .”(10-7-2011).
“O mercado que põe é o mesmo mercado que tira …”? O que é isso ? E por que continua ? Mencionamos essa divisão entre política e economia, própria ao Império do Capital , na atualidade, em artigo anterior, mas detalhemos melhor. “Mercado”?!
Wood bem explica – …”os trabalhadores dependem do mercado e são obrigados a entrar nele para vender a sua força de trabalho, coisa análoga aconteceu no plano global, onde mais e mais partes do mundo foram submetidas e esses imperativos do mercado que as tornaram dependentes. Basta pensar nas condições impostas pelo capital internacional e por organizações como o FMI às economias em desenvolvimento,criadas para torná-las mais dependentes dos mercados globais e do capital estrangeiro . ( Ellen Wood, “O Império do Capital” , ib., p. 10)
Não se trata mais de ocupação direta de território nem de extinção do chamado estado-nação. Mas ,de domínio via capital e de utilização do estado-nação nesse sentido – o poder esmagador é mais utilizado para convencer da inutilidade de reação do que para propriamente intervir, embora , é claro, tal possa ocorrer, daí estando sempre à disposição um “poder incontestável.”
Trata-se de um jogo complexo e sutil , em que a potência capitalista avançada não somente quer vencer os rivais ou disputar rotas de comercio. Ela precisa de mercados locais e por isso encontra novos meios de controlar aliados, sem que se tornem rivais . “A forma política da globalização não é um Estado global, mas um sistema global de estados múltiplos …”
O que há é – no capitalismo,” a dependência de produtores e apropriadores em relação ao mercado significa que eles estão sujeitos aos imperativos de concorrência, acumulação e produtividade crescente do trabalho; e todo o sistema – em que a produção competitiva é condição fundamental da existência – é movido por esses imperativos . O efeito é, entre outras coisas, uma relação distinta entre o poder político e o econômico , que tem consequências para as relações de classe e para a expansão imperialista. “( Wood, ib.,p.21).
Assim, explica-se o que ocorre no Brasil. E as razões de Lula ter sobrevivido ao mensalão , salvo pela economia , pelo “mercado,” de fato pelo Império do Capital e suas conveniências políticas.
Após a ditadura, que até decretos secretos utilizava ,tivemos uma situação em que poucos , como citamos em outros artigos, entenderam como se dava a transição “democrática”- não houve acontecimentos que subverteram a ordem política e social, caso da queda do nazismo alemão , dos fascismo italiano, ou do militarismo japonês ou mesmo do salazarismo português. Aqui …
“conservando a iniciativa, pela posse absoluta de poder, o regime iniciou a descompressão quando deu por finda a vigência do AI-5, isto é estabeleceu a poda de seus próprios e absolutos poderes. Na verdade …ao abrir mão de algumas faculdades, o regime conserva poderes suficientes para assegurar-se e o controle do andamento do processo dito de “abertura “. (Sodré, N.W., “Vida e Morte da Ditadura”, Vozes, RJ, p. 121).
DO PRIMEIRO GOLPE(64) PARA CÁ(2017)
Ora, o Império de Capital, tendo conquistado o Estado , já em 1964, já se encontrava “aqui dentro “(Prestes ) quando da “abertura política” . Por isso , já “globalizado “, sob as condições impostas pelo FMI , em outras palavras – o Império do CAPITAL – isto é , tanto faz um ou outro dirigente político, desde que se sujeite às pré-condições econômicas e políticas neoliberaisl .
”O Brasil sabe muito bem o que significa isso. Em anos recentes , os líderes brasileiros falaram com prazer sua independência ou seu desligamento da economia global; mas na verdade , mesmo com Lula e agora com Dilma no poder, eles se tornaram ainda mais dependentes do capital internacional ao aceitarem a dominância do neoliberalismo “.(Wood, ib.,p. 10).
Realmente, Lula da Silva avançou firmemente na direção da dominação neoliberal – “No final de 2003 estava claro que a esquerda brasileira tinha sofrido severas derrotas políticas e sociais”.(J. Petras, “Brasil – Lula, Ano Zero “).
Com Lula, tendo “colaborado com o capital e os governos neoliberais anteriores, os burocratas sindicais tiraram vantagem de suas ligações duradouras com Lula da Silva para entrar nos seu governo e para promover abertamente os interesses do capital contra o trabalho “(Petras,id., p.106). Petras mostra a demagogia descarada de Lula da Silva , colocando bonés do MST e logo depois ridicularizando aquela mesma política, perante agroexportadores (ib.,p.107).
Chegou ao ponto de , em 2004, anunciar planos para privatizar a infra-estrutura do Brasil , aprofundando seu papel como exportador de commodities …”(ib., p.108) e depois ainda enviando 1500 soldados ao Haiti , ajudando a proteger o governo de marionetes dos EUA ; mobilizou ainda 15000 soldados na fronteira com a Colômbia, coordenado como governo de Uribe . Brasil . Eletricidade e comunicações , sob propriedade estrangeira, pressionaram o governo para elevar tarifas, aumentando os lucros das transnacionais. A eletricidade com um aumento de 94% na renda líquida.(na chamada “Época Lula”).
Em resumo, confira dados , (ib., p.109) , Lula avançou no sentido do aprofundamento do programa neoliberal – virou sempre mais à direita, jamais à esquerda.
CORRUPÇÃO COMO ARMA POLÍTICA
Outros dados poderiam ser citados, em profusão, como já o fizemos em artigos anteriores, mas isso é suficiente para mostrar como o Brasil chegou à administração de Dilma .A corrupção era já enorme desde o “mensalão”, com Lula (Cf. , além dos antes citados, p.e. “O operador”, de Lucas Figueiredo , em que é mostrada a corrupção e ação de Marcos Valério , desde Collor , perpassando a administração de Lula. Nem antes Tancredo escapou do uso de caixa 2 e de sobras de campanha de milhões de dólares , sem controle e sem condições de recuperação. (Cf. “Tancredo Neves , o príncipe civil”, Objetiva, 2017, p.570 , de Plínio Fraga).
Nem a corrupção , sistêmica, nem a dominação imperial, vieram de pouco tempo atrás . O Braz$l, como nos referimos, de longa data está imerso em corrupção e num estado de exceção , que veio de longe, desde o regime terrorista ,e que conservou pontos essenciais aos que buscavam a continuidade no poder(Cf. arts. anteriores ) . Mais recente, Lula ,Dilma e outros apenas agravaram a situação, assumindo , aprofundando e ainda administrando de forma tira-leite incompetente – tendo como saída momentânea , para evitar a degringolada geral , mais dependência do Império do Capital, via dívida pública multiplicada ,pagamento de absurdos juros , desnacionalizações , concessões .
Os vícios das instituições brasileiras vêm de longe, incluindo-se as desconfianças do povo com tudo isso . Já em 1985 , a CIA estava não só dentro do país , com da Polícia Federal, pagando seus funcionários, gratificando , coordenando, treinando agentes. Controlava até telefones do Palácio do Planalto . O dinheiro americano rolava por lá . Acordos já vigoravam desde 1974 e depois foram incentivados em 1986 e mais ainda em 1995.( Reportagem em “Isto é” , cit. in Moniz Bandeira , entre outros , Cf. adiante) .
Que independência nacional era/é essa ?
O citado despertou protestos até dentro da Polícia Federal e isso talvez explique divergências no interior dela que chegam a nossos dias. Houve protestos até da oficialidade das forças militares na medida em que instrutores americanos foram observar operações na Amazônia e até lecionavam em escolas e cursos por lá. Isso só uma pequena mostra de até onde foi a dominação do Império por aqui. (Moniz Bandeira, “As relações perigosas : Brasil-Estados Unidos “).
Se formos mais longe, falando em imperialismo, podemos ver imposições grosseiras dos EUA a brasileiros, ameaças e ações ilegais abertamente tomadas –e os governos brasileiros suportando humilhações ou sendo obrigados a suportá-las .(Cf. “História Militar do Brasil”, de N.W.Sodré)
Portanto, a queda de Goulart , claramente organizada em detalhes , foi aqui realizado/incentivada pelo Império, com ações diretas da CIA , no sentido de desestabilização do então Governo (Cf. “Presença dos EUA…, ib.) – e está dentro desse contexto ( criação dos serviços secretos brasileiros , pela CIA, oficiais brasileiros estudando – e passeando- pelos EUA – Vernon Walters/Castelo Branco/Golbery/Figueiredo,etc.) .Cf. a sequência em Lucas Figueiredo , ” Ministério do Silêncio” ).
E tudo indica (cf. arts. anteriores) que também houve ainda o planejamento da “democracia golberyana” e até a construção e promoção de uma “esquerda” (com ganhos eleitorais,corrupção , etc.) envolvendo o PT e o PC do B – destruindo-se o PTB, PCB e outras correntes políticas que eram nacionais, apesar de todos os problemas que apresentassem/ enfrentassem , bem como limitações. Claramente , foi buscada uma ruptura, inclusive com a promoção do “sindicalismo de resultados”, liderados por Lula da Silva, no ABC , após sua volta dos EUA e do Japão, onde estudou , apoiado pela embaixada dos EUA (cf . ver antigos anteriores ) .
Lula estudou, ou recebeu instruções básicas , diretrizes , inclusive,por ironia ou não , na John Hopkins, Universidade dos EUA, em Baltimore, onde mandava nada mais nada menos que Lincoln Gordon, ex-embaixador dos EUA no Brasil , que teve papel importante(1964) na derrubada de Goulart (Cf. ” A face oculta do terror” ; e ,de resto ,Cf.neste blog arts.diversos , e livros de Fico, Gaspari , Moniz Bandeira, entre outros . Pesquise ) e, agora sabemos, na educação de Lula para o futuro .
O mesmo Gordon, aliás, Costa e Silva eleito , atritou-se com ele , quando Costa em viagem aos EUA – e apenas por Costa ter-lhe contado seus planos de governo democráticos e nacionalistas moderados, tipo JK . (“Chagas , Carlos. “Guerra das estrelas”). Aí uma mostra da personalidade de Gordon, homem-chave da antes citada universidade , quando Lula estudou por lá . E que mentiu ,diversas vezes , sobre as ações americanas de então , no Brasil, negando as mais decisivas- depois comprovadas. Casualidade ?
Pois bem – foi sob a direção deste Gordon, golpista americano , e nos EUA, em universidade sob a direção dele, que Lula estudou “sindicalismo“, através da federação americana , trabalhadores , AFl-CIO , sabidamente ligada à CIA. (Cf. Souders, F. “Quem paga as contas ?”, Langut, ” A outra face do terror ” , entre outros ) . (Cf.arts. anteriores com detalhes ). ( Depois , Lula trouxe para o Brasil, A/B/C, SP, o americano ” sindicalismo de resultados” ? Casualidade ?
É , politicamente salutar , ao menos , que , nessa situação, em que(1) o Braz$l já província está completamente enredado,com uma farsa antidemocrática corrupta , pior, com uma grande maioria do povo brasileiro , bem intencionada , sem sequer ter consciência da própria situação econômica ou política ; e, outra parte, a nível mais de ” elites”, (2) tendo consciência do exposto , à direita dedique-se omitir, mentir , e a enganar e enganar, dia a dia , esse mesmo povo ; e à esquerda boa parte fazendo o mesmo , e até mais, pretendendo-se ou fingindo-se até de oposição ao programa neoliberal , como se de esquerda fosse (isso enquanto usufrui de mandatos parlamentares e propinas, conquistados via verdadeiros estelionatos eleitorais , com fraudes e caixas 2) , sem sequer mínima autocrítica …pense-se novos caminhos .
Isto é …ainda haja quem pense em soluções e outros rumos – tendo como ponto de partida aqueles dos dantes derrotados pelo Império , via violência (1964) , mas que ao menos não levaram (Getúlio ,Goulart, Brizola, Darcy, PTB,PCB ,etc. ) o país e seu povo à bancarrota, o que vimos desde 1964 e vemos hoje .
Este o caso dos últimos líderes da falsa oposição de ” esquerda” , munidos de fato do programa “neoliberal”ainda atual/FMI /OMC/BIRD/”Consenso…”, pró-interesses estrangeiros , assumido , linhas gerais desde 1964 – há mais de 5 décadas , o suficiente para mudar qualitativamente a situação do país – “globalizado”(para o Império, via altas autoridades dos EUA) ; província (para vários teóricos brasileiros, já citados) .
E seguido tanto pelo regime terrorista ( generais diversos à frente) pós-64 como depois na ” golberyana” democracia, chegando a nossos dias – com Sarney, Collor , FHC,Luladilmadirceu,Temer.
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Um Goulart no Partido Pátria Livre
O fato mais importante, à esquerda, nos últimos dias , foi , sem dúvida, a adesão de João Vicente Goulart ao denominado “Partido da Pátria Livre”, novo, que não possui um único deputado federal.
Mas, o nome desse partido diria algo – seria “Pátria Livre” por considerar que o Brasil não o é ? Seria o Brasil , então , o quê ? Um país não soberano e não “livre”, o que vem sendo afirmado neste blog/site ?
João Vicente esteve no PDT e deixou ,como muitos , esse partido , com alegações de desagrado político . Mas, é fato sabido e afirmado neste blog que, há muito, o PDT virou à direita e que , desde seu presidente, também tem recebido acusações de corrupção. A família Goulart , no período em que Dilma já entrava em crise, junto com Lula, no caminho do impeachment , tendo em vista reconhecimento demagógico dos lulistas quanto a direitos do ex-presidente Goulart , havia se chegado a uma aliança com eles.
Este site fez análises em que afirmava – Goulart foi is um anti-Lula ; Goulart caíra porque negara-se a ceder (e se tivesse cedido teria ficado no cargo de Presidente ) , Lula, exato ao contrário , teve todo esse “sucesso” momentâneo porque sempre aliado(secreto) do Império, e a ele subserviente, tanto que fez uma política amplamente favorável ao Grande Capital, daí ter sido tão festejado , mundialmente , por ele. ( É só dar-se ao trabalho de conferir dados . Refs. – cf., antes , Petras e outros ) .
Agora , João Vicente Goulart adere ao Partido da Pátria Livre com discurso em que não mais mostra clara aliança com lulistas , ataca o Imperialismo , retoma, em suma , o que Brizola chamava o “fio da História,” isto mais de 50 anos depois do primeiro golpe do Império por aqui, em 1964 .
JOÃO GOULART FOI O ANTI-LULA
É um fato promissor a adesão de um Goulart à uma posição anti-imperial , representa avanço , como também mostram algumas posições das esquerdas , mais amadurecidas, no episódio da queda do lulismo e na negativa de aceitação de nova liderança de Lula à esquerda, o que é realmente absurdo. Que Lula se assuma e seja candidato, se quiserem, e ele quiser , mas declarado, afastado das esquerdas , ou se fugir a isso, taxado , nas ruas , como representante apenas de uma fração política neoliberal .
Que, afinal sendo obrigado a retirar sua velha máscara de esquerda . E ainda se exija dele posicionamento claro e programático – embora já se saiba que ele que não o cumprirá , se o assumir , exato como fez no passado até com o programa do PT e discursos públicos – ainda tendo a desfaçatez de declarar-se uma metamorfose ambulante . Isso, abraçado com líderes de direita a mais corrupta, como Maluf, que ainda o esnobaram dizendo-se à esquerda dele. Em outras palavras, Lula até assumiu o próprio reconhecimento de sua falta de firmeza , postura, palavra , dando razão a Chico de Oliveira – “não tem caráter “.
Lula nada teve em comum com Goulart – este golpeado por resistir ao Império; Lula por ceder tanto, sendo tão incompetente e envolvido em corrupção, que não pode mais esconder o que sempre foi e seu programa neoliberal, afastado, legalmente, sem a força das armas, por outras frações políticas também a serviço do mesmo Império do Capital . Ele sempre foi um líder neoliberal, mas enrustido , mascarado , populista, enganador das massas populares, traidor evidente das esquerdas, do próprio PT e do país (programa, promessas, discursos, versus prática politica, práxis) , embora realmente seja líder, a serviço do Império, numa posição dúbia, do pior neoliberalismo brasileiro, bem à direita , de uma de suas frações políticas , assim como José Dirceu.
Chegou a colocar tropas no Haiti e na fronteira da Colômbia, servindo aos interesses do Império , além de tomar um programa anti-nacional radical, à direita – tudo entremeado com disfarces, propaganda e demagogia, o que só tem similar como farsa, no Brasil, no também falso “milagre brasileiro” do regime terrorista , em 1973 – as semelhanças e agências de propaganda internacionais mostrando similaridades .
Goulart, com seu discurso, dá um passo no sentido de mudança do quadro político brasileiro. A quase nenhuma repercussão desse fato na grande mídia brasileira é um elogio, indireto , a ele – quando o Império ignora ou ataca alguém , de fato reconhece o inimigo , o que mostra como correta a posição dele, inimigo , do ponto de vista do Império , via sua big mídia.
[ PARÊNTESE – HOJE /VENEZUELA EM FOGO – Como faz agora o Império do Capital com Maduro ( que cometeu ,claro, normal e inevitável , uma série de erros ,políticos e outros, como então Goulart ) , insultando-o, mentindo, promovendo o caos , manipulando meias verdades ; Maduro lutando para não cair e evitar um “banho de sangue” na Venezuela. Sim, porque a queda de Maduro , com todos os defeitos que possa ter , assim como seus governos, com certeza, enfrenta do outro lado o Império , isto é, sabotagens, agitação, dólares, igual fizeram na década sessenta no Brasil(cf. livros citados antes) – e a vitória será seguida de um “banho de sangue” – e do silêncio ou lamento falso a respeito por parte de nossa big mídia local, que tem incentivado o golpe e a guerra civil lá , de forma indireta, irresponsável, omitindo e manipulando infs. (Cf. artigos anteriores) .
No Brasil, a big mídia apoiou a ditadura inicial (1964) e o regime terrorista , logo em seguida, tendo jornais como “A Folha …” auxiliado, com caminhonetes, os centros de tortura paulistas , e o diretor do “Estado …” conclamado os EUA a intervirem no Brasil .” O Globo” apoiou o regime terrorista, omitiu-se quanto a torturas e depois, recentemente, fez uma meia autocrítica . Agora, todos apoiam claramente movimentos fora da lei e clandestinos – contra Maduro. Cf. alegações de presos em movimentos e verifique-se as centenas de mascarados, na Venezuela , jogando pedras e coquetéis molotov durante as manifestações – prova clara de envolvimentos outros , diretamente políticos, provável, como aconteceu no Brasil – com muitos dólares.
Essa big mídia , no Braz$l , insufla o golpe lá , por certo revolução ANTINACIONAL e antidemocrática na Venezuela , que só poderá consolidar-se com um “banho de sangue” , tipo Chile/Pinochet. Maduro exita , o que se compreende , como Goulart( década 60) ,tentando manter limites democráticos – se não for firme , com estado de sítio, regime mais duro,etc.mesmo que “antipático” ao Império, e aos por ele iludidos , cairá – com um “banho de sangue” em volta , tipo fez Pinochet/Chile – repita-se , para enfatizar . E o Império? Escondido o quanto puder + mentiras + propaganda. O que tem dado certo. E a big mídia daqui que está incentivando “o banho de sangue”? Ficará caladinha, mas os nomes de seus parciais jornalistas incendiários ficarão para a História , como os dos Mesquita paulistas ].
Um partido, para ter importância , desenvolver papel democrático e encontrar apoio popular , depende de programa e quadros. O Pátria Livre , pelo discurso de Goulart e o que este partido prega, tem um programa pela soberania nacional, independência , anti-imperialista, o que há muito não se via por aqui. É um programa nacional capaz de atingir massas , como analisado em artigos anteriores. Por outro lado, a presença de um Goulart- João Goulart assinou leis de reforma agrária , contra remessa de lucros e outras, que foram então enorme avanço então – o que representa uma retomada de um projeto de Nação livre e independente.
Como o nome desse partido, que parece ter conquistado alguns velhos quadros brizolistas. Quanto à qualidade deles , e do próprio Goulart e outros quadros envolvidos no projeto, só o tempo dirá. Não basta um programa, eventualmente, com pontos corretos – homens de caráter firme , decididos, terão que empunhá-los – e o que está à nossa volta no Brasil, inclusive à esquerda, atesta o problema.
É algo, de alguma forma, positivo, no marasmo e absurdos da atual vida política brasileira , em que um Lula ainda pretende-se apresentar como líder das esquerdas nas eleições de 2018 , em que pese suas confirmadas traições, incoerências, acusações de diversos ilícitos ; um Temer ainda está na administração ; o Brasil totalmente subordinado a interesses estrangeiros ; os cartões de crédito com os juros mais altos do mundo – o que atesta uma realidade por si só, dispensando comentários.
Ao menos, nota-se avanços na compreensão popular, nas análises , eis que a continuada crise brasileira , se tem levado muitos , de um lado, aos hospitais , psiquiatras, psicólogos, e a doenças várias e até à morte , de outro tem amadurecido a compreensão coletiva da imensa farsa em que mergulhou o Brasil, desde décadas . Sempre sob a direção do Império, travestido ou mascarado em diferentes líderes/ situações , numa sequência –
ela parte da violência do ImpérioCastelo Branco, , regime terrorista , e segue incólume via generais ; passa da violência a uma aparente e falsa “conciliação”/democracia americanófila/golberyana; depois , por um Tancredo/Sarney , chega a Collor , FHC, Luladilma e , afinal , Temer.
Toda uma sequência qualitativa semelhante(globalização gradual) de fatos político-econômicos e líderes submetidos à política imperial , aos poucos o Brasil tornando-se Braz$l Privíncia ou um “protetorado” . E chegando aos resultados à nossa volta – pois tudo ocorrido, em essência, sob a direção de interesses estrangeiros e seus prepostos por aqui. Deles, o que poderiam esperar os brasileiros ?
Décadas de desgraça nacional, e o que está à nossa volta , comprovando que o programa neoliberal nada tem a trazer para povos que pretendem desenvolvimento, liberdade, independência, soberania – fora farsas , mentiras, máscaras.
A compreensão , apenas ela , e por poucos , disso “tudo” , acende uma tênue luz no fim do túnel, com pequenos sinais, ao menos, de que os brasileiros começam a sair de seu aturdimento e vergonha gerados pela forma como foram e têm sido enganados- e tentam enveredar por caminhos mais racionais .
[ Abaixo , para análise e reflexão, o discurso de Goulart, ao aderir ao Partido Pátria Livre ] .
(*Original não revisado, o que não impede entendimento).
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HERDEIRO DE GOULART CRITICA
O IMPERIALISMO
“(…)
SAUDAÇÃO
Caros parceiros de luta, de um novo tempo, de uma nova esperança, que a partir de hoje, juntos caminharemos para atingir nosso sonho.
Quis o destino, que este 1º de julho, que entra em minha vida como uma nova etapa de luta por um Brasil mais justo, que nós trabalhistas almejamos e persistimos há mais de 50 anos, fosse aqui com vocês, de braços dados por uma Pátria Livre.
Quero externar neste momento, Presidente Sergio Rubens, minha emoção, pois, depois de muita meditação, reflexão, duros pensamentos introspectivos de como poderia eu, continuar servindo a luta nacionalista, trabalhista, pela solidariedade, desenvolvimento e justiça social de nosso povo, que os exemplos de meu pai me guiaram por toda a minha vida, e de esta forma, estar presente junto a sua memória, seu sacrifício e sua paixão intransigente de servir sempre ao lado dos trabalhadores brasileiros, pregando não só uma justa distribuição de renda, mas sim a distribuição da riqueza que pertence a todos os brasileiros, ser hoje, acolhido por vocês, bravos companheiros nacionalistas, que também, jamais deixaram esmorecer a luta pela emancipação política, social e econômica que nosso país almeja e que a partir de agora me somo de maneira inconteste, lado a lado, na luta pelo Brasil livre e soberano que haveremos de conquistar.
Transformar o sonho da Pátria Livre em realidade factível, real e contundente, deixa hoje, de ser sonho e torna-se a minha nova realidade de luta, nesta nova trincheira de resistência, uma opção clara de realização, destino e caminho.
Sei os desafios que nos esperam, temos pleno conhecimento dos entraves que teremos pela frente.
O programa do PPL, me trouxe esperança de reerguer um legado que dormia nas prateleiras políticas do trabalhismo e rara vez era olhado com o cuidado necessário para os dias de hoje, com a lembrança clara que em nossa luta não mais podemos deixar de trazer à tona nas “Reformas de Base” do governo de meu pai o Presidente João Goulart, o Jango dos trabalhadores brasileiros.
O BRASIL ATUAL
Nosso país vive um estado de letargia e de dominação do rentismo, nunca visto anteriormente no brio de nossa população altiva, eloquente e brasileira, ao ver nossa economia ser entregue criminosamente aos setores da economia de mercado, puramente baseada no lucro a qualquer preço, ou na dita meritocracia da diminuição do Estado brasileiro.
A volta ao conceito que o mercado tudo regula é um crime de lesa-pátria às nossas crianças, à educação de base, aos direitos adquiridos dos nossos trabalhadores brasileiros, à nossa soberania, as nossas riquezas estratégicas, à nossa cultura do socialismo moreno, à nossa repulsa ao preconceito social ou racial, ao direito de idênticas oportunidades para todos, à restauração do Estado democrático, à um parlamento sério, a um judiciário sério, mas principalmente ao direito de nosso povo, ser dono de seu destino e mandante de seu governo.
É hora de assumirmos o nosso destino.
NACIONALISMO , BOLIVAR , SAN MARTIN
É hora de levantar a bandeira nacionalista pela qual Getúlio, Jango e Brizola, tentaram emancipar a Nação brasileira do imperialismo internacional. É hora de lembra-los. É hora de lembrar aqueles que também libertaram nossa América Latina dando identidade própria e nacional, aos povos que formam este continente, emancipando-os das tiranias do império espanhol e português. Ao lembrar de San Martín, de Bolívar, de Artigas e de lembrar de suas lutas neste momento de neocolonialismo que atinge nossos países, resgataremos nossas forças de resistência, para mais uma vez fazer frente aqueles que estão vendendo a nossa esperança de Nação autônoma, negociando nossa soberania, nossos valores morais e éticos ao capital internacional, aos monopólios multifacetados, aos trustes e aos exploradores contumazes do suor de nossos trabalhadores.
GUEVARA E A BOLÍVIA
É hora de lembrar do valoroso Ernesto “Che” Guevara, morto no dia 8 de outubro de 1967, nos confins da Bolívia, que deu em homenagem de sua imolação nesta data, o nome ao combativo movimento revolucionário MR-8, que tenazmente lutou contra a ditadura militar imposta em 1964 e que hoje faz parte da bela história deste partido ao qual me orgulho de estar hoje formando parte, ao lado de vocês, ao lado da resistência, ao lado dos sonhos de todos aqueles que tombaram, no difícil caminho, da reconquista da Liberdade e da Democracia com justiça social.
Aprendi no exílio uruguaio as palavras do prócer José Gervasio Artigas: – “COM LIBERTAD NO OFENDO NI TEMO”.
E é com esta fé na conquista da liberdade de um povo altivo, que entro na luta, junto a vocês por um Brasil mais justo, mais digno, mais livre na escolha de seu caminho, mais livre para os menos favorecidos, mais livre na consciência de nosso povo, tão sofrido quanto merecedor desta liberdade.
LIBERDADE
Acredito no conceito de Liberdade, no mais amplo sentido.
Liberdade significa essencialmente a luta pela justiça social, significa o direito à habitação, à educação, à cultura, ao lazer, ao direito de ir e vir, ao direito de ter a mesma justiça dos mais abastados e poderosos, a igualdade perante a lei e principalmente ao direito de idênticas oportunidades para construir uma sociedade equitativa, onde nosso povo seja digno e orgulhoso de seu governo, de suas conquistas, de seu destino e de seu desenvolvimento.
Em minha vida tenho percorrido caminhos de alegrias e tristezas; da essência pura de viver, do desprendimento, da humildade que o exílio impregnou em minha alma, buscando a essência da paz, da justiça, do entendimento e da concórdia, sem nunca abrir mão em meus passos do equilíbrio que devemos honrar, quando falamos em oportunidades iguais para todos e em um lugar socialmente digno para o nosso convívio, para todos que se identificam com a Pátria, para todos que querem uma Pátria Livre.
Sei que nosso partido nos traz desafios que haveremos de trilhar, superar e vencer. Precisamos de reformas, mas as reformas que estamos observando por um congresso subserviente, são as antirreformas, são as traições ao povo e aos trabalhadores brasileiros, a traição às verdadeiras ideologias que autenticamente se colocam como doutrinas.
A nossa doutrina, a nacional trabalhista com verdadeira história realizada por conquistas, entre o empresariado nacional e os trabalhadores, está sendo pulverizada por ações ilegítimas, que este governo fantoche, ilegal e conspirador da democracia, insiste em manter sob a proteção, de um congresso comprometido e cúmplice.
UM NOVO PARTIDO
Muito mais do que isso, são cúmplices financiados pela irrigação de propinas nas campanhas eleitorais, de um parlamento enfartado, diria eu na UTI, sem possibilidades de um transplante coronário, esperando apenas a porta do cemitério, para enterrarmos definitivamente, as traições contra o povo brasileiro.
Nosso partido não tem ainda parlamentares neste Congresso, não temos comprometimento nem compromissos com isso que está aí; mas temos com certeza, compromissos com a Nação, com a dignidade de luta e fé na transformação do Brasil. Estamos limpos e descomprometidos com a lama instalada na consciência de nosso povo; e é por aí que vamos começar a luta.
Nossas propostas são as reformas do povo, não são as reformas da FIESP, não são as reformas deste Congresso suspeito e golpista, não são as reformas da grande mídia, nem tampouco daqueles que pregam antirreformas para continuarem sendo os privilegiados das artimanhas do lucro fácil, em nome da livre iniciativa, as custas do suor dos trabalhadores brasileiros, que dia a dia estão perdendo seus direitos adquiridos, perdendo conquistas e perdendo a proteção sindical, que organizados defenderiam seus direitos.
Perdem os trabalhadores ao terceirizarem as atividades afins sem a isonomia do mesmo trabalho, perdem na homologação do fim do contrato sem a participação sindical, perdem o fim das horas extras ao criar-se o banco de horas, perdem as gratificações de abono e gratificações não mais incorporadas as férias e décimo terceiro, e pior ainda, se submete as atividades laborais em acordos pré-estabelecidos entre partes, prevalecendo o acordado diante do legislado. Em síntese, é o fim da legislação trabalhista.
Até o décimo terceiro salário, uma conquista do governo João Goulart, poderá ser parcelado, caso haja sido acordado entre as partes sem a intervenção sindical.
É o desmonte dos direitos trabalhistas, e contra isto temos que rebelar-nos.
A PÁTRIA
E este é o momento, com o povo nas ruas, nas praças que a ele pertence, levantar a bandeira de que a Pátria é nossa e não de quem tenha mais.
Há mais de 50 anos estamos esperando por mudanças estruturais. Tenho certeza, que junto aos trabalhadores deste país poderemos reiniciar novamente a luta por sua emancipação, social, econômica e política.
É neste momento, e permitam-me vagar na filosofia platônica, que as vicissitudes se tornam desafios e as palavras tornam-se ações. No mito da caverna, é a hora do homem que se conhece através de sua sombra, vislumbrar-se a si mesmo olhando a saída através luz que penetra por suas costas. Está aí o exemplo da descrença das ruas, está aí a indignidade impregnada no grito de hoje, não mais silencioso e sim coerente, digno de protesto clamando por mudanças e pela saída da escuridão. Como falam as ruas, os movimentos sociais, os sindicatos, os estudantes, as associações de bairro, é necessário dar o grito que libertará a ânsia de mudança impregnada na esperança de nosso povo.
Torna-se imprescindível estruturar caminhos e preceitos para a construção de fundamentos que venham a traçar o destino de nosso partido, caminhando passo a passo, navegando rio a rio. As ferramentas que temos, são, por enquanto, as mesmas, um partido político, um sonho e um caminho…
TRABALHISMO E NACIONALISMO
O trabalhismo já foi este sonho de reconstrução da Pátria de todos, solidária e amiga e poderá vir a ressurgir, se entender o clamor das reivindicações e souber amadurecer os anseios de novos tempos.
É no nacionalismo de retomarmos novamente nossos destinos, que encontraremos a saída para a libertação, e para isto, o Pátria Livre terá que abrir o caminho e mostrar que todo o sonho, de um Brasil esperançoso, será conquistado na liberdade, na democracia, na legalidade, nos exemplos de amor à Pátria e na conquista da independência social. É nas verdadeiras reformas; na reforma agrária, na reforma urbana, na reforma educacional e publica, na reforma tributária, na reforma política e eleitoral, na estatização de empresas estratégicas ao desenvolvimento nacional, no controle do capital externo através do monitoramento dos lucros das empresas estrangeiras aqui operando, é no controle do crédito bancário que detém o dinheiro público colocado à disposição de quem ele realmente pertence, aos micro e pequenos empresários do Brasil, ao empreendedorismo familiar, distribuindo recursos para mais investimentos na pequena empresa e na iniciativa individual, pulverizando assim o risco de empréstimos bilionários que irrigam a corrupção de nossas instituições públicas, os legislativos, o judiciário e as administrações dos poderes executivos.
REFORMA ELEITORAL
Temos que discutir a reforma eleitoral ampla e a reforma política para consolidar e legitimar o verdadeiro papel dos partidos. Temos que pregar o voto nas ideias, nos programas, nas ações de estruturação social das instituições brasileiras via a doutrina ideológica, via o instrumento partidário e não no voto individualista, votando no fulano dono do circo ou no ciclano dono do palco.
O voto no partido possibilita as agremiações políticas elegerem cientistas, intelectuais, personalidades com notável saber específico em certas áreas necessárias ao desenvolvimento tecnológico e social de nosso país, como a energia atômica, o petróleo, a preservação marinha, entre outras, e que de outra maneira, não teriam acesso para chegar ao Congresso Nacional representando a sua corrente ideológica, para debater e propor questões relevantes àquela matéria. O atual modelo proporcional valoriza apenas o voto na pessoa, o que faz do parlamentar um títere dos seus financiadores transformando o nosso parlamento em um ninho de interesses corporativos tais como, a “bancada ruralista”, a “bancada das armas”, a “bancada da medicina”, a “bancada da SUDENE”, e assim, torna o nosso Congresso, um verdadeiro gueto de interesses pessoais, de corporações industriais e rurais, que assim, preservam seus privilégios, através de seus parlamentares “eleitos” à serviço de seus interesses.
REFORMA AGRÁRIA
Temos que rediscutir a reforma agrária.
Uma luta que se arrasta há mais de 50 anos quando foi proposta por Jango no seu governo (61-64) e pela qual foi derrubado do poder por uma ditadura que se implantou no país, por força dos fuzis e baionetas, mantendo-se por 21 anos, impedindo o acesso à terra, calando a democracia e a liberdade no país.
Quando a reforma agrária foi proposta, há 53 anos, 75% da população vivia no campo e apenas 25% nas cidades, e mesmo assim, já era difícil para as elites da oligarquia rural, engolirem a desapropriação de seus “latifúndios improdutivos”. Imaginemos hoje, onde esse número inverteu esta proporcionalidade, e as grandes massas populacionais estão na periferia das grandes metrópoles, sem educação, sem dignidade, sem emprego e sem assistência social, o quão difícil se torna uma abordagem séria desta questão fundiária.
Reforma Agrária se faz perto dos grandes centros urbanos, nas estradas e ferrovias federais valorizadas pelo investimento público, perto dos centros de consumo para incentivar o escoamento de produção e comercialização com segurança alimentar. Temos hoje, antes de tudo, defender de vez esta iniciativa que trará paz e desenvolvimento ao campo, desafogando as grandes metrópoles e diminuindo a violência e a falta de emprego e oportunidades, nas grandes cidades. É uma das bandeiras de luta imprescindíveis ao desenvolvimento social deste imenso país continental.
REFORMA TRIBUTÁRIA
A luta pela reforma tributária também é uma necessidade ímpar para desonerar o custo Brasil dos ombros dos trabalhadores brasileiros.
Apesar de 10 anos de governos populares a carga tributária brasileira hoje supera os 36%, enquanto na América Latina o patamar é de 22% na média. O Brasil tem uma carga tributária comparada aos países mais desenvolvidos, sem dar retorno de serviços públicos (saúde, educação, transporte, etc.) a sua população, principalmente aos assalariados que são descontados na fonte. É hoje esta reforma, sem dúvidas, um desafio para os que acreditam em um país mais justo e mais distributivo. Ainda somos um país onde se tributa o suor dos trabalhadores na fonte e não se tributa o patrimônio das grandes empresas; somos um país onde imperam incentivos fiscais aos borbotões e negam a população a isenção de impostos à cesta básica de alimentação, de uma população muitas vezes faminta e empobrecida, assim como negam a isenção aos remédios básicos de uma população enferma e desamparada na sua assistência de saúde médica, caótica, moribunda.
REMESSA DE LUCROS
Medidas como a remessa de lucros para o exterior devem ser revistas. Um dos pontos mais polêmicos na atualidade.
Já o era em 1964 quando Jango ousou assinar esta medida controlando as remessas de lucros das empresas e holdings internacionais operando em nosso país. Isto fere as regras do “livre comercio” defendem os economistas ortodoxos em defesa do capital internacional. Que dizer hoje, quando após a globalização onde os grandes “trustes” e “oligopólios” movimentam em bolsas internacionais quantias maiores que PIB´s de muitos países, em busca do lucro fácil, especulativo e sem a dependência de pagar salários aos trabalhadores, marginalizando a força do trabalho na composição do lucro. Falar hoje em remessa de lucros é um pecado ao mercado.
MARX E O EMPREGO
Marx se horrorizaria com esta prática que anula a “mais valia” e deixa de fora o principal componente da relação entre capital e trabalho: o emprego. Quando Jango, para proteger a economia nacional, assinou esta medida, os grandes conglomerados já haviam inventado a pratica do “dumping” para burlar as remessas de lucros. Consistia em deixar os lucros já nas suas matrizes, pois ao importar um insumo para produzir um bem de consumo no Brasil o faziam por dez, quinze vezes mais o valor de mercado internacional, deixando desta forma o lucro já na origem de suas matrizes, pago através do fechamento da carta de importação, que os brasileiros pagavam a mais. Uma vez manufaturado e pronto no Brasil a mercadoria “made in Brazil” era tão cara que sua filial aqui em nosso país era deficitária, não gerava lucros, mas para manter os empregos necessitava de subsídios de nosso banco Central, de nosso Tesouro. É assim que age esse capitalismo selvagem dos defensores de Friedman. Mais um grande debate pela frente, pois hoje, quando pensávamos estarem estas medidas ultrapassadas, está aí a crise econômica americana e europeia com suas indústrias quebradas e nosso país a ceder incentivos fiscais para as empresas estrangeiras e suas filiais, sangrando a economia brasileira, transferindo centenas de milhões de dólares colhidos em nossa economia para “ajudar” as suas matrizes, com a renúncia de nossos impostos que reverteriam em educação, em bem estar, em segurança, em cultura, em saúde pública e em investimentos sociais.
BANCOS
E a reforma bancaria? Ninguém até hoje, após o governo João Goulart, sequer ousou rediscutir esta questão?
Antes de qualquer formulação, vejamos o multimilionário lucro bancário no Brasil. De 2003 a 2010 os lucros dos cinco maiores bancos — Itaú, Banco do Brasil, Bradesco, Santander e Caixa Econômica Federal — elevaram-se de R$ 11,1 bilhões para R$ 46,2 bilhões. Ou seja, em sete anos, elevação sustentada, à média de 17,7% ao ano, ou seja, 313%. Em termos reais (correção pelo IPCA): 12,1 % aa., acumulando 222%. Isto sem serem obrigados a reinvestir qualquer centavo em programas sociais, pois qualquer programa, inclusive habitacional, crédito da agricultura familiar e outros necessários ao desenvolvimento social são custeados pelo Tesouro Nacional. Não bastasse isso, as taxas pagas pelos usuários em qualquer banco é simplesmente um assalto à mão armada, legalizado, consolidado e sem reclamações. Dia destes olhando o extrato de minha enteada, em um dos saques efetuados (R$ 42,55) a instituição pagou a descoberto (R$ 2, 55), pois o saldo dela era somente de quarenta reais. Pasmem, quando caiu no mês seguinte sua pensão, o banco cobrou de “adiantamento de descoberto” a importância de R$ 35 (trinta e cinco reais, um verdadeiro assalto para quem pagou R$2,55 a descoberto).
Urge, sem dúvidas, um amplo debate nestas autorizações de Cartas Bancarias e regulamentação pelo banco Central. São abusos e atropelos contra os clientes muitas vezes sem ter a quem recorrer. Em um caso como este ninguém vai processar o banco por 35 reais, pois até para acionar uma potência financeira deste porte fora do alcance dos simples mortais, os custos em advogados, custos judiciais, ameaças financeiras e outros está fora do alcance da maioria. É necessário um conjunto de medidas e ações por parte do Estado, pois ninguém em sã consciência acionaria com custos elevados grandes advogados destas corporações. Temos que aprofundar um grande debate nesta reforma tão necessária para uma melhor distribuição do crédito no Brasil. Somente a grande empresa tem acesso a um sistema creditício oriundo da poupança nacional e que deveria equitativamente estar a serviço de toda a população. A dívida pública vem sangrando a capacidade de investimentos e está na hora destes lucros escorchantes, que nada produzem, passem a fazer parte do benefício público de todos os cidadãos que fazem parte da nossa Nação. A verdadeira “razão” desta política financeira é proporcionar lucros excessivos aos bancos e aos demais aplicadores de capital financeiro. O BACEN propicia aos bancos cobrar taxas elevadas e excessivas por serviços bancários, em grande parte, processados pelos próprios clientes, dados a automação desses serviços. Estas receitas com as tarifas subiram, em média, 30% acima da inflação.
LUCROS ABSURDOS
A questão é tão absurda quando se trata de lucros bancários que podemos fazer a seguinte comparação, já divulgada em vários meios: se um correntista tivesse depositado R$ 100 reais (Cem reais) na poupança no dia 1º de julho de 1994 (data de lançamento do real), teria hoje na sua conta R$ 374 (trezentos e setenta e quatro reais). Se esse mesmo correntista tivesse sacado os mesmos R$ 100 no cheque especial, na mesma data, teria hoje uma dívida de R$ 139.259 (cento e trinta e nove mil e duzentos e cinquenta e nove reais) no mesmo banco.
Em 1964, quando Jango tocou na Reforma Bancaria, prontamente, os donos geradores destes lucros escorchantes colocaram-se ao lado do Golpe de Estado e financiaram ações desestabilizadoras de nossa democracia. Humanizar o “lucro” é um desafio das novas gerações que estão se dando conta que a acumulação de capital através do lucro fácil sem a “mais valia” na composição do resultado que passa pela força do trabalho é mais um engodo do capitalismo internacional que a cada dia continua a marginalizar contingentes humanos, sem alternativa de sobrevivência.
FOME E EDUCAÇÃO
A fome no Mundo já atingiu 1/3 da humanidade e está aumentando cada dia mais. É hora de responsabilidade, solidariedade e desafios de contestação a esta monstruosidade chamada “LUCROS” a qualquer preço, a qualquer custo, inclusive o de vidas humanas pela morte, pelo sofrimento, pela desnutrição.
A reforma educacional deve ser uma de nossas prioridades.
Nada mais justo, digno e essencial que o investimento de um país em educação. A LDO, lei de diretrizes orçamentárias enviadas por Jango em seu governo ao Congresso nacional em 1964, destinava 12% do investimento público nacional em educação. É, sem dúvidas, o maior retorno que um país pode ter com o investimento feito na formação cultural e intelectual de seu povo, na educação básica, média e universitária. Não se desenvolve um país onde seus quadros não estejam capacitados para acompanhar o desenvolvimento tecnológico e industrial da Nação. Corre-se o risco de importar tecnologia sem nacionalizar os resultados deste desenvolvimento, em mecânica, telecomunicações, energia, petróleo, química fina, ciências biológicas, tecnologia da informação e outras atividades de ponta sem obter para a Nação o pleno domínio destes campos da ciência avançada, ficando sempre desta forma, a mercê de cientistas e pesquisadores de outros países. Haja vista, as centenas de ONG´s estrangeiras que pululam em nossa Amazônia sobre “entre aspas”, organizações internacionais de proteção a isso e aquilo, que se instalam em nosso país e montam verdadeiras “exportações” de nossa biodiversidade para suas matrizes, japonesas, alemãs, americanas, etc.
Fazer uma reflexão de nossos grandes educadores, Paulo Freire, Anísio Teixeira, Darcy Ribeiro e outros, é tão necessário como rever e imprimir nos currículos escolares a defesa nacionalista de nossas entranhas, a Amazônia verde (florestas) e a Amazônia Azul (plataforma marítima).
A Federalização da educação de base, proposta pelo Senador Cristóvão Buarque, deve ser observada com muitíssimo mais atenção. É um trampolim para o desenvolvimento nacional, pois educação não é custeio orçamentário, é investimento, na coisa mais pura e limpa do futuro da Nação: as nossas crianças.
LIBERTAÇÃO POPULAR
Caros companheiros de uma Pátria Livre, a libertação de um povo através de seu desenvolvimento não somente é uma questão de luta pela liberdade e pela democracia, como é uma questão de inspiração de nosso povo pela sua independência e soberania.
Soberania é o sangue da identidade nacional a irrigar o nosso território, nossas riquezas profundas, nosso subsolo e nossa terra, nossa Amazônia e nossa plataforma marítima, nossa independência tecnológica e nossa mobilidade de ações através de empresas estratégicas, genuinamente nacionais e de competência de gerenciamento de nosso governo que representa a Nação, que representa a identidade de nosso povo, que representa e a não submissão à dependência externa ou interna de interesses escusos, que em nome do lucro e da livre iniciativa, transformam-se em entreguistas propensos aos monopólios que sugam a identidade nacional e nosso patrimônio coletivo.
Muitos de nós conhecemos o passado, quando em 1964 os militares aliados as elites nacionais e aos interesses estrangeiros deram o Golpe de Estado; não foi contra o comunismo como por décadas quiseram nos fazer engolir.
GOLPE CONTRA UM PROJETO DE NAÇÃO
Foi dado contra um projeto de Nação que estava em andamento. As Reformas de Base.
O terrorismo midiático do perigo comunista é uma história fraudulenta que o capital e o entreguismo da Pátria, manipularam para derrubar um governo legítimo. Eles deram o golpe para entregar nossas riquezas e patrimônio aos grandes “trustes” de capital estrangeiro. Foi um golpe contra um programa nacionalista que pretendia, através das “Reformas de Base”, desenvolver a economia nacional e diminuir a dependência econômica do Brasil diante do capitalismo internacional. Jango não aceitou a luta fratricida e hoje sabemos ser ele o grande vitorioso, pois com sua atitude, preservou a integridade nacional e impediu a divisão territorial do país, como tinham feito os americanos no Vietnam, na Coréia, na Alemanha, nos tempos da Guerra Fria. Temos que estabelecer limites bem específicos das atuações da “privataria” de nossos recursos e setores em qualquer campo.
SOBERANIA NACIONAL
Construir a ideia de soberania nacional e lutar por uma pátria pluralista e participativa é muito mais que defender a independência política; é defender a emancipação do povo em torno da economia nacional, do mercado interno, da política externa independente respeitando a autodeterminação dos povos, da construção do pensamento de Nação, com dignidade, com altruísmo e independência. Temos que construir o desafio de sermos soberanos nas ideias, para o desenvolvimento coletivo, sendo soberanos na nossa cultura, na nossa nacionalidade, nas riquezas de nosso subsolo, na nossa defesa territorial, na nossa tecnologia de ponta, na defesa da nossa biodiversidade, na defesa intransigente de nossas fronteiras, não só a territorial, mas também na fronteira intelectual e intransigente de termos a liberdade de pensamento, de termos justiça social, igualdade de oportunidades para todos os filhos desta Nação, independentemente de cor, sexo ou raça, mas que fazem parte da nossa miscigenação e diversidade de cultos, religiões e formas de atitudes diferenciadas de nosso povo. Esse é o Brasil de todos, do socialismo moreno, de nossas matas e de nossos índios, da Maíra de Darcy Ribeiro e das lutas de tantos mártires, nomináveis ou anônimos. Este é o Brasil da potência espiritual emergente, que quer mudanças, como vemos no clamor e no sentimento das ruas, que não se confunde e nem quer importar comportamentos e costumes de quem quer que seja, que não sejam de nossa essência nativa. Este é o Brasil que se distancia paulatinamente das velhas práticas de políticas e ações puramente de mercado, e se aproxima, cada vez mais, ao encontro de seus habitantes, um Brasil novo e humanitário, com a fraternidade que emana de nosso povo, que transborda em nossa raça, esperançosa, e que haverá de conquistar sua independência, queiram ou não, os inimigos da Pátria Livre.
O Brasil dos brasileiros, para brasileiros. O nosso Brasil.
Obrigado companheiros desta nova jornada.
Não nos faltará coragem, pois “o tempo existe para os fortes, que não temem os desígnios da história e são e são contra a prepotência dos covardes que soterram a liberdade e a democracia”. (*)
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(* Discurso , em SP, 1-7-17, ao ingressar no Partido Pátria Livre. Os títulos e grifos ,ao meio
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